Nossa live de hoje na Twitch, 10h, será sobre o "aparelhamento da vida" pelo Bolsonarismo, falaremos sobre como a interferência na CBF não é, nem de longe, um fato qualquer, como ela representa uma disputa pela "alma" do brasileiro.
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Sempre a mesma história: mais uma vítima da violência policial, mais uma vez, os suspeitos usuais, insistem na velha ladainha de que é preciso "modernizar" as polícias brasileiras.
Contudo, se olharmos bem, a polícia brasileira (todas) é a própria definição da "modernidade".
Quando olhamos para a história da segurança pública brasileira, o desenho que ela sofreu a partir dos anos 60-70, compreendemos que ela faz parte de uma operação militar, a chamada Doutrina da Guerra Revolucionária.
A doutrina, criada pelos franceses para massacrar os movimentos insurgentes na Argélia e aperfeiçoada pelos estadunidenses no Vietnã, tem como seu fundamento uma guerra contra uma força que se confunde com a própria população que busca defender.
Hoje é dia de #CPIdaCovid, será o segundo depoimento de Marcelo Queiroga, atual ministro da Saúde. Já podemos imaginar que a Cepa América e o Gabinete Paralelo serão os assuntos do dia.
Lembrando que nossa cobertura começa 9h lá na twitch.
O aparelhamento da seleção de futebol é o último (e mais patético) estado da arte miliciana de gestão política. E falo sério. A organização de peladas é uma parte crucial dessa máquina.
Esse movimento de aparelhamento de todas as esferas da vida é o perigoso (e crucial) momento em que o fascismo constitui para si uma máquina totalitária. Fagocitando não apenas o Estado, mas também a religião e o entretenimento.
Temos um judiciário, um corpo político (incluindo-se aí as FFAA) e uma religião bolsonarista, caminhamos perigosamente para a consolidação de sua arte e esporte.
"O exército brasileiro está se transformando em uma milícia", dizem alguns jornalistas.
Eu pergunto: "quando não foi?"
A única diferença era que antes era uma milícia comandada por generais, agora é a milícia de um capitão.
Você pega a história da Ditadura Militar (e falo isso na condição de alguém que trabalhou na Comissão Nacional da Verdade) e percebe claramente o personalismo do regime e da própria constituição das Forças Armadas.
Pega a história da ascensão meteórica do Figueiredo, a manipulação do regimento pelas mãos do Geisel. Tudo isso para garantir que o seu preferido se tornasse presidente.
Não se enganem, as Forças Armadas NUNCA foram muito diferente disso ai não. O apoio dos generais ao bolsonarismo, de fato, restitui sua posição de destaque, os tempos áureos da ditadura, quando se esbaldavam com o dinheiro do povo brasileiro para não fazer nada decente.
Tem que acabar esse mito de que as Forças Armadas brasileiras já foram algo além de uma aristocracia que vive as custas do povo, eles NUNCA desenvolveram o país, nada. Sua maior contribuição sempre foi a belíssima pintura dos paralelepípedos das vilas militares.
Eu já disse isso antes e repito: Pazuello, Bolsonaro, eles não são pontos fora da curva, eles são a verdadeira face dos militares, do passado, do presente e, infelizmente, do futuro.
Confesso que meu lado insalubre está gargalhando de ver o exército brasileiro reduzido a esse escombro patético, sem autonomia para peitar um presidente impopular, vendo seu código disciplinar reduzido à guardanapo.
Que isso, inclusive, sirva de exemplo para os próximos presidentes toda vez que esse escombro de instituição resolver falar mais alto. Que sejam lembrados e colocados no seu devido lugar.