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Wilson Gomes

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9 Jun

Aí vem uma matéria legal, baseada em uma pesquisa bem-feita, que mostra que 3/4 dos ataques à CPI não refletem a opinião pública, mas um falso público, feito com bots, para criar uma impressão de volume e influenciar as pessoas. Os leitores vão lá e postam "só agora descobriram"

Ou "para surpresa de 0 pessoa", "todo mundo já sabia". Quem escreve isso deve se achar sabidinho e esperto, mas na verdade está dando um baita recibo de uma das pragas políticas contemporâneas: o viés de confirmação. Parte do inferno da polarização tem a ver com essa distorção

Para o sujeito acometido do viés de confirmação só há matérias e dados de dois tipos: os que confirmam o que ele já sabia e os falsos. Na verdade, reportagens e relatórios de pesquisa ou são inúteis, pq ou revelam o que já era do seu conhecimento, ou são errados.

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Wilson Gomes

@willgomes

8 Jun

1) Quantos novos segmentos se agregaram ao bolsonarismo desde que Bolsonaro obteve 58M de votos de um total de 147M de eleitores habilitados? Consigo ver os segmentos que o abandonaram, mas não consigo ver nenhum público que ele tenha atraído. +

2) Desde 2019, temos um governo apoiado por uma minoria, que oscila entre 20 e 30%. Essa minoria não tenha demonstrado capacidade de crescer. Como esse governo pode, então, se transformar em eleitoralmente fortíssimo? +

3) O antipetismo e o lavajatismo já não jogam tanta água assim no moinho de B. Depois de 7 anos, o antipetismo vem, finalmente cedendo. E o lavajatismo, exangue, tenta encontrar o próprio caminho, mas rejeita o bolsonarismo. Sem uma tsunami para surfar, o bolsonarismo é forte? +

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Wilson Gomes

@willgomes

16 May

Lembre-se que, para tantas pessoas, não se trata de política, mas de religião. Eles não se veem como pessoas sustentando preferências em uma sociedade pluralista, mas como servos da divindade tentando, com grande empenho e sacrifício, salvar a sua alma perdida na escuridão

A verdade não lhes chegou por fatos e evidências, mas por Revelação. Assim, não podem reconhecer as posições divergentes como alternativas legítimas, como quer a democracia, mas como o Erro causado ou pela ignorância da Verdade Revelada ou pela Maldade do Pecado

Cabe ao crente (quer dizer ao membro da seita política) a missão, caridosa, de reconduzir a tua alma em pecado à Luz. Por isso, pregar todo dia, no WhatsApp ou em redes sociais, é um ato religioso e santificado de ajudar na salvação das almas perdidas. É por bondade, entendeu?

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Wilson Gomes

@willgomes

5 May

Coisas que todo sudestino deveria aprender na representação do Nordeste. 1) Não é nordeste, é Nordeste; 2) Não existe sotaque nordestino, tanto quanto não existe sotaque sudestino; 3) 99,0% dos nordestinos nunca viram um chapéu vaqueiro na vida fora da Globo e no cinema

4) Não venha aqui e fale "vocês nordestinos" e espere que as pessoas te entendam: o NE é uma demarcação do IBGE nos anos 1960 e não um povo. Muitos dos estados do atual Nordeste eram do Norte antes disso, Bahia e Sergipe eram do Leste.

5) Não existem coisas como "o clima do Nordeste", "a vegetação do Nordeste". Aqui tem Mata Atlântica como no Sul, Floresta Amazônica como no Norte, Cerrado como no Centro Oeste, Semiárido como em Minas.

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Wilson Gomes

@willgomes

4 May

Por enquanto, sou do time que acha que Ciro deveria parar de falar sobre Lula e o PT. Pelo menos por um tempo. Ciro precisa de votos da esquerda e tirar votos de Lula? Sim, claro. Mas vai tirá-los mostrando que Lula é menor do que parece ser? Tenho sérias dúvidas.

Algumas dúvidas se referem ao momento. Estamos naqueles dias do desagravo a Lula, em que até os adversários reconhecem que o sistema político-jurídico jogou sujo com ele. Atacar Lula nesse momento pega muito mal para quem o ataca. É o que eu acho.

Além disso, o argumento "estatisticamente incontestável de que os ricos lucraram muito mais que dos os pobres nos governos de Lula" não é muito forte. Os pobres nunca se comparam com os ricos, o que eles sentem é que a sua vida era muito melhor quando Lula governava. Ponto.

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Wilson Gomes

@willgomes

9 Mar

Os jornalistas e comentaristas de política deveriam abster-se hoje pelo menos dos 3 argumentos mais odiosos: 1) "o efeito Lula sobre os mercados". Gente, vcs já jogaram demais esta carta em 2015 e 2016, não ficam com vergonha de usá-la de novo para assombrar os incautos? +

2) "Isso só vai aumentar a polarização". Jura? Lula ocupou, pelo menos desde 2002, a posição centro-esquerda do espectro político, portanto, bem longe da radicalização. Quem tem uma posição permanentemente radical é o bolsonarismo que precisa necessariamente criar tensão.

Bozo é que não pode parar de buscar posições extremas e distanciar-se de qualquer tipo de moderação. O PT não vai se tornar um partido de extrema-esquerda, que nunca foi do seu feitio, nem Lula vai se transformar numa radical populista e autoritário, ao estilo Trump e Bolsonaro.

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