Na oitiva do dia 01 de Junho de 2021 a médica Nise Yamaguchi afirmou que "Não existiu ideia de mudança de bula por minuta e nem por decreto".
Mas não foi isso que Mandetta e Barra Torres disseram em seus depoimentos.
Segue o fio 🧶
04/05/2021 - 3º Reunião semipresencial da CPI da Pandemia - oitiva de @lhmandetta (extraído das notas taquigráficas do @SenadoFederal)
RENAN CALHEIROS (MDB - AL) – Em entrevista ao El País de agosto do ano passado, V. Sa. disse que – aspas: "Ele se aconselhava muito pouco com os ministros. Tinha um aconselhamento paralelo.
E, quando você tem pessoas que te aconselham falando o que você quer ouvir, dizendo que você está certo e que isso vai acabar, não escuta a ciência". Quem eram essas pessoas a que V. Exa. se referia?
LUIZ HENRIQUE MANDETTA – Olha, Senador, eu, por exemplo, testemunhei várias vezes reunião de ministros em que o filho do Presidente, que é Vereador no Rio de Janeiro, estava sentado atrás tomando as notas da reunião.
Eles tinham constantemente reuniões com esses grupos dentro da Presidência. O Ministro da Saúde é um ministro que é convocado pelo Presidente para conversar, ele é chamado para conversar, ele é chamado para prestar as suas explicações.
Eu estive dentro do Palácio do Planalto quando fui informado, após uma reunião, que era para eu subir para o terceiro andar porque tinha lá uma reunião de vários ministros e médicos que iam propor esse negócio de cloroquina, que nunca eu havia conhecido.
Quer dizer, ele tinha um assessoramento paralelo.
Nesse dia, havia sobre a mesa, por exemplo, um papel não timbrado de um decreto presidencial para que fosse sugerido, daquela reunião, que se mudasse a bula da cloroquina na Anvisa, colocando na bula a indicação de cloroquina para coronavírus.
E foi, inclusive, o próprio Presidente da Anvisa Barra Torres, que estava lá, que falou: "Isso não". E o Ministro Jorge Ramos falou: "Não, não, isso daqui não é nada da lavra daqui. Isso é uma sugestão".
Mas é uma sugestão de alguém. Alguém pensou e se deu ao trabalho de botar aquilo num formato de decreto.
Então, por essas questões indiretas – de: "Ah, está tendo uma reunião com outros médicos, com outras pessoas, com outros auxiliares..." –, eu imagino que (...)
(...) ele construiu fora do Ministério da Saúde alguns aconselhamentos que o levaram para essas tomadas de decisões que ele as teve, mas eu não saberia lhe nominar a cada uma delas.
11/05/2021 - 6º Reunião semipresencial da CPI da Pandemia - oitiva de Antonio Barra Torres (extraído das notas taquigráficas do @SenadoFederal)
RENAN CALHEIROS (MDB - AL) – Quem elaborou ou quem defendeu o documento, ou a mudança na bula.
ANTONIO BARRA TORRES – Esse documento foi comentado pela Dra. Nise Yamaguchi, o que provocou uma reação – eu confesso – até um pouco deseducada ou deselegante minha.
A minha reação foi muito imediata de dizer que aquilo não poderia ser, porque... Talvez não seja do conhecimento de V. Exas., mas só quem pode modificar uma bula de um medicamento registrado é a agência reguladora daquele país, mas desde que solicitado pelo detentor do registro.
Então, vamos trocar isso em miúdos. O laboratório X fabrica o remédio. Então, o laboratório X descobre, através de estudos clínicos, que aquele remédio tem uma outra utilização. Isso representa benefício para a sociedade e, obviamente, ganho de dinheiro para aquele laboratório.
Então, ele anexa um pesado dossiê de estudo clínico comprobatório de que aquela nova indicação é comprovada, dá entrada na agência reguladora do país e solicita alteração de bula por inclusão, por supressão, por ajuste.
