"Quando a gente quis criar uma reserva, foi preciso justificar para a Unesco por que era importante que o planeta não fosse devorado pela mineração. Para essa instituição, é como se bastasse manter apenas alguns lugares como amostra grátis da Terra".
"Se sobrevivermos, vamos brigar pelos pedaços de planeta que a gente não comeu. Essas agências foram configuradas e mantidas como estruturas dessa humanidade. E nós legitimamos sua perpetuação, aceitamos suas decisões, que muitas vezes são ruins e nos causam perdas"
Para Ailton Krenak, é simples: não existe democracia no Brasil. Nunca existiu. O Congresso é uma farsa dominada pelas grandes corporações. E quem elegeu Bolsonaro e se diz “surpreso” agora deveria trabalhar para retirá-lo do poder.
"A mineração é parte do jogo de dominação do mundo, a maquinação do capitalismo quando estava se estruturando para comer o planeta. Quando terminou o período de dominação da Europa, vieram as democracias e não mudou nada para a gente. Somos uma plataforma extrativista p/ o 🌎"
"Nós estamos sofrendo a 3a onda de invasão. Teve invasão europeia, depois esse capitalismo global do final do século e agora estamos sendo triturados por essa fúria do capitalismo financeiro do 1º mundo e não tem para onde correr não, é aqui mesmo que vamos ficar", diz Krenak.
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A mineração está no centro da eleição no Peru hoje. Castillo, o candidato de esquerda, tem a "proposta radical" de debater uma Constituição que substitua a do ditador Alberto Fujimori (sua filha é a adversária). Privilégios de mineradoras estão no alvo revistaforum.com.br/global/pedro-c…
Priale, uma aliada de Castillo, destaca que “a orientação básica e elementar é recuperar a soberania sobre nosso país e nossos recursos naturais”. “Não administramos nossos recursos e não temos opção para renegociar os contratos das concessões ou criar estatais".
O Peru é um dos maiores produtores de cobre do mundo. As mineradoras gozam de inúmeros privilégios fiscais e tributários. Influentes politicamente, apoiam Keiko Fujimori, filha de ditador e também acusada de corrupção. A história da América Latina se repete mesmo como farsa.
#retrospectiva2020 Foi um ano brutal para todo mundo, nós sabemos. E na mineração não foi diferente. Publicamos quase 70 matérias em 2020, número impressionante para um projeto independente como o nosso. Mais que a quantidade, revelamos questões gravíssimas. Alguns destaques 👇
Começamos o ano mostrando como o governo de Minas Gerais escolheu 25 projetos de alto risco da Vale como “prioritários” - Brumadinho foi um deles. Especial em 2 partes publicado em parceria com a @mongabay_brasilobservatoriodamineracao.com.br/governo-de-min…
Uma versão diferente da matéria saiu em inglês pela @OCCRP: Behind Vale’s Deadly Dams, a Wave of Lobbying observatoriodamineracao.com.br/behind-vales-d… é uma história sobre como o lobby regional e federal gera tragédias como Brumadinho e Mariana. Do que está por trás das barragens.
>>> Na contramão do mundo, governo Bolsonaro anuncia retomada do Programa Nuclear Brasileiro, não explica de onde virá os R$ 15 bilhões e ignora riscos, relatos de contaminação na Bahia e o custo real dos projetos, incluindo usinas já obsoletas observatoriodamineracao.com.br/na-contramao-d…
Enquanto países como Alemanha, Suíça e Itália caminham para abandonar a geração de energia nuclear, o Brasil vai no sentido oposto. A Alemanha, por exemplo, mantém acordo nuclear com o Brasil desde 1975, firmado na ditadura, mas está desativando todas as usinas em solo alemão.
As metas de Jair Bolsonaro são ambiciosas: investimentos superiores a R$ 15 bilhões, conclusão das obras da usina nuclear de Angra 3 e construção de mais 8 usinas até 2050, retomada da mineração de urânio em Caetité na Bahia e início das operações em Santa Quitéria, no Ceará.
As mentiras que @jairbolsonaro conta na #UNGA#UNGA75 tentam tirar a atenção das suas reais intenções: o projeto de lei que abre terras indígenas para mineração pode representar quase 20 anos de desmatamento na Amazônia e agravar a crise climática global observatoriodamineracao.com.br/pl-de-bolsonar…
Caso aprovada, a proposta pode causar a perda de 160 mil km2 de floresta na Amazônia, área maior que a de países como a Inglaterra. Considerando 2019, que registrou 9 mil km2 de desmatamento, isso significaria quase 20 anos de destruição de mata nativa causado por um único PL.
>>> Um relatório que será debatido hoje no Conselho de Direitos Humanos da ONU, feito após a visita de uma comitiva ao Brasil, afirma que a Vale teve uma “conduta criminosa imprudente” no caso do rompimento da barragem que matou 272 pessoas em Brumadinho observatoriodamineracao.com.br/relatorio-da-o…
Essa seria a real causa do rompimento da estrutura, e não a instabilidade causada pela liquefação, diz o texto, que também coloca o desastre na conta da permissividade geral do governo brasileiro.
“Após os desastres de Mariana e Brumadinho, nenhum executivo corporativo da Vale, BHP ou Samarco foi condenado por conduta criminosa, uma farsa de justiça sugerindo que alguns no Brasil estão de fato acima da lei”, denuncia o texto.
>>> Caso inédito no Brasil, o Ministério Público Federal acaba de pedir uma intervenção judicial na Vale. O objetivo é tentar garantir a segurança de dezenas de barragens da mineradora que estão com risco iminente de rompimento observatoriodamineracao.com.br/de-forma-inedi…
A ação do MPF pede também a suspensão do pagamento de dividendos aos acionistas e de juros sobre capital próprio até que os efeitos da intervenção sejam visíveis e a mineradora prove que está colaborando. A distribuição de dividendos está prevista em US$ 2 bilhões de dólares.
A ação diz que existe na Vale "uma cultura empresarial de deliberada cegueira" para relevar riscos, visando exclusivamente o lucro. O MPF afirma que o sistema de gestão da Vale tem o objetivo principal de eximir de responsabilidade a alta cúpula da mineradora.