Preprint da @CellCellPress mostrando:
🔹Escape imunológico da Delta, porém em menor intensidade comparado com a Beta (B.1.351)
🔹Recuperados de infecção por Beta e Gama (P.1) tem risco de reinfecção pela variante Delta (VACINEM-SE!)
🔹Proteção pela vacina é abrangente 🧶
A variante Delta (B.1.617.2) traz muita preocupação pela sua alta transmissão. Em UK 🇬🇧, a variante Alfa (B.1.1.7) era a de predominância - e já tinha um aumento de transmissão, e foi ultrapassada pela Delta, tornando-se a de prevalência nesse país.
O conjunto de mutaçõe que essas variantes (B.1.617.1 e B.1.617.2) carregam podem conferir certas adaptações a essas variantes como, por exemplo, um escape da resposta imunológica em algum grau.
Nesse trabalho, anticorpos de pessoas recuperadas de COVID-19, monoclonais de uso clínico e induzido por algumas vacinas foram testados contra algumas variantes, entre elas, a Delta (B.1.617.2)
Painel de anticorpos monoclonais foram testados, obtidos de pessoas que se recuperaram da infecção por SARS-CoV-2. Uma redução de ~5 vezes na ação neutralizante foi observada, e em alguns casos, o impacto foi maior.
O 253 foi o único que mostrou um aumento na ação neutralizante
Também foram testados coqueteis de AC monoclonais para uso clínico (Regeneron, AstraZeneca e outros). A atividade foi mantida para a maior parte dos casos, mas o LY-CoV555 teve um impacto significativo na ação neutralizante
Os autores também investigaram as interações do RBD com o receptor ACE2. Os dados sugerem (e precisam de complementação) que as mutações L452R e E484Q (B.1.617.1), e L452R e T478K (B.1.617.2 ) levam a um aumento modesto na afinidade para ACE2
Esse aumento da afinidade pelo ACE2 pode contribuir para o aumento da transmissibilidade, mas é importante salientar que outros fatores também podem estar envolvidos e também podem contribuir para essa adaptação
Outro ponto interessante que os autores observaram foi que os anticorpos mais afetados pela variante reconhecem porções próximas onde essas mutações são observadas (sítios).
Mas um ponto interessantíssimo é levantado: Por que pessoas recuperadas da variante Beta estariam suscetíveis a variante Delta?
A resposta em pessoas infectadas por B.1.351 possivelmente produzem um número grande de anticorpos que interagem com o resíduo RBD 484 mutado
Alguns desses anticorpos podem ser sensíveis à mutação do resíduo RBD 478 visto na variante Delta, talvez isso contribua, de alguma forma, para a distância antigênica (esses pedaços que são reconhecidos pelo sistema imunológico) entre a Beta e a Delta
Resposta de recuperados: a ação neutralizante da Delta foi reduzida em recuperados da B.1.1.7/Alfa (2,8x), B.1.351/Beta (6x) e P.1/Gama (2,9x)
Ainda:
🔹Resposta de recuperados da B.1.1.7 x Delta: 1,5 vezes reduzida, comparado com a resposta dessas pessoas contra a B.1.1.7
🔹Resposta de recuperados da B.1.351 x Delta: 11,6 vezes reduzida, comparado com a resposta dessas pessoas contra a B.1.351
🔹Resposta de recuperados da P.1 x Delta: 11,3 vezes reduzida, comparado com a resposta dessas pessoas contra a P.1
Aqui temos um indicativo de que recuperados de B.1.351 (Beta) e P.1 (Gama) podem ter um risco de reinfecção pela B.1.617.2 (Delta).
Acho que é importante lembrar sobre a resposta celular. Se ela estiver presente, mesmo a pessoa se reinfectando, ela pode ter um risco menor para agravamentos. No entanto, isso ressalta ainda mais a necessidade de RECUPERADOS SE VACINAREM para terem maior proteção
Sobre as vacinas 💉: soro de vacinados com Pfizer ou AstraZeneca foram testadas no estudo.
🔹Soro de pessoas vacinadas com a Pfizer foram coletados de 4-14 dias após a 2ª dose, com a 1ª e 2ª dose intervaladas por 3 semanas
🔹Soro de pessoas vacinadas com a AstraZeneca foram coletados de 14-28 dias após a 2ª dose, com a 1ª e 2ª dose intervaladas por 8-14 semanas
Para B.1.617.1: Observamos uma redução de 2,7x e 2,6x nos títulos de AC neutralizantes para Pfizer e AZ, respectivamente
Para B.1.617.2: Observamos uma redução de 2,5x e 4,3x nos títulos de AC neutralizantes para Pfizer e AZ, respectivamente
Essas reduções foram comparáveis àquelas que a gente viu com as variantes B.1.1.7 e P.1 e sabemos que, para essas variantes, as duas vacinas protegem
O artigo ressalta, e se soma com outras evidências, de que as duas doses são necessárias para manter uma proteção contra a variante Delta!