Então, quando houve uma proposta de uma pessoa física fazer isso, isso me causou uma reação um pouco mais brusca. Eu disse: "Olha, isso não tem cabimento, isso não pode". E a reunião, inclusive, nem durou muito mais depois disso. Eu acho que...
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O agravamento da pandemia gerou escassez de leitos UTI e crescentes filas nos hospitais do Ceará, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe, Tocantins e Distrito Federal.
Em São Paulo há filas por UTIs em alguns municípios, mas sem precisão de dados pois eles são descentralizados. No Rio Grande do Sul a fila triplicou em maio.
A maior espera por UTI é no Paraná, onde ocupação é de 96% e a fila quadruplicou em maio.
⚠️Relatório especial da revista britânica The Economist, publicado nesta quinta, afirma que Brasil vive sua maior crise desde retorno da democracia.
O relatório traz desafios do Brasil com "[...] estagnação econômica, polarização política, ruína ambiental, regressão social e um pesadelo ambicioso. E teve de suportar um presidente que está minando o próprio governo." diz o texto assinado por Sarah Maslin. (tradução BBC Brasil)
Na conclusão do artigo a revista diz que futuro do Brasil depende das eleições de 2022 e que há urgência em livrar o país de Bolsonaro.
Dr. Mauro Ribeiro foi relator do parecer do Conselho Federal de Medicina, que em 04/2020 autorizou médicos a prescreverem a cloroquina/hidroxicloroquina para tratamento da Covid-19. Mesmo após estudos revelarem a ineficácia das drogas contra a Covid, o CFM mantém o opinativo.
Tão logo foi apresentado, o documento passou a ser contestado por entidades de especialidades médicas. Para os críticos, a manutenção da posição, quase um ano depois, é também uma demonstração de alinhamento político da entidade mais importante da categoria no país.
O 'O Globo' destrinchou o parecer e o posicionamento do CFM, você pode ler o conteúdo integralmente em: oglobo.globo.com/epoca/sociedad…
⚠️ Veículos de imprensa e agências de fact-checking analisaram o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro nesta noite, e identificaram incongruêcias em algumas das afirmações dispostas. Na sequência, acompanhe algumas das informações falsas.
"O Brasil é o quarto país que mais vacina no planeta."
A fala de Bolsonaro leva em conta apenas números absolutos. Em termos proporcionais, segundo painel da Universidade de Oxford, o Brasil é o 83º país no ranking de aplicação da primeira dose e o 85º na aplicação da segunda.
"Terminamos 2020 com mais empregos formais que em 2019."
Bolsonaro baseia esta declaração em dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério da Economia, mas a comparação não é válida, já que houve mudança na forma de cálculo em 2020.
Questão de ordem de Izalci Lucas (PSDB-DF). Pede aprovação de requerimento de governadores.
Omar Aziz diz que já foram convocados alguns governadores e que o primeiro será Wilson Lima, no dia 29. No dia 15, o secretário de saúde do Amazonas.
Izalci quer saber quando os requerimentos vão ser votados.
Omar diz que hoje terá alguns, mas podem passar pra terça.
Ciro Nogueira fala agora e acusa desrespeito contra Nise, uma mulher.
Um documento interno do Ministério da Saúde mostra que uma compra de máscaras impróprias a profissionais de saúde ocorreu por valor acima do praticado no mercado, diz a Folha.
O documento foi enviado
Foram gastos cerca de R$ 350 milhões. Cada máscara custou US$ 1,65, ou R$ 8,65.
A proposta da empresa escolhida, sem licitação, tinha um preço superior à média de preços cobrados por empresas contratadas anteriormente. Pelo menos três resultados apontaram preços menores: R$ 3,33, R$ 5,69 e R$ 7.
O documento foi enviado à CPI da Covid, que passou a investigar o caso.
A pasta adquiriu 40 milhões de máscaras chinesas KN95, que teve o uso por profissionais de saúde desaconselhado pela Anvisa. Na embalagem do produto, está escrito “non-medical“.