9h40min e começamos a sessão.

Questão de ordem de Izalci Lucas (PSDB-DF). Pede aprovação de requerimento de governadores.
Omar Aziz diz que já foram convocados alguns governadores e que o primeiro será Wilson Lima, no dia 29. No dia 15, o secretário de saúde do Amazonas.
Izalci quer saber quando os requerimentos vão ser votados.
Omar diz que hoje terá alguns, mas podem passar pra terça.
Ciro Nogueira fala agora e acusa desrespeito contra Nise, uma mulher.
*Marcos do Val

Hoje os Médicos Pela Vida fizeram uma nota de repúdio. Marcos do Val afirma que Nise foi linchada virtualmente.
Marcos segue afirmando que a forma como o relator conduz suas perguntas está sendo desconfortável para todos. Diz que ficou com vergonha de ser senador e de participar dessa CPI e pede que Omar “segure as rédeas”.
Omar responde que Otto é médico e questionou a Yamaguchi tecnicamente.
Marcos diz que Otto não deu tempo da doutora responder.
Omar diz que o senador Alessandro foi elegante e calmo e perguntou algo simples e ela não conseguiu responder.
Omar lembra que ela não achava publicação a favor da hidroxicloroquina. Jorginho pediu até objetividade. Omar afirma que houve respeito e que o médico Otto Alencar fez bem. Mesmo assim, deve pedir aos senadores mais tempo para os depoentes responderem.
Ciro Nogueira diz que é uma constante, que alguns senadores cortam a palavra do depoente quando não concordam. Diz que tem alguns requerimentos que não concorda.
Omar comunica que todos os requerimentos de solicitação de informações estão chegando e já estão disponíveis.
Marcos Rogério diz que o nível de toxidade e de ódio foi alto no depoimento de ontem. Ao chamar de mentiroso, é um julgamento moral grave.
Fala que o irmão de Nise se emocionou diversas vezes e ontem não foi um comportamento adequado. O Senado é uma casa de pessoas maduras e de equilíbrio.
Marcos segue dizendo que pessoas que não concordam com a convicção da maioria são mal tratadas. Apela para Omar que comunique o governador do Amazonas e o convoque na próxima semana, por causa da operação da PF de hoje.
Com base na urgência da mudança do depoimento de Luana Araújo, o caso do governador do Amazonas também é urgente. No caso do secretário de saúde, vai precisar de autorização da justiça para sair da cadeia. No entanto, ele ainda se encontra foragido.
Senador Alessandro Vieira fala agora. Diz que o requisito primeiro para não ser chamado de mentiroso, é não mentir. Qualquer um que for à CPI mentir, vai ser confrontado com fatos.
Fala agora Humberto Costa. Sugere a Marcos Rogério que o mesmo apelo que ele fez aos senadores seja feito ao presidente da República. Bolsonaro xingou uma jornalista ontem, isso pode? Pergunta. Sobre o próprio senador, o presidente o chamou de cavalo.
Humberto diz que Bolsonaro não tem a devida condição. Pede a Marcos apelar a Jair Bolsonaro para que ele tenha compostura e a mínima educação doméstica. Se solidariza com a jornalista Daniela Lima que foi vítima desse ataque.
Renan Calheiros assina embaixo. Diz que vivemos momentos difíceis e que não há como permitir esse tipo de acusação contra uma jornalista.
Fala agora Tasso Jereissati. Solidariza com as palavras de Humberto Costa e aponta que o presidente usa palavras de baixo calão para humilhar quem discorda dele. Chama de surpreende que seus defensores ficaram chocados com uma intervenção técnica do Otto Alencar.
Diz que a solidariedade humana com as 450 mil mortes justifica a indignação de muitos. Tasso diz que Nise mentiu descaradamente e foi uma das responsáveis pelo desastre sanitário brasileiro.
Randolfe Rodrigues reitera as manifestações de solidariedade à jornalista Daniela Lima, da CNN. Lembra que ela exerce um dos pilares da democracia, que é de fiscalizar a todos os políticos. Fala que há uma memória seletiva sobre a quem se solidarizar, pois nenhum governista +
falou sobre o caso de uma jornalista mulher atacada pelo presidente. Sobre a comissão, Randolfe diz que é preciso fazer 1 minuto de silêncio pelas mais de 450 mil mortes.
Na semana passada, o Ministro da Saúde avisou sobre a 3ª onda. Nessa semana, o presidente anuncia Copa América no Brasil. Randolfe diz que o que mais se quer é que o número de mortes parem de subir.
Fala sobre seu requerimento para convocar o presidente da CBF para saber quais medidas serão tomadas. Lembra que jornais da América Latina estão nos zoando hoje, pois aceitamos o campeonato 2 dias depois que a Colômbia e a Argentina rejeitaram.
Diz que se não mudarmos para 2,5 milhões de doses aplicadas por dia a partir de hoje, não chegamos ao fim de outubro livres da doença. Pede que o requerimento seja apreciado de forma urgente.
Omar diz que a Dra. Luana já está aguardando há mais de 1 hora e pede para que ela sente à mesa.
Eliziane Gama também se mostrar solidária à jornalista Daniela Lima, diz que a fala é contra a democracia e a imprensa. Apenas em 2020, o presidente fez 428 ataques à jornalistas, +
sendo, em maior parte, mulheres.
Dra. Luana Araújo está agora sob juramento de falar a verdade somente a verdade nada mais que a verdade
Luana começa falando que teríamos que ficar mais de 320 dias em silêncio se quisermos prestar 1 minuto de silêncio por cada vítima da COVID.
Lembra que não é um ser da política, mas uma técnica leal aos seus pacientes e guiada pelo juramento médico que ela fez.
Quando foi convidada para participar do MS, ela foi a Brasília com o foco no bem da população. A apresentação foi consonante com seus valores que, segundo ela, foram bem explícitas. Pediu autonomia e respeito. Lembra que pediu autonomia, não insubordinação e anarquia.
O objetivo era coordenar os esforços do governo federal para combater a pandemia, além de interlocução com estados e municípios e técnicos. Diz que ciência só é bem ou mal feita. Ciência é ferramenta de educação priorizando a vida e a qualidade de vida.
Todas as medidas devem ter peso científico. A corrida é contra o tempo e numa pandemia, se corre atrás do vírus. Precisamos aprender com as nossas experiências e com a dos outros países para podermos adaptar cada medida em cada cenário socio-econômico.
Diz que desespero e arrogância nesse momento pode ser letal. À profissionais como ela, cabe fazer o seu papel, independente de cortina de fumaça. É preciso nos comunicarmos efetivamente com as pessoas sobre saúde pública. Lembra que é a primeira vez que esse tema invade as casas.
Fala que é a primeira vez que a ciência trabalha junta internacionalmente e na frente das pessoas. Saúde pública é mais que hospitais ou médicos, mas educação, conhecimento científico, cultura, parcerias com a comunidade…
Diz que se recusa a ficar calada e que fez e faz sua parte.
Renan exibe um vídeo com reportagem mostrando sua chegada ao Ministério da Saúde. Renan pergunta se nos poucos dias em que ela esteve no Ministério extraoficialmente ela chegou em algum diagnóstico sobre o enfrentamento a pandemia.
Luana afirma que sim. Que viu um ministro muito comprometido com trabalho e com a ciência, assim como uma equipe muito comprometida também.
Sobre os dias em que estava no MS, ela diz que trabalhou enquanto estava ali extraoficialmente, enquanto infectologista. Frisa que não recebeu por esses dias e que foi tudo pago de seu bolso, incluindo deslocamentos de Belo Horizonte a Brasília.
Renan pergunta se ela quis modificar a forma como Brasil enfrentava a pandemia, ela concorda que sim e fala novamente sobre programa de testagem em massa.
Renan pergunta se enfrentou alguma resistência dentro do MS, Luana diz que não enfrentou resistência, que trabalhou diretamente com ministro e com poucos técnicos.
Omar pergunta se a equipe que ela estava montando era de fora ou dentro do MS, ela diz que buscava nomes mas que por causa da polarização política muitos não aceitam trabalhar.
Sobre relação com Marcelo Queiroga, ela afirma que foi muito boa e o comportamento do Ministro desde sua chegada até saída sempre foi o mesmo.
Renan quer saber se Luana já recebeu alguma ameaça, ela reforçar que assim como todos os outros infectologistas recebem ameaças diretas como "não saia de casa", "sua mãe vai morrer" e outros. Luana diz que isso ocorre desde início da pandemia.
Reforçou que recebeu muitas ameaças, inclusive antes de ir para o MS, que quando estava no Ministério nada chegou nela porque ela não teve tempo de entrar em mídias sociais.
Renan exibe, agora, vídeo em que Queiroga fala sobre Luana Araújo e sua chegada a Secretaria. Senador Renan quer saber se a divergência de opinião Luana sobre hidroxicloroquina seria motivo da sua saída. Luana diz que essa pergunta deve ser realizada ao Ministro Queiroga.
Luana fala sobre demora em sua nomeação, que haviam lhe informado que era necessário um apostilamento do cargo, mas que com a demora percebeu.
Randolfe quer saber o que ela percebeu ou entendeu e Luana diz que entendeu que sua nomeação não ocorreria.

