Pais de uma escola particular em São Paulo veem erotização de Anne Frank.
Provavelmente, eles não possuem a maturidade e a sensatez da adolescente que, mesmo em meio a um contexto absolutamente anormal, continuou narrando sobre sua vida.
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Anne Frank escreveu sobre sua própria sexualidade em seu diário: um relato genuíno e um olhar absolutamente humano. Os jovens que leem o diário reconhecem a voz dela, reconhecem seus pensamentos, seus desejos, suas angústias.
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É por isso que é tão fácil se identificar com Anne Frank. O livro é real, empático, atemporal e apaixonado. O Diário é um espelho para a sociedade, para qualquer geração de jovens, de qualquer época.
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Sharley McLean nasceu em Oldemburgo, norte da Alemanha, em 1923.
Seu pai, Franz, um socialista, e sua mãe, Grete, judia, foram mortos durante o Holocausto. Seu tio, Kurt, morreu vestindo um triângulo rosa, no campo de concentração de Sachsenhausen.
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A jovem, com 16 anos, fugiu para a Grã-Bretanha.
Durante a guerra, trabalhou como enfermeira no hospital Lewisham, no sul de Londres. Se casou com Allan McLean, e o novo sobrenome inglês a ajudou a se inserir socialmente.
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Na época, ela tinha sentimentos confusos por outras mulheres, e quando outras enfermeiras disseram a ela: "Você é uma de nós", ela interpretou que poderia se passar por britânica.
“Eu não sei quando
nós vamos rir outra vez
mas na semana que vem
vamos arar um outro canteiro
para a semeadura dessa primavera”
📖 Trecho do poema “Os limites do nosso quintal”, de Audre Lorde
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Audre Lorde nasceu em 1934, em Nova Yoirk. Filha de imigrantes caribenhos, se definia “preta, lésbica, mãe, guerreira, poeta”. Teve sua poesia regularmente publicada durante os anos 1960 em várias antologias estrangeiras e em revistas literárias de escritores negros.
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Em 1968, lançou seu primeiro livro de poemas, “The First Cities”. Em 1974, publicou “The New York Head Shot and Museum”, seu trabalho mais político.
Identificados com triângulos rosas, milhares de homossexuais foram enviados para os campos de concentração pelo regime nazista. Rudolf Brazda, com a tatuagem de identificação 7952, foi um dos dez mil deportados por Adolf Hitler devido a sua orientação sexual.
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Ao lado do escritor Jean-Luc Schwab, Brazda publicou sua biografia, na qual relembra seu passado no campo de Buchenwald, no centro da Alemanha.
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No livro, faz um relato sustentado por um rigoroso trabalho de pesquisa histórica, marcado pela dor e pela esperança de quem sobreviveu aos horrores do nazismo.
Onde o nazismo se localiza no espectro esquerda-direita?
Uma thread básica e óbvia. Novamente.
Apesar de, para alguns autores, o nazismo não se encaixar no espectro político, a historiografia considera o nazismo um movimento de extrema-direita. É praticamente um consenso.
Os nazistas não se afirmavam de direita ou de esquerda, pois desprezavam a política como debate entre diferenças.
No entanto, ainda que possua o nome nacional-socialista, caracterizá-lo como movimento de esquerda não encontra corroboração na vasta historiografia sobre o tema.
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Essa autorrepresentação não significa que o nazismo estivesse à parte da política.
Enquanto as esquerdas enxergam as desigualdades como problema causado pela sociedade e que deve ser minimizado/anulado, o nazismo não as vê assim e as naturaliza em termos raciais e nacionais.
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PROGRAMAÇÃO COMPLETA do evento online “ALÉM DO SILÊNCIO: existências LGBTQIA+, memórias e narrativas de vida”!
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Interessados na criação de um espaço de formulação coletiva para discussões urgentes sobre LGBTQIAfobia e resistência hoje, a programação se dará em dois eixos: Formação e Encontros.
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Durante todo o mês de junho, teremos, às segundas-feiras, aulas sobre questões relacionadas a gênero e sexualidade trabalhadas a partir do Holocausto; e, nas quintas-feiras, realizaremos conversas que reunirão artistas, pensadores, pesquisadores e ativistas LGBTQIA+.