Uma coisa que achei interessante é que os autores propõe considerar, na hora da atualização das vacinas, as alterações da B.1.1.7 como uma candidata "modelo", para uma proteção mais ampla, dado a proteção cruzada razoável vista contra todas as variantes de preocupação
Não sei bem o que eu acho sobre isso. Agora com esses dados mostrando que existem certas distâncias entre os antígenos da P.1/B.1.351 com a B.1.617.2, pode ser uma estratégia. Mas confesso que meu conhecimento é muito limitado para ter uma opinião já hehe
RESUMINDO:
🔹Embora haja redução nos títulos de neutralização usando soros convalescentes ou vacinais, não há evidência de escape generalizado, sugerindo que a geração atual de vacinas fornecerá proteção contra a linhagem B.1.617!
🔹No entanto, existe a preocupação de que alguns indivíduos não vacinados e recuperados de nfecções com B.1.351 e P.1 possam estar em maior risco de reinfecção com B.1.617.2
✨💉✨RECUPERADOS DEVEM SE VACINAR✨💉✨
ALERTA: não controlando a transmissão, teremos o risco de observar variantes com maior fuga da capacidade neutralizante das vacinas aparecerem com risco de redução da eficácia contra a hospitalização. Isso pode comprometer nossa saída da pandemia.
Não pague para ver. Vacine-se, use máscara, faça distanciamento, quanto mais rápido a gente fizer isso coordenadamente, enquanto sociedade, mais rápido resolveremos tudo isso e salvaremos muitas vidas.
A Delta é mais transmissível que a Alfa, e tem preocupado locais em que sua presença está aumentando. Uma variante mais transmissível numa população que não adere a medidas não farmacológicas, infecta mais gente, mais gente adoece e vemos mais óbitos 👇 g1.globo.com/go/goias/notic…
A Delta vai ser predominante no Brasil? Não sabemos dizer. Não sabemos como ela se comporta num ambiente onde a P.1 é prevalente. Mas não podemos dar mole pra variantes. Precisamos usar 😷, fazer o distanciamento físico 🚶♂️⬅️2m➡️🚶♂️e evitar saídas sem necessidade
Com conseguirmos acelerar o ritmo de vacinação, é possível que consigamos atingir a cobertura vacinal ainda este ano. Se controlarmos a transmissao com medidas não farmacológicas acima citadas, podemos ter um Natal diferente. Um seguimento diferente
Como é sexta, o fio de hoje vai ser de UM CAUSO que aconteceu comigo. Gente, é muito doido. Mas vamo lá, senta na tua cadeira, puxa um mate ou qualquer bebida quente que lá vem história
Tudo começou quando recebi um mimo aqui em casa endereçado pra uma "Stela"
Era um chá exótico diferentão cheio de tudo que vocês podem imaginar, parecia caro. A remetente era uma moça chamada Denise Bueno, e nas cartas só se referia a Stela
Bem achamos esquisito mas ok, engano (sendo que o endereço era certinho o meu)
Depois de alguma semanas, HOJE, recebi uma cesta, mas rapaz, PENSA NUMA CESTA BONITA. E cheia de quitutes. Coisa da boa. E uma vaquinha de pelúcia
Doidera total. Vi que era a MESMA REMETENTE PARA A MESMA DESTINATÁRIA
Boas notícias quanto a efetividade de vacinas 💉 contra a variante Delta🦠!
Na imagem abaixo, vemos a efetividade com 1 dose das vacinas Pfizer ou AstraZeneca, ou com 2 doses (regime completo) para hospitalizações
Tofacitinibe, fármaco produzido pela Pfizer e testado em parceria com o Hospital Israelita Albert Einstein no 🇧🇷 reduziu em 37% o risco de morte em pacientes hospitalizados por causa da COVID-19
👥Segundo a reportagem, o estudo desenvolvido pelo Einstein em parceria com a Pfizer foi realizado em um grupo de 289 pacientes adultos internados em 15 centros de tratamento espalhados por todo o país.
Com essa detecção no estado, será necessário um amplo monitoramento para observar como a variante vai se comportar nas condições ambientais daqui. Ainda não temos dados se ela pode gerar quadros mais sério de COVID-19 ou efeitos clínicos
Na reportagem, @FSpilki traz um ponto relevante: A P.1 sem dúvida é a variante mais presente no país, no entanto, em ambientes onde a P1 estava dominando, a C.37 já está com 40% (da totalidade dos casos), como visto em alguns locais na Argentina 🇦🇷.
Como fica a vacinação para pessoas com doenças hematológicas? 🩸 Resolvi fazer esse fiozinho porque pode ser dúvida de algumas pessoas que, como eu, convivem com doenças hematológicas
Bora se atualizar e se informar?
Todas as informações que estarei comentando são desse documento da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular e podem ser consultados aqui: abhh.org.br/wp-content/upl…
💭Pacientes portadores de doenças hematológicas têm indicação de receber vacina para COVID-19?
Com o agravamento da pandemia, todos os indivíduos >18 anos têm indicação de receber vacina para COVID-19, incluindo os pacientes acometidos por neoplasias hematológicas