Sobre a posição do ministro com relação a cloroquina, Luana diz que nunca ocorreu esse tipo de discussão pois Queiroga era um homem da ciência.
Luana diz que discutir uso dessas medicações é esdrúxulo e que é como se discutíssemos de qual borda da Terra Plana pularíamos.
Sobre aconselhamento paralelo, Luana diz não saber a respeito, pois não teve contato com parlamentares ou outros ministros, apenas com Queiroga e alguns de seus assessores.

Questionada sobre quem a informou que ela não seria nomeada, Luana afirma que o próprio ministro.
Luana afirma que da mesma forma que Queiroga teve hombridade de convidar, também teve de informar que seu nome não passaria pela Casa Civil.
Renan pergunta sobre as postagens apagadas em suas redes contra hidroxicloroquina, Luana diz que não apagou a postagem mas a conta, que essa discussão é contraproducente. (Aio fundo algum senador pergunta se ocorreu ataques) Luana diz que não foi por isso, ela não liga.
Omar Aziz pergunta quem indicou Luana Araújo a secretaria, ela diz que não conhecia ministro e que é competente. Omar diz que não há questionamento sobre sua competência, mas sobre sua indicação.
Luana diz que por trabalhar como consultora para organimos internacionais, é possível que nome tenha sido ventilado e Queiroga a tenha selecionado.
Renan pergunta sobre contatos dela no MS, Luana disse que teve contato apenas com Ministro da Saúde e alguns secretários como o de Atendimento Especializado. Reforça que não teve apresentação a outras autoridades.
Renan pergunta se mais algum secretário era contra Tratamento Precoce, ela diz que nunca discutiu isso dentro do MS e reforça que é um debate contraproducente.
Renan questiona se ela teve percepção que algum secretário ou técnico é rebaixado ou preterido pela sua posição, se não ouviu nada sobre isso. Luana diz não ter ouvido. Que percebeu que talvez alguns técnicos tenham sido subutilizados e ela tentou puxar para secretaria dela.
Mas que a discussão sobre tratamento precoce nunca ocorreu e que não saberia dizer.
Omar reforça que Queiroga mentiu a CPI, pois disse que tinha autonomia mas Luana não ter sido nomeada mostra que não.

