Mais estudos de combinação de vacinas! Dose 1 da AZ💉+ Dose 2 da Pfizer 💉 induz uma boa resposta imunológica (anticorpos e células!), com bons parametros de segurança observados!
Vou comentar um pouquinho abaixo 🧶
Os 663 participantes (18-60 anos) foram aleatorizados (2 para o grupo experimental para cada 1 no grupo "controle", 2:1) nos grupos:
💉Controle: quem recebeu a AZ
💉Intervenção: quem recebeu AZ + Pfizer (2ª dose no dia 28)
Uma coisa que achei interessante foi "se observarmos boa imunogencidade com uma segurança atingida, será oferecido aos participantes do grupo controle a 2 dose da Pfizer. De forma alternativa, a 2 dose da AZ também poderá ser oferecida"
O principal objetivo foi comparar se a imunogenicidade após o a 2ª dose da Pfizer seria superior a imunigenicidade que participantes que receberam somente 1 dose da vacina da AZ (ChAdOx1-S) produziram.
"Esse regime heterólogo (combinar doses de vacinas diferentes) - pode ser uma oportunidade para tornar os programas de vacinação mais flexíveis e confiáveis em resposta às flutuações na oferta. Além disso, esses esquemas estão sendo estudados para doses de reforço sucessivas"
Nessa tabela, as características demográficas da população incluída no estudo. A média da idade dos participantes foi em torno de 49 anos, diferenças étnicas não foram avaliadas no trabalho.
Ainda, o tempo decorrido desde a administração da dose 1 da vacina da AZ foi entre 8-9 semanas para 411 (61%) participantes e entre 10-12 semanas para 263 (39%) participantes.
Um aumento da quantidade de anticorpos foi observado no grupo intervenção 14 dias após a dose 2 da Pfizer. Sete dias antes, já se observava um aumento da imunogenicidade no grupo intervenção comparado com o grupo controle
De forma similar, a quantidade de anticorpos neutralizantes contra a proteína Spike do SARS-CoV-2, foi maior no grupo intervenção x controle, tanto 7 quanto 14 dias após a 2ª dose da Pfizer.
Aqui vem algo super legal: resposta celular! Após a dose 1 com AZ, os participantes mostravam já uma resposta celular detectável. 14 dias após a 2ª dose da Pfizer no grupo intervenção, indicativos de resposta celular aumentaram, enquanto no grupo controle permaneceu inalterado
Quanto a reações após a vacina, dor de cabeça (44%), dor muscular (43%), sensação de mal estar (42%) foram observados no grupo intervenção. Ainda, dor no local da injeção foi o mais relatado (88%). Os eventos foram do tipo leve-moderado e de rápida resolução
Outros estudos de combinação heteróloga foram feitos. Aqui, eu fiz a análise de 2 deles
Nesse aqui, avaliaram a reatogenicidade (reações adversas relatadas) de pessoas que receberam Dose 1 AZ + Dose 2 Pfizer, ou Dose 1 Pfizer + Dose 2 AZ
Nesse estudo espanhol, avaliando Dose 1 AZ + Dose 2 Pfizer, observamos a reatogenicidade e resposta de anticorpos, mas não foi divulgado nesse momento a análise da resposta celular
Então, o presente estudo, temos o primeiro estudo avaliando a resposta tanto de anticorpos, quanto de células, em uma estratégia de vacinação heteróloga (combinação de doses de imunizantes diferentes) contra SARS-CoV-2
O estudo conclui que os regimes de vacinação heterólogos contra COVID-19 oferecem uma oportunidade de acelerar as campanhas de vacinação em todo o mundo, maximizando seu impacto no controle da pandemia
No entanto, temos uns pontos importantes 👇
Temos uma discussão relevante para fazer num contexto como aqui do Brasil, que comentei numa parte desse fio:
E ressalto o quanto essas discussões são necessárias e importantes, e independente da estratégia que adotarmos, precisamos de COORDENAÇÃO para executá-las
O estudo apresentado neste fio também comenta limitações. No grupo controle, os dados da vacinação heteróloga não foram comparados com indivíduos que completaram o esquema vacinal da AZ (Dose 1 + Dose 2).
Ainda, os autores destacam que este não é um estudo de eficácia ou efetividade, portanto, não se sabe se os dados observados resultarão em melhor eficácia e efetividade - e deve ser levado em consideração ao considerar esses resultados nas decisões dos programas de vacinação
Esse estudo continua, para que os resultados deste e de futuros estudos comparando esquemas de vacinação homóloga e heteróloga permitam comparações diretas para auxiliar a fundamentar tomadas de decisão de saúde pública
Recebi uma rica orientação do @vacinacovidbr e resolvi apagar minha quote a um post me descredibilizando, para não dar engajamento. Muito feliz em aprender com vocês a como lidar com o que ocorre na rede social. Obrigada por todos os comentários gentis ❤️🥺
Mas aproveitando para comentar aqui algumas coisas. Eu sou biomédica de formação, e na biomedicina temos dezenas de habilitações, e um curso extremamente estruturado dentro da área da saúde que nos permite conhecer e aprender sobre muitas áreas e de forma multidisciplinar
Dentro da minha formação, eu acabei me especializando em bioquímica e analises/patologia clínica. Nessa em questão, aprendi muitas coisas relacionadas a microbiologia, imunologia, hematologia dentro da área da saúde, especialmente no contexto ed doenças
Já temos algum dado comparando o quão transmissível em relação às outras as variantes são? Sem dúvida precisamos de mais estudos, mas quero comentar um com vocês hoje do Eurosurveillance divulgado agora em Junho!
Segue o fio! 🧶
Antes de tudo, vamos aos nomes das variantes, segundo a nova nomenclatura da @WHO :
Se tu tá com dúvisa sobre o que é uma VOC ou uma VOI, esses cards do @oatila estão muito resumidos e super bons para lembrarmos:
Mato Grosso do Sul