Thread by @omfirpo

Segundo relatório do Morgan Stanley, a revitalização de poços de petróleo maduros é um tema atrativo no Brasil. Com a decisão de #PETR4 em vender esses poços, uma nova classe de ativos toma força, criando uma “oportunidade de única na vida”. #RECV3 #PRIO3 #RRRP3 #ENAT3

Qual a lógica? A exploração de petróleo no Brasil mudou completamente com a “descoberta” do Pré-sal. Com a decisão estratégica da Petrobrás de investir pesadamente no Pré-sal, os poços onshore (em terra) e alguns offshore (em mar), passaram a ser menos atrativos.

Para as MAJORS (grandes empresas de petróleo) não faz mais sentido manter a exploração de vários e pequenos poços de petróleo, sendo muito mais rentável concentrar suas operações no Pré-sal, vende-los a empresas menores.

Para as JUNIORS (pequenas empresas de petróleo) faz muito sentido comprar esses poços maduros, ainda mais na mesma região geográfica, pois conseguem ter uma estrutura enxuta, com custos muito menores, tornando esses poços rentáveis. #RECV3 #PRIO3 #RRRP3 #ENAT3

Ao longo de décadas, a #PETR4 deixou de investir nesses poços, de forma que existem soluções baratas, amplamente dominadas pelo mercado, e de simples execução, ao alcance das juniors, que podem aumentar, e muito, a capacidade de produção.

#PRIO3 tomou a vanguarda nesse setor, ressurgindo da polêmica HRT. Reformulada, a empresa convenceu o mercado de que pode ser lucrativa, e suas ações 1.000% desde 2018. Seu foco é em águas profundas, setor bem mais arriscado.

#RRRP3 realizou seu IPO em novembro de 2020, e de lá pra cá acumula alta de 128%. Trata-se de uma empresa nova, com excelente corpo técnico, mas que ainda tem que provar execução. Sua estratégia inicial era de atuar apenas onshore, mas agora também quer poços maduros offshore.

#RECV3 é uma empresa com história mais longa, mas que realizou seu IPO mais recentemente. Sua estratégia é totalmente voltada para a exploração de poços maduros onshore, sendo esta a atividade menos arriscada.

O extenso relatório do Morgan Stanley, cuja leitura recomendo, faz questão de afirmar que as juniors brasileiras não seria mais empresas de Exploração e Produção, mas Desenvolvimento e Produção, diminuindo muito o risco dos investimentos.

Mesmo que #RECV3 e #RRRP3 estejam jogando o mesmo jogo, as estratégias são diferentes. #RECV3 está “jogando em casa”, focando apenas naquilo que ela já faz bem: poços maduros onshore. Já #RRRP3 quer se aventurar em águas mais profundas, o que é mais desafiador.

Na análise sobre #RECV3, o relatório estabelece o preço alvo em R$ 25,50 para o final de 2021, com um potencial de alta de 34% (era 53% quando do relatório). Mas esse potencial é apenas considerando o que a Petro Recôncavo tem hoje.

Caso #RECV3 consiga emplacar novas aquisições, tenha sucesso nas revitalizações e renove suas concessões, assim como o benefício tributário (Sudene), o preço justo da empresa poderá chegar em R$ 48,50.

Já #RRRP3 é vista como mais agressiva, e irá buscar poços onshore e offshore, que o MS destaca o risco de um all-in por parte de 3R, o que representaria desafios técnicos, operacionais e com potencial para prejudicar sua saúde financeira.

No entanto, os analistas iniciam a cobertura fixando o preço-alvo de R$ 58,00, um potencial de alta de 21%. No cenário mais otimista, dependente do preço do petróleo ficar acima de US$ 70,00, 3R poderia desenvolver seus poços mais rapidamente, tendo um preço-alvo de R$ 125,70.

As duas empresas estão submetidas ao risco do preço do petróleo. Os cenários mais favoráveis levam em consideração preços acima de US$ 70,00 por um período mais longo.

Nesse tema, meu maior professor é o @EsironC, que sempre tem paciência de explicar as dores da economia real.