Omar diz que só existem duas razões pra um servidor não passar pela Casa Civil: ou envolvimento com falcatruas, que não é o caso dela. Ou questões políticas.
Sobre crença em tratamento precoce, Renan lê trechos de falas de Luana em que ela se posicionava contra tratamento precoce e que colocava o uso dessas medicações como algo que fazia com que as pessoas deixassem de tomar outros cuidados como lavar as mãos e usar máscaras.
Renan pergunta se a insistência do presidente com as medicações pode ter estimulado a população a não tomar outras medidas. Luana diz que ouviu declarações de muitas pessoas e também do presidente. Que todo mundo que diz isso tem responsabilidade sobre o que ocorre depois.
Luana cita que há estudos, nesse caso uma meta-análise feita de maneira correta, mostra que há aumento da mortalidade por uso de cloroquina e hidroxicloroquina. Afirma que autonomia médica faz parte da prática, mas não é licença para experimentação.
Luana Araújo reforça que médicos precisa entender como método científico se desenvolve, que não é justo jogar para eles a responsabilidade da medicação.
Renan reitera pergunta sobre estimulo ao uso de tratamento precoce tem impacto, Luana concorda que sim que as pessoas acabam achando que é tomar um remedinho e fica tudo bem.
Omar Aziz informa que o Presidente da República deu outra declaração sobre ele e Renan Calheiros.
Renan diz que vindo do presidente qualquer declaração é elogio.
Omar diz que não responderá ao presidente e que ele deve ir comprar vacinas ao invés de se preocupar com a CPI.
Senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) pergunta se no período de 10 dias ela conseguiu desenvolver alguma atuação. Luana diz que conseguiu participar sobre algumas discussões sobre programa de vacinação e na criação do programa de testagem em massa.
Eliziane entra na questão da testagem em massa, citando os testes vencidos e a péssima colocação no Brasil nesse tema. Pergunta se ela soube da situação. Luana diz que os testes não foram perdidos, mas trocados por outros que possam ser usados.
Reforça que problema, no entanto, não é o teste vencido ou não, mas que Brasil foca no teste que muitos chamam de PCR (teste com swab) que é padrão ouro. Mas que pelo tamanho do Brasil não tem como ser amplamente difundido.
Omar diz que foi informado que não temos laboratório no país suficientes.
Luana reforça que no planejamento do qual ela estava trabalhando no MS usava teste de antígenos.
Omar diz que o grande ódio é porque quiseram usar Manaus para cobaia do TrateCov. Eliziane diz que quer entrar na questão do TrateCov, mas antes não conseguiu identificar se alguém assumiu no lugar de Luana o cargo que ela ocuparia. Luana não sabe informar.
Sobre TrateCov, Eliziane recorda da oitiva de Mayra, e quem saber a avaliação de Luana sobre aplicativo. Luana diz que uso dos algoritmos é importante, ainda mais em tempos em que temos recursos escassos. O que não poderia era indicação medicamentosa.
Eliziane pergunta sobre o blog cujo link conta no instagram de Luana.
Luana diz que o blog foi criado para repassar informações de artigos científicos de forma com que as pessoas pudessem entender melhor os estudos. Com linguagem mais acessível.
Eliziane Gama fala da experiência em Serrana, com dados elevados de eficiência da Coronavac. Quer saber se Luana tem conhecimento sobre essa experiência.
Luana diz que os resultados de Serrana são mais do que esperados, pela aplicação das vacinas. Diz que o que importa não é ter funcionado, porque isso já era esperado, mas a forma como as vacinas foram aplicadas amplamente e frisa importância de obtermos mais doses para o país.
Eliziane cita ministros que defendem máscara e depois aparecem em aglomerações e outras ações negacionistas do governo. Pergunta se Luana foi questionada sobre seus questionamentos e porque ela removeu perfis em redes sociais.
Luana diz que seus posicionamentos sempre foram claros, públicos e disponíveis. Que dentro do MS ninguém fez questionamentos a esse respeito, pois provavelmente já sabiam. Que não poderia ser esperado dela nenhum comportamento que não fosse científico.
Sobre exclusão de seu perfil, ela reforça que não tem relação com defesa da ciência, mas que para ela o foco tem que ser o trabalho. Não entende a celeuma com esse tema, pois ela tinha mais coisas para se preocupar.
Eliziane pergunta se Luana se sente frustrada e se tivesse permanecido se ela acha que trabalharia com autonomia. Luana diz que não tem elementos para dizer o que teria sido se ela tivesse ficado. E fica uma frustração é claro, mas que lidar com isso é parte do trabalho.
Eliziane pergunta se ela aceitaria voltar se fosse convidada novamente, Luana diz que não.
Reforça que deseja do fundo do coração que alguém competente como ela ou mais assuma a função.
Eliziane entra no tema do Gabinete Paralelo, pergunta se Luana foi inquerida por alguém que não integrava o governo. Luana diz que não. Sobre Carlos Bolsonaro diz não ter conhecido, como não conheceu ninguém da família do presidente.
Palavra agora de Tasso Jereissati (PSDB-CE) e lembra uma fala antiga de Luana. Ele quer saber se foi preciso uma mobilização popular.
Luana diz que sim e que pra fazer isso em uma democracia é necessário uma comunicação única. Com desespero, as pessoas tomam qualquer coisa que +
outros digam ser melhores para eles. Classifica estratégia única baseada em ciência como fundamental.
Tasso fala sobre a vacinação em público de outros líderes mundiais e compara com o comportamento de Bolsonaro.
Bolsonaro fez declarações contra a vacina e não se vacinou, mas apresentou caixas de cloroquina e participou e promoveu várias aglomerações sem máscara, portanto dando um recado de que o presidente aconselha e incentiva aglomerações. Pergunta se Luana não enxerga uma possibilidad
das coisas caminharem corretamente no Brasil para mitigação da pandemia sem que haja uma mudança radical do presidente.
Luana responde que dentro de uma democracia, ela enxerga múltiplas lideranças, em vários níveis. Diz que provavelmente não vamos conseguir que todos eles se alinhem, mas que todos devem ter o direito da informação correta.
Tasso interrompe e pede objetividade. Diz que existe coisas que já são conhecidas pela ciência. Cita uso de máscara, vacina, não aglomeração e não uso da cloroquina. Luana concorda. Tasso segue falando que o presidente deveria ser o defensor da ciência e se o contraditório
entre os dois existe, estamos diante de uma encruzilhada. Lembra que não é qualquer pessoa, qualquer liderança.
Luana diz que sua posição é alinhada à ciência e que existem preceitos que são base para combater a pandemia, como as citadas.
Luana também acredita que todos têm responsabilidade de sua posição perante a pandemia.
Tasso diz que ela não quer se comprometer.
Luana diz que não é isso, mas que seu alinhamento é claro e que se pessoas não seguem a ciência, elas devem ser responsabilizadas.
Sobre as ameaças que ela respondeu, Tasso pergunta se ela identificou a origem dessas ameaças.
Luana diz que não, mas que as posições que ela e outros receberam foram sempre relacionadas ao uso de cloroquina e medidas não-farmacológicas. Luana diz que o distanciamento
é fundamental, pois o vírus não passa de uma pessoa para outra em uma vácuo. Ela pede que se faça distanciamento o máximo que se puder. Ela credita esses ataques à falta de conhecimento e por isso quis educar as pessoas.
Tasso pergunta se ela enxerga relação entre esses grupos e o veto de seu nome para o governo.
Luana fala que se colocou à disposição para ajudar a população e que se o vero ao seu nome foi por seu alinhamento à ciência, ela considera trágico.
Fala agora Humberto Costa (PT-PE) sobre uma opinião manifestada por Luana em um podcast da Universidade John-Hopkins. Pergunta se a atenção primária no Brasil poderia ter tido um papel maior na pandemia.
Luana “sem sombra de dúvidas”. Lembra que o SUS é elogiado no mundo inteiro+
e que o foco não pode ser apenas nos hospitais simplesmente, porque isso é estar atrasado.
Humberto fala agora sobre a imunidade de rebanho.
Luana diz que no início faz sentido, mas no decorrer da pandemia é o caminho menos decente a ser seguido.
Lembra que o RNA é um tipo de material genético que temos e que pode sofrer mutações com muita facilidade. O Sars-Cov-2 é um vírus de RNA e enquanto conversamos, o vírus já está mutando.
A imunidade de rebanho pela vacinação é atingida sem sofrimento. Não se pode deixar o povo sofrer pra chegar a uma imunidade.
Humberto fala sobre a coordenação entre governo federal, estadual e municipal. Lembra que um estudo dos EUA mostra que a inexistência dessa articulação +
no país causou mais mortes. Na UFPel, chegou-se em conclusão semelhante. Ele quer saber o que ela pensa sobre.
Luana diz que a coordenação entre esferas é fundamental, porque é preciso que se tenha uma única mensagem.
Lembra que o SUS é tripartite e fala que isso faltou. Acredita que seja esse o motivo da criação da secretaria e aceitou por esse motivo.
Humberto pergunta sobre a Copa América.
Luana diz que protocolos podem diminuir os riscos, mas não os anula. Acredita não ser o momento pra +
esse tipo de evento e que é um risco desnecessário.
Humberto fala sobre a exigência de utilização de serviços públicos e privados pelas pessoas que chegarão ao Brasil.
Luana diz que a estabilização de agora é perigosa e que essas decisões têm outras implicações.
Humberto pergunta o que ela acha sobre a decisão do CFM sobre o direito do médico receitar cloroquina contra a covid.
Luana considera que o CFM é também um órgão de proteção da classe. Sobre autonomia, ela diz que é parte absoluta da atuação médica.
Antes de receitar, é preciso pensar nas responsabilidades. Considera temerário colocar nas costas dos médicos com poucas condições a responsabilidade de usar uma medicação com ineficácia comprovada.
Politizar o ato médico é fazer tudo errado, conclui.
Humberto lembra que a política é muito importante. Ainda diz que a política do governo é da morte e da fome e essa é a pior política. Diz que ela se enganou quando achou que chegaria lá e poderia defender a vida.
Luana esclarece que ela trabalha com política de saúde pública, não com jogo político e essa não é a área que ela domina. Diz que se ela tem competência, vai no mínimo tentar
Afirma que ver um paciente morrer de covid, buscando por ar, é traumatizante e marca pro resto da vida.
Omar fala agora sobre a convocação de Wilson Lima. Antecipada para quinta que vem, no lugar de Markinhos Show.
Com a palavra agora, de forma remota, Eduardo Braga (MDB-AM). Lembra que ontem algumas cidades também estão sofrendo com a falta de oxigênio e que ele próprio foi internado com Covid. Pede que Luana informe aos brasileiros como salvar vidas.
Lembra que os governistas estimulam o contrário das medidas sanitárias.
Luana afirma nem gostar da palavra “negacionista” e diz que é falta de informação. Se o vírus é de transmissão respiratória, é óbvio a utilização de uma barreira.
Senador Rogério Carvalho pergunta como se explica um médico, ex-ministro como Osmar Terra, defender a imunidade de rebanho. Diz que há uma posição explícita e que no entorno do governo a teoria é seguida.
Luana complementa que quer que as pessoas em casa recebam essas informações. As gotículas de saliva são mais pesadas que o ar e caem no chão. Mantendo distância entre uma pessoa e outra, diminui a carga viral que elas receberão.
Diz não conseguir entender como pessoas com informação sobre o vírus ajam de outra forma. Não se pode dizer que é inédito, pois nos casos de dengue as pessoas previnem a transmissão não deixando água parada, não receitando remédios. As informações são pacificadas e se sobrepõem +
É como se fosse um queijo suíço, cada fatia é uma estratégia, sempre tem buracos, mas usando todas elas juntas não tem um buraco que vai de uma ponta a outra.
Eduardo Braga reafirma que a Dra. Luana reforça que, mesmo com a vacinação, o uso de máscara, distanciamento e álcool em gel são as únicas medidas pra se salvar vidas. Pergunta quais as conclusões ela chegou sobre o que foi feito e o que faltou fazer pra conter a pandemia.
Luana diz que se concentrou no futuro e resolver os problemas do presente. Ela repete sobre a informação única e clara, diz que é preciso diagnosticar precocemente. Fala que há uma diferença entre abordagem precoce e tratamento precoce. É preciso ter acesso ao diagnóstico +
imediato, é preciso educar as pessoas, monitora-las principalmente na questão da queda de oxigenação sem que ela perceba.
Fala que é preciso deixar de ter ações reativas e sim proativas.
Eduardo conclui informando que o Amazonas hoje está vivendo a maior enchente de toda a sua história e comunica à CPI que houve mais uma operação da PF no estado envolvendo o governador e o secretário de saúde.
Sessão suspensa por 10 minutos
Voltamos. Fala agora, de forma remota, Otto Alencar (PSD-BA). Lembra das citações do início da sessão em que os governistas o acusaram de ser desrespeitoso. O que aconteceu ontem, segundo ele, foi a verificação de contradições além da defesa da imunidade de rebanho, tese
que ele classifica como “criminosa”, além de outras defesas equivocadas. Segundo ele, quis mostrar que nunca deu certo essa medicação. Ele perguntou se ela tinha feito os exames pré clínicos e clínicos e ela não pôde confirmar.
Otto mostrou um estudo do Einstein mostrando que a hidroxicloroquina não tem nenhum efeito contra covid. Ele queria mostrar que um medicamento antiprotozoario não evita a contaminação.
Fala que tratou a Dra. Nise Yamaguchi com respeito e que não suportava mais ver tantas coisas negadas no passado serem defendidas ainda. Afirma que quis mostrar que não se deve expor a população a medicamentos ineficazes com grandes efeitos colaterais.
Afirma que era um debate entre médicos, não entre senador e professora. Diz que os senadores e o presidente não deveriam criticar sua linguagem, já que Jair Bolsonaro usa palavras chulas.
Lembra que Bolsonaro já mandou as pessoas comprarem vacina na casa da mãe, pergunta porque os governistas não criticam o presidente. Diz não ter pronunciado palavra alguma fora da técnica.
Otto diz que a culpa não é dele que Nise Yamaguchi não sabia nem que testes são feitos pra identificar anticorpos.
Segue afirmando que tem sido ameaçado no Whatsapp e no Instagram, mas que não vai deixar de levantar a bandeira da ciência.
Omar fala que ninguém questionou as perguntas no ponto de vista técnico. Quando a pessoa não tem resposta, daí falam que a pergunta foi indelicada.
Fala agora Marcos Rogério (DEM-RO). Diz que há trato diferenciado e que a CPI é parcial.
Senador Alessandro interrompe e diz que não é parcial.
Marcos pede a palavra e lembra que foi aprovada a lei de abuso de autoridade, mas que pra eles não tem funcionado.
Marcos pergunta sobre a publicação da imprensa que informa que Luana saiu por determinação imposta pelo Planalto.
Luana diz que não teve contato com o Planalto e que não recebeu nenhum tipo de interferência.
Marcos pergunta quais as condicionantes essenciais para a saúde.
Luana diz que a saúde pública é uma área onde as pessoas têm uma visão pequena, quando na verdade aborda outros determinantes, como condições próprias do paciente.
A dra. segue afirmando que a doença não tem solução farmacológica, por isso é necessário usar outras partes da saúde pública.
Marcos pergunta qual a importância da interferência precoce e qual a diferença entre isso e profilaxia.
Luana diz que profilaxia é impedir que a
pessoa adoeça ou diminuir esses riscos. No caso da covid, é majoritariamente vacina e outras ações não farmacológicas de comportamento. Sobre intervenção precoce, não significa necessariamente remédio, mas diminuir os efeitos da doença e impedir a proliferação.
Marcos pergunta se em 2020 seria respondida pela vacina.
Luana diz que não, mas as medidas não farmacológicas são as mesmas desde sempre. Sobre os remédios, sim, houve mudança. Existia plausibilidade teórica no começo, apesar de frágil. Muitas drogas têm efeitos antivirais
in vitro, mas quando transfere pra complexidade dos organismos multicelulares, há menos de 10% de sucesso. A frustração é sempre grande.
A hidroxicloroquina tem várias funções, incluindo alteração direta no parasita da Malária, outra ação de modulação e por isso é usada a longo prazo pra doenças autoimunes. No caso da covid, não funcionou.
Afirma que a vida seria mais fácil e mais feliz se esses remédios funcionassem.
Marcos pergunta qual a influência de se ter poucos infectologistas no Brasil. Diz que estados e municípios tiveram autonomia pra tomar decisões, mesmo que não tenham infectologistas debatendo.
Luana diz que é enorme, mas é preciso entender que o domínio desses conhecimentos não deve ser apenas do infectologista. A falta de profissionais é séria. Cita como exemplo as mutações de bactérias em hospitais, que se fala muito, pois há infectologistas.
No entanto, na atenção primária há uma lacuna importante de ensino. A infectologia precisa estar inserida em todo o contexto da saúde pública.
Marcos pergunta se diante da realidade da pandemia, que tipo de tratamento é ideal.
Luana diz que as evidências científicas acumuladas pelo mundo inteiro que dizem o que é ideal, não ela. Uso de corticoide em um momento específico para o paciente, quando é necessário +
o uso de oxigênio complementar. O suporte ao paciente grave mudou também, diminuindo a mortalidade.
Marcos pergunta o impacto do corticoide na carga viral.
Luana diz que o remédio tem ação antiinflamatória e que o vírus faz um quadro inflamatório gravíssimo.
Quando o benefício é maior que o malefício, é usado. Se utilizado o corticoide precocemente, é ruim, pois diminui a imunidade.
Marcos pergunta sobre tratamento precoce.
Luana “não existe, senhor”
Marcos diz entender tratamento precoce como no início da doença. Quer saber qual o protocolo na fase inicial.
Luana diz que não tem nenhum remédio que impeça a progressão da doença. É preciso diagnosticar antes, tratar as comorbidades. O mundo inteiro pesquisa fármacos pra essa +
fase da doença e, em primeiro lugar, testa remédios já conhecidos. No momento, não há intervenção farmacológica.
Marcos conclui que há nomeações automáticas, mas que no governo federal precisa passar primeiramente pela Casa Civil. Diz que é um rito administrativo comum.
Marcos Rogério diz que as razões para não nomeação de Luana Araújo são desconhecidas e que está havendo uma histeria no parlamento.
Luana Araújo pede para reforçar que o histórico da covid no Brasil é de 80% evoluindo de forma benigna. Que os outros 20% que precisam prioritariamente atender.
5% se tornam casos graves e podem levar a óbito.
Afirma que faltam profissionais.
Alerta que existem poucos infectologistas no Brasil, mas também poucos intensivistas. Não adianta abrir centenas de leitos como se vê por aí e não dar a capacitação aos profissionais.
Marcos Rogério quer reiterar que não defende a não nomeação de Luana, mas quer deixar claro que na administração pública isso acontece.
Omar Aziz diz que em uma guerra alianças são feitas, independente de partido político. E que estamos em uma guerra.
Fala que na Segunda Guerra EUA e URSS não se amavam, mas se aliaram contra um mal maior que era o nazismo e o fascismo.
Omar diz que a história nos ensina que alianças são feitas para combater um mal maior.
Que ele não pode compactuar, nesse momento, com o que está acontecendo.
Omar Aziz diz que presidente pode agredi-lo todo santo dia, mas se ele salvar uma vida ele irá agradecer.
Senador Randolfe Rodrigues (REDE) será último senador antes da pausa para o almoço.
Senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) diz que fará perguntas objetivas sobre a não concretização de um quadro como ela no Ministério da Saúde.
Pergunta quantos infectologistas existem na equipe de Marcelo Queiroga. Ela diz que na esfera onde ela estava, em nível de secretariado, ela era a única.
Randolfe pede para Luana descrever como foi o diálogo com Marcelo Queiroga quando informou da não nomeação.
Luana diz que foi situação pesarosa para todos que estavam ali.
Randolfe pergunta se ela já sabia que seria desconvidada, ela diz que naquele dia estava trabalhando.
Diz que trabalhava na questão vacinal, com a preocupação sobre a variante indiana.
Por volta do fim da tarde foi chamada ao gabinete, achando que teria oportunidade de discutir essas questões. Pois tinha um acesso muito livre ao ministro.
Quando ela entrou no gabinete, ele informou que não duvidava da capacidade técnica dele e que a nomeação não havia sido aprovada. Que ele então teria que abrir mão dela.
Randolfe pergunta se ela foi vetada.
Ela não sabe dizer.
Renan Calheiros pergunta as expressões que foram usadas.
Luana diz que foi uma situação pesarosa e que Queiroga não disse o porque dela ser dispensada, não nomeada.
Randolfe pergunta se ela percebeu ser questão política. Luana diz que tudo é político quando estão lá dentro, há essa carga política.
E mesmo ela não sendo nomeada ocorreu um trabalho muito bom, mesmo em tempo muito curto.
Randolfe então reforça que não foi da parte de Queiroga não nomear ela.
Luana diz que foi de Queiroga a decisão e não veria motivos para que ele tomasse essa decisão.
Randolfe lê as diretrizes para que sejam contratados profissionais técnicos e reafirma que Luana seria primeira infectologista da equipe do ministro Queiroga. O que significa que agora MS não tem infectologistas em seu quadro de secretariado.
Para Randolfe o vero claramente foi por conta do que ela expôs e apresentou para todos. Recorda o a fala inicial de Luana, em que ela denuncia o quanto tem sido mal utilizado o termo meta-análise.
Lê trecho de uma depoente sobre o tema e pede que Luana opine.
Luana diz que tentará contribuir sendo mais breve possível. Reforma que meta-análise é estatística e que se condensam os estudos para que se tenha força, peso. Ela diz que existe muita confusão entre pesquisadores sobre termos como metanálise e revisão sistemática.
Luana reafirma que os melhores estudos são os duplo cegos controlados com placebo. Onde é feita comparação de eficácia, mortalidade e outros dados que querem saber; que grupos devem ser mais similares possíveis para deixar mais homogêneos possível.
Posto assim metanálise não pode ser usada para medicações.
Randolfe apresenta vídeo do presidente da república fala sobre a covid-19 no Brasil. Aparecem no vídeo falas como: gripezinha, brasileiro não pega nada, não sou coveiro, sou messias e não faço milagre, direita toma cloroquina e esquerda tubaína...
Pergunta qual impacto essas declarações teriam em qualquer epidemia. Luana diz que não quer que sua participação na CPI fosse usada de forma diferente de sua participação no MS, de forma técnica.
Ela diz que essa situação é muito difícil e que compreende perfeitamente que existam consequência de determinadas políticas públicas. Afirma que uma de suas atribuições é de minimizar impactos.
Ela diz que é difícil ouvir declarações como essa, de quem quer que seja, sem personalizar na figura do presidente, tem impacto emocional que vai além do racional do qual se trabalha o dia inteira.
Para ela como infectologista e educadora em saúde sucinta a ideia de que ela precisa trabalhar mais, informar mais as pessoas, porque apara ela parece que falta informação de qualidade e que seja passada de forma que as pessoas tenha condições de compreender. Para ela dói.
Randolfe lamenta que ela não esteja no Ministério da Saúde, pois quem sabe ela poderia aconselhar o presidente e evitarmos cenas como as do vídeo apresentado.
Reunião suspensa por 20 minutos.

[Camarote, vamos almoçar?]
Camarote!

Voltamos...
Senador Eduardo Girão (PODEMOS-CE) diz ficar evidente que há dois pesos e duas medidas. Afirma que ocorreu comportamento desrespeitoso com a médica Nise Yamaguchi, com nota de repúdio da associação de Médicos Pela Vida.
Senador Eduardo Girão pede que os especialistas não sejam desconvidados, pois segundo ele precisam ser ouvidos os favoráveis e os contrários ao tratamento precoce.
Girão tece elogios a Luana, depois pergunta que impacto tem na gestão da pandemia a corrupção. E dá dados entre 2008 e 2018 de fechamento de leitos (40 mil conforme dados do SUS). E que falta fazem esses leitos.
Luana agradece o elogio ao português e que sua mãe, que é professora, ficará feliz.
Sobre corrupção ela responde que corrupção mata, pois desvia dinheiro de onde deveria ser investido.
Girão diz ser a favor das vacinas, higiene, higienização, uso de máscaras e distanciamento físico. Mas diz estar convencido pelas mais de 10 lives e pelo debate feito na casa, de que existe tratamento precoce.
Girão diz estar convencido do tratamento precoce e que é favorável a autonomia de médico e de paciente.
Lê trechos que foram informados para ele sobre tratamento precoce. A referência é do grupo de 14 mil médicos que defendem tratamento precoce.
Girão apresenta um gráfico em pirâmide de metodologias.

Luana informa que no topo está análise sistemática, pois metanálise não é uma metodologia mas uma ferramenta estatística.
Girão cita tamiflu e AZT; fala que estudos da OMS tem sido vistos como verdades absolutas e que é mesmo que estudos fraudados (ele repete o termo) da Lancet.
Girão afirma que muitos pobres não tem direitos a tentativa de tratamento e que automedicação é perigosa. Segundo a leitura de Girão, na Índia, onde adotavam ivermectina e tinham bons números ocorreu retorno dessa adoção.
Luana Araújo diz reconhecer sacrifício e o esforço de todos os colegas, mas também reconhece a falta de informação que foi repassada ao senador.
Luana reforça que todos os países sofreram em termos de saúde e economia, mas que os colegas não estão embasadas suficiente.
Sobre a OMS, Luana salienta que nunca trabalhou para ela, mas que a organização visa uniformizar procedimentos para países com contextos totalmente diferentes de outros.
Luana diz que é de direito do senador ignorar OMS, mas precisará ignorar as demais sociedades e instituições (cita os principais organismos reguladores de países desenvolvidos e em desenvolvimento)
Luana ainda reforça que ninguém demoniza cloroquina e hidroxicloroquina, pois são medicações usadas na dose correta, com pessoas que devem utilizar. Uso off-label deve ser com responsabilidade.
O profissional deve ser responsabilizado. Não pode ser prescrito medicamento e se paciente fica bom você é o máximo e se morrer foi porque Deus quis.
Luana reafirma que medicações que foram citadas com Girão era antivirais, haviam motivações de uso.
Repete que podem ser feitos inúmeros estudos porcaria.
Girão pergunta se ela é contra autonomia. Luana repete que não é contra autonomia, mas responsabilização do médico pela prescrição.
Luana Araújo repete que a conjuntura indiana foi em razão de forte processo migratório no território, que depois foi encerrado e a situação amenizada. Frisa que ocorreu relaxamento de medidas e isso fez a pandemia chegar aos dados que eles possuem hoje. Não é sobre ivermectina
Girão pergunta porque se ouve sobre remdesivir e não se ouve sobre cloroquina e hidroxicloroquina. Luana reforça que remdesivir tem estudos mais robustos.
Girão diz que OMS não aprova.
Luana relembra que OMS concatena protocolos para um grupo de países muito diferentes, remdesivir é um medicamento muito caro e usado em um grupo específico de pacientes. Não é a realidade para todos os países.
Reforça que uma coisa é aplicar isso em um país, outro é como política pública via OMS.
Renan Calheiros diz que vê lógica em Luana não ser nomeada, pois ela é muito bem formada e lúcida.
Senador Jorginho Mello (PL-SC) diz que Luana é muito preparada e elogia. Elogia a presença do pai dela que é advogado e médico. Pergunta se foi pela preocupação com a inquisição de Nise.
Luana explica que aprendeu a ler e estudou muito em casa, que pai fez direito para entender algumas situações legais que ocorriam com a filha dele. Por isso ele é advogado e está acompanhando ela agora.
Jorginho pede comentários sobre Queiroga como ministro e quais expectativas dela com condução do MS. Luana diz que Marcelo é capacitado e bem intencionado, baseado em conceitos corretos para um gestor de saúde enfrentando crise como essa.
Jorginho pede visão de Luana que chamou alguns debates de anacrônicos.

Luana reforça que há ameaças concretas (pandemia) e que precisamos trabalhar em conjunto. Volta dizer que se perde muita energia com discussão de tratamento precoce, que é ineficiente.
Que discutir tratamento precoce como se a gente comesse demais o dia inteiro, mas engasgasse com azeitona... e culpasse a azeitona.
Jorginho pergunta das vacinas.

Ela diz ser eficiente, eficaz. Que não se vê grandes casos de doenças que se viam 20, 30 anos atrás é por causa das vacinas.
Luana diz que é preciso que as pessoas entendam que a qualidade de vida que temos hoje é por um excelente plano de imunização. Que sempre foi levado por mulheres muito fortes e que as pessoas precisam acreditar no programa de vacinação.
Jorginho pergunta sobre pessoas que tomaram duas doses e morreram. Luana diz que pode ocorrer, porque vacinas não são 100% eficazes. Lembra que Brasil é um país enorme e que a quantidade de pessoas vacinadas e que vão a óbito será ínfimo.
Luana relembra que idoso, por exemplo, além de ser vacinada precisa de proteção por medidas não farmacológicas tanto pessoais quando da sociedade.
Senador Rogério apresentou vídeos onde mostravam Arthur Weintraub reclamando do uso de máscaras e de multas nos EUA por não utilizar.
Senador Rogério segue mostrando material de Arthur Weintraub e outros governistas, contra isolamento social e uso de máscaras.
Agora vídeo apresentado mostra Bolsonaro falando sobre decreto contra governadores e prefeitos realizarem medidas restritivas.
Fala agora Rogério Carvalho (PT-SE). Lembra um tweet de Osmar Terra em que fica claro a defesa da imunidade de rebanho. Mostra um vídeo em que Arthur Weintraub e Eduardo Bolsonaro falam contra máscaras. Segundo levantamento do G1, Jair Bolsonaro só usou máscara em fevereiro e +
após o discurso de Lula. Afirma que Weintraub e Eduardo fazem parte do gabinete paralelo. Sobre o isolamento social, o senador mostra um tweet de Carlos Bolsonaro contra medidas tomadas por estados e municípios e usa uma imagem falsa pra dar impressão que policiais prendem
violentamente pessoas por causa do isolamento. Outro vídeo mostra o Presidente da República onde ele fala sobre um decreto que pretende baixar contra essas medidas. Filipe Martins também fez um tweet contra a Coronavac.
Numa pandemia o importante é evitar a infecção, porque deixar chegar ao serviço de saúde é incompetência. No momento, várias capitais já estão chegando aos 100% de lotação de leitos de UTI.
Senador segue dizendo que é claro que todas as medidas foram negligenciadas e que houve um confronto entre quem deveria coordenar e a ponta da linha. Até na compra de vacinas, o governo federal sabotou.
Chama a atenção pra volta do debate sobre a ciência. Lembra que é médico e que quem tem fé pública pra definir isso é a Universidade onde ele estudou. No caso de remédios, a fé pública está nos testes.
Diz que pode ter 100, 500 mil médicos que defendem, mas o que define a fé pública é o estudo científico feito com todo o rigor possível. Afirma que não se pode expor a população a testes aleatórios.
A cloroquina, então, se tornou um placebo da pandemia: você dá o remédio para que as pessoas possam se expor e adquirirem a imunidade de rebanho. Chama a estratégia de macabra. Quando não se tem medicamento contra um determinado agente, é preciso fazer, além das medidas +
não farmacológicas, monitoramento através da atenção básica para que se possa decidir o que usar em determinados pontos da doença. São substâncias antiinflamatórias, anticoagulantes, mas não de atacar o vírus, apenas na evolução da doença.
Se o TrateCov fosse app de monitoramento, talvez não estivéssemos discutindo isso.
Luana concorda com a exposição e lembra que ciência não é opinião, é método.
A dra. segue falando que a distribuição dos kits covid foi ampla no país e que não teve impacto algum nos nossos dados. Ela diz não acreditar que há má-fé, mas falta organização.
Conclui dizendo ser fã da nossa atenção primária. Saúda os agentes comunitários de saúde, diz que são muito desvalorizados quando deveriam ser exaltados e aproveitados, porque eles conhecem melhor as nossas vulnerabilidades.
Fala agora de forma remota, Marcos do Val (Podemos-CE). Sobre o gabinete paralelo, começa dizendo que no seu gabinete sempre recebe especialistas de cada área, mas a decisão cabe a ele o que fazer.
Acredita que “já deu” de falar sobre gabinete paralelo. Sobre a cloroquina e vacina, ele diz que foi diagnosticado com covid no início da pandemia e o médico receitou o kit covid e ele ficou bom, mas não quer dizer que é contra vacina. Fala que “é lógico” que a vacina é +
a solução. Diz que isso não invalida o tratamento precoce e que achava que canibalismo só existia no parlamento, mas que está vendo que isso existe na área médica.
Fala que tem recebido várias mensagens de médicos indignados que ela está se achando a dona da verdade. Diz que ele tem aprendido a ser amigo de pessoas que pensam totalmente diferente dele, mas isso não lhe dá o poder de desmerecer o outro e chamar de irresponsável.
Afirma que a certeza só virá com o tempo. Pede união da classe médica, lembra que a vacina já está aí.
[vazando o áudio do Omar]
Marcos chama atenção pra isso.
Randolfe diz que quer saber se tem pergunta.
Omar grita que depois de horas, Marcos vem defender a cloroquina
Marcos Rogério reclama.
Randolfe diz que ninguém ainda tinha negado a ciência.
Questão de ordem de Alessandro Vieira pedindo pra deixar ele falar, porque a Luana pode muito bem defender a ciência.
[Omar reclamando muito nos bastidores]
Marcos do Val diz que não estão entendendo, ele não é contra a ciência. Pergunta se o ministro explicou o que esperava dela e o que faltou pra validação política.
Luana diz que não é dona da verdade e representa uma classe enorme de cientistas que, apesar da dificuldade, levam +
seu trabalho a frente. Afirma que colocou o embasamento técnico das maiores agências do mundo e que ele pode questiona-la, mas não as agências.
Marcos diz que não falou isso, pediu respeito.
Luana diz que respeita, mas há uma diferença entre respeito e responsabilização.
Dra. diz ter bastante confiança em sua competência, porque ouve e aprende tudo ao redor do mundo.
Marcos diz que depois ela resolve isso e tem outras perguntas. Quer saber se faltou validação política.
Luana diz que não sabe e que essa pergunta seria melhor pro ministro
Marcos pergunta se a posição dela sobre tratamento precoce pesou na decisão.
Luana diz não saber e que, se teve, é frustrante.
Marcos diz que em 22/05 o MS publicou nota explicando que ela não oficializada e agradece os serviços prestados. Ele quer saber quais serviços são esses e qual o trabalho feito de combate à pandemia. Também quer saber se houve pressão ou interferência.
Luana afirma não ter sofrido nenhuma interferência. Sobre a pandemia, ela atuou atendendo pacientes e consultoria de saúde global. No MS, assessorou o ministro em questões específicas e buscou organizar a estruturar a secretaria e tentar antecipar problemas, que acabaram +
por acontecer, como a variante indiana. Também contribuiu para o programa de testagem.
Fala agora Alessandro Vieira (Cidadania-SE). Ele começa falando sobre a presença dela e sua coragem, ainda mais como mulher. Pergunta sobre a pirâmide de evidências.
Luana lembra que não tem senadoras mulheres e isso é grave. Temos que dar condições pras meninas chegarem ali.
A pirâmide é uma categorização de força sobre a verdade.
Alessandro pergunta se teve alguma evidência qualificada pro uso de remédios
Luana “não”
Alessandro pergunta se há evidência pro não uso
Luana diz que sim e que o mundo inteiro segue essa evidência
Alessandro pergunta qual seria a posição dela se não tivesse autonomia.
Luana responde que o Ministro compreendeu, dada a complexidade da secretaria. Diz que não faria mais parte do governo se não tivesse autonomia. Lembra que autonomia não é liberdade plena, mas é equilibrio.
Luana lembra que médicos tendem a se sacrificar pelos seus pacientes, mas existe um limite.
Com a palavra agora, Luiz Carlos Heinze (PP-RS). Diz que há outros infectologistas trabalhando no governo. Começa falando sobre vários cientistas que defendem o tratamento precoce, incluindo o DJ RAUL
Mostra um trabalho da Universidade de Washington, outros 2 do Reino Unido e Austrália. Fala que esses países estão mudando de posição.
Luana pergunta se ele conhece um prêmio que o DJ RAUL ganhou no ano passado e recomenda checagem sobre isso (VAMOS POSTAR FORA DESSE FIO)
A dra. diz que o volume de evidências ainda não são suficientes pra fazer disso política pública.
Heinze segue afirmando que Reino Unido e EUA vacinaram mais de 80%, que Índia e China usam o medicamento e têm um índice de mortalidade menor. Sobre a Índia, usa-se o tratamento +
e a vacinação (já desmentimos tudo isso aqui).
Luana pergunta se ele credita esse desempenho ao tratamento precoce.
Heinze “sim”.
Doutora lembra que a pandemia é muito maior do que o uso de fármacos. Lembra que já falou sobre a Índia.
Ela discorda e diz “não é isso que a ciência mostra, lamento”.
Sobre um estudo na Lancet, Heinze pergunta se ela sabe quem pediu essa pesquisa. Luana responde que não. Heinze reafirma a fake news de que é de uma atriz pornô.
Luana diz não saber e lembra que o DJ RAUL +
também se retratou.
Heinze diz que ele continua a favor da cloroquina
“O que é lamentável”, responde Luana.
Heinze fala sobre o estudo em Manaus onde morreram mais de 20 pessoas.
Omar interrompe e pede respeito com os profissionais, principalmente o Dr. Marcos Lacerda, que comandava o estudo.
Luana diz que não conhece o Dr. Lacerda, mas que é preciso analisar o estudo dele com detalhes. Nenhum dos pacientes que foram a óbito foi em decorrência da cloroquina.
Heinze diz que todos esses estudos são com pacientes graves e isso distorce. Pergunta quantos pacientes ela +
tratou com resultados positivos.
Luana diz que foram muitos pacientes e que nunca prescreveu o kit covid, o número exato não consegue dizer pois trabalha ininterruptamente há 14 meses.
Heinze diz que mais de 20 usam.
Luana “são mais de 200 países, senador”
“Mas 28 usam”
“Mas os outros não”
Luana lembra que patente não é comprovação de eficácia. Qualquer avanço no sentido, é bem vindo, mas não é comprovado ainda.
Heinze diz que ela falou sobre médicos curandeiros.
Luana diz que não, que o neocurandeirismo tem a ver com políticas públicas.
Heinze diz que elas foram retiradas, mas funcionaram.
Luana diz que tem uma razão por elas terem sido retiradas.
Heinze fala que ela é contra tratamento precoce.
Luana diz que não, é a favor de tratamento precoce que funcione.
Agora Heinze compara taxa de letalidade entre cidades. Se não tivesse a criminalização, teríamos menos mortes. Segue dizendo que os remédios foram criminalizados e que aqui é política, que a grande mídia é política.
Luana diz que a questão política não é de sua alçada. Pergunta como ele chegou nessas conclusões, porque se isso realmente aconteceu é fantástico.
Heinze diz que estão sendo comprovados. Sobre a utilização de plasma, fala de trombose e mutação.
Luana diz que trombose e +
mutação não acontece. Sobre o plasma, foi usado e depois percebeu-se que não funciona. Nunca foi usado como política pública.
Heinze quer saber como ela fala que essas drogas são ineficazes
Luana diz que são vários estudos que comprovam
Heinze diz que os estudos foram retratados.
Luana diz que não citou esses estudos e vai mandar pra ele estudos de maio.
Heinze diz que EUA está revendo, Itália reviu, etc e o que está acontecendo no Brasil é criminalização de um governo. Amapá teria a menor letalidade do país.
Randolfe diz que esse dado está errado e que Heinze está mentindo.
Heinze fala que os 4 médicos que Randolfe queria +
estão p da vida com ele.
Randolfe segue dizendo que é mentira.
Heinze diz que são dados do estado do Amapá.
Randolfe “números fraudados”
Omar lembra que todas as capitais têm letalidade maior, pois são maiores, e quando ele cita cidades do interior é diferente. O Amapá é o 16° em termos mundiais e o dado de Heinze está errado.
Marcos Rogério sugere que o Amapá forneça os dados corretos para a CPI.
Heinze segue defendendo que os dados são reais.
Randolfe lembra que até a agência pública já desmentiu.
Omar lembra que Queiroga estará na CPI semana que vem e que daí já pode responder sobre isso.
Marcos tenta apelar, Omar nega. Marcos Rogério pede pro ministro trabalhar. Omar diz que ontem ele tava anunciando a Copa América ao lado do presidente então não está na linha de frente.
Heinze pergunta sobre os médicos que deveriam vir hoje.
Onar diz que irá remarcar. Dia 8, Queiroga, dia 9, Élcio Franco, dia 10, Wilson Lima, dia 11, mais médicos
Marcos fala que pediu antecipação, não pra colocar no final da fila e que o caso do governador é mais grave. Diz que tirar o ministro na linha de frente é errado.
Omar diz então que ele peça ao ministro não mentir.
Marcos diz que ele não tem autoridade pra saber se ele +
estava mentindo. Pede respeito.
Omar diz que ele não respeita ninguém. O presidente e o ministro foram anunciar Copa América.
Marcos chama Omar de desatualizado.
Heinze está indignado com a Nathália Pasternak na sexta, porque não aconteceu o debate dos médicos hoje também.
Com a palavra, Leila Barros (PSB-DF), lembra que ontem foi Dia da Liberdade de Imprensa e o presidente agrediu uma apresentadora da CNN Brasil. Se solidariza com a jornalista.
Afirma que os jornalistas são atacados por pessoas que não convivem bem com a democracia. Sobre a fala de Luana sobre a falta de mulheres, Leila diz que estão todas aqui.
Luana se diz muito feliz em vê-la. Ela parece ser fã da jogadora.
Leila diz que a falta de autonomia do ministro da Saúde parece seguir, assim como foi com Mandetta e Teich. Ela acredita que a posição contrária ao tratamento precoce foi a motivação de sua saída. Pergunta se ela ainda acredita que Queiroga irá desenvolver um trabalho que o +
Brasil precisa pra salvar vidas.
Luana diz que Queiroga prece ter competência pra ultrapassar as dificuldades. Lembra que a situação é complexa e que exige um jogo de cintura pra lidar com todas as coisas da política.
Luana deposita suas esperanças em Queiroga e espera que ele tenha sucesso.
Leila lembra a fala de Luana sobre a cloroquina em que chama de neocurandismo. Quer saber se ela acha que é possível haver uma grande conspiração para manchar a imagem de medicamentos.
Luana considera essa hipótese “absolutamente fantasiosa”. Chama as teorias de conspiração de perigosas. Diz que tudo é hipótese, mas olhando os dados científicos essa discussão é contraproducente.
Sobre a promoção do tratamento precoce, Leila pergunta se a promoção incessante não produz a falsa sensação de segurança.
Luana diz que sim, claramente. Quando as pessoas consideram que existe algo rápido e barato e que substituiria todos os outros hábitos que exige +
uma educação, vão para o mais simples. Quando é colocado em forma pública, encontra eco em pessoas desesperadas. Como profissional, ela deve achar soluções para as pessoas que não podem fazer isolamento social.
Infelizmente, o uso dos fármacos não é uma estratégia.
Leila pergunta se essa confiança não faz as pessoas serem negligentes.
Luana “sim”.
Randolfe diz que esse “bate bola”, e pede perdão pelo trocadilho, foi o melhor da CPI. Risos.
Fala agora Zenaide Maia (PROS-RN). Lembra que é médica, não com o currículo de Luana, mas que tem tentado, junto com outros senadores médicos, falar sobre o que ela falou.
Concorda com Luana se a ciência não está dividida. Diz que sem ciência não tem democracia.
Afirma que não médicos não podem fazer achismo. Pergunta se ela chegou a falar com Queiroga sobre a importância de uma campanha nacional.
Luana diz que médicos orientam, mas no final das contas é o paciente. Não se recorda de ter discutido isso com o ministro, mas que era um +
dos pilares da secretaria que ela estava montando.
Zenaide diz que não há dúvidas que os ministros não tinham autonomia e se preocupa que Queiroga, competente como é, também não a tenha.
Senadora segue afirmando que são 12 mulheres de 81 senadores e que, mesmo sem membro efetivo da CPI, as mulheres sempre estão presentes.
Sessão suspensa por 5 minutos.
Voltamos!

Palavra agora de Jean Paul Prates (PT-RN). Sobre autonomia médica, quer saber até onde ela vai em relação a testes com pacientes, também com receitas à distância. Além disso, pergunta quem pune e porque não está punindo.
Sobre Porto Feliz, o prefeito teria sido reeleito com a entrega de ivermectina como “santinhos”, segundo o senador.
Luana não acredita na criminalização, mas é preciso ter na cabeça que a responsabilização da prescrição é do médico. A medicina não é uma ciência exata. Mas +
existem caminhos a serem seguidos. É preciso entender o risco e o benefício e informar o paciente.
Jean quer saber quem tem o dever de cobrar se o trabalho está sendo feito de forma correta e quem responsabiliza quando for unânime que esses remédios não funcionam.
Luana diz que há conselhos éticos dentro dos conselhos de classe.
Jean quer saber como esses conselhos têm +
se posicionado.
Luana diz que não sabe.
Jean responde que estão omissos e entende que ela não quer se constranger.
Omar diz que estavam esperando posicionamento do Conitec.
Jean quer saber até quando a gente pode esperar.
Omar espera que Queiroga diga em que ano o Conitec se pronunciará. Não crê que os médicos prescrevam remédios por má fé.
Jean diz que alguns abraçam a medicina e depois outras atividades e, assim, usam a medicina pro bem próprio e essas são condutas criminalizáveis.
Luana diz que quem está na ponta e vê os horrores faz o que pôde. A obrigação é educar melhor todos os médicos. É preciso proteger os médicos que não podem ser jogados na fogueira que não faz parte da área.
Omar afirma que equívocos acontecem, ruim é quem não faz autocrítica. Diz crer na ciência e que o médico está sempre se aperfeiçoando.
Último inscrito senador Izalci Lucas (PSDB-DF) cumprimenta a Luana Araújo e a seu pai. Afirma estar emocionado com a competência e a aula da infectologista.
Senador Izalci Lucas (PSDB-DF) recorda que após um ano não é preciso mais falar desse assunto, que já está muito claro. Não haveria, assim, a necessidade dos especialistas que iria debater o tema em audiência pública.
Izalci Lucas (PSDB-DF) recorda que apesar da cepa indiana, não está ocorrendo qualquer controle em aeroportos. Concorda com Luana quando fala da prevenção e da ciência. Afirma estar indignado pela falta de investimentos em pesquisas.
Izalci Lucas quer aproveitar a fala pela antecipação da vinda do governador do Amazonas, segundo ele pedido do senador Marcos Rogério é coerente. Recorda que ocorreu operação da PF no Amazonas.
Izalci Lucas diz que DF não tem insumos, não tem gases, há déficit, não tem crédito e que precisa antecipar secretário e o que ele chama de máfia existente no Distrito Federal.
Izalci quer que antecipem as oitivas de secretários de saúde, especialmente do secretário de saúde do DF.
Izalci elogia Luana Araújo, mais uma vez, como referência. Diz ser uma falta de consideração ela não saber o porquê de não ter saído sua nomeação, ele diz que vai fazer um requerimento de informações para saber sobre isso.
Izalci diz confiar na ciência brasileira, reforça que o que falta é apoio e estrutura. Que Brasil precisa dominar estrutura de vacinas.
Parabeniza pai de Luana, presente na CPI, por estar ali.
Luana aproveita para falar que temos cérebros maravilhosos no Brasil, que são pedirmos para exterior. Ela mesma foi para exterior e quase não retornou.
Diz que uma experiência que fica é a necessidade de investirmos.
Randolfe pede para fazer uma pequena questão, sobre a fala de Luana sobre plano que ela teria preparado sobre a questão da variante indiana.
Luana diz que não havia plano para evitar importação da variante, mas no plano de testagem havia um braço para controle e detecção da variante.
Para que se protegesse tanto da emergência de novas variantes no país quanto da importação delas. Afirma que provavelmente a secretaria já possuía algum plano nesse sentido junto a agência sanitária.
Senadora Simone Tebet (MDB-MS) afirma que a infectologista honra todas as mulheres do Brasil. Diz que acompanhou o tempo todo na estrada, o quanto pode, mas não conseguiu ver oitiva na íntegra.
Sobre fala Izalci, Simone diz que não é preciso requerimento para saber porque ela não foi nomeada. Pela falta de Luana pode ser visto que ela respira ciência e que governo federal impediu ministro Marcelo Queiroga de conseguir a nomeação.
Simone Tebet recorda que é impossível descartar as experiências de outros países, para que não se perca tempo e não se percam mais vidas. Diz que vai fazer perguntas objetivas, de sim ou não. Pois Simone não quer julgamento político, quer juízo de valor técnico.
Simone cita falas de Luana sobre erros cometidos na pandemia, pergunta se governo federal minimizou a gravidade da pandemia. Luana diz que no início podemos ter avaliado mal, que isso ocorreu em vários países
Tebet pergunta se faltou promoção e divulgação de medidas preventivas. Ela concorda que faltaram ações.

Tebet pergunta se ocorreu promoção de tratamento precoce. Luana responde que "ééee.."
Sobre falta de equipes técnicas, Luana confirma que faltam técnicos em todas as instâncias.
Sobre testagem em massa, Luana diz que testagem em massa é um doa pilares para uma resposta eficaz para pandemia. É motivo pelo qual plano foi criado e espera que seja realizado em sua integralidade.
Tebet fala sobre estoque me medicamentos e insumos.

Luana diz que para que Brasil tem autonomia para aumentar estoques de forma ágil precisa de um pacto de desenvolvimento tecnológico nosso. E que é possível fazer isso de forma tripartite, com apoio de uma coordenação central.
Luana afirma que é preciso fortalecer a atenção básica, pois isso minimizaria impactos referidos por Simone Tebet.

Sobre medicações muito usados no Brasil, Luana diz que é muito difícil prever pois há muitas variáveis que influenciam. Que é preciso ter planos, saídas.
Tebet pergunta se o atraso nas vacinas gerou aumento de risco de novas cepas, transformando Brasil em epicentro e "covidário" no sentido de novas cepas.
Luana diz que toda ação que contribui para fluxo livre faz com que o vírus ganhe, fique a nossa frente. Recorda que vacina não é única prevenção, mas as medidas não farmacológicas ajudam a reduzir risco de novas variantes.
Tebet pergunta quanto a disseminação de fake news pode levar ao uso indevido de medicamentos e ao receio de vacinas. Luana diz que informação correta também é vacinação.
Ressalta que isso não é um fenômeno exclusivamente brasileiro. Aproveita momento para agradecer ao suporte da SBI e de colegas. que mandaram mensagens compreendendo que estão todos do mesmo lado sendo preciso agora remar na mesma direção.
Luana afirma que depois que a pandemia for resolvida, as pessoas podem voltar a digladiar por qualquer coisa que seja, até lá que entendam a gravidade do que passamos e trabalhem em conjunto.
Tebet usa seus minutos finais para recordar documentos em que governo já previa quais seriam as possíveis acusações contra eles na CPI.
Com sala de reuniões quase vazia, Omar Aziz aprova ata da reunião.
Randolfe declara que Luana dá muita esperança à todos nós, lembra que hoje presidente fará um pronunciamento e que roga a Deus para que ilumine a mente do presidente da República.
Omar Aziz encerra a reunião e convoca os senadores para dia 08 de Junho quando será ouvido Ministro da Saúde Marcelo Queiroga.

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1 Jun
Olá, @SenadorHeinze, o senhor está se utilizando de fake news. Os EUA vacinaram apenas 41% da população. Esse dado você acha diretamente no Google, só pesquisar por “EUA vacinação”.
No Reino Unido, apenas 38,3% da população foi totalmente vacina. Esse dado o senhor encontra da mesma forma, substituindo “EUA” por “Reino Unido”
O surto na Índia não foi apenas em uma província, como o senhor falou, mas em todo o país.

bbc.com/portuguese/int…
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1 Jun
Essa é a mensagem do whatsapp de Nise Yamaguchi para Luciano Azevedo Art. 4° Esta resolução entra em vigor na data de sua publ
Ata Notarial com a conversa entre Nise e Luciano sobre o decreto presidencial
#acessibilidade O Presidente da República, no uso de suas atribuições e,
Considerando o decreto n°, de de de
Considerando o dever do Estado de garantir os meios indispensáveis à prevenção à promoção e à recuperação da saúde;
Considerando a necessidade de oferecer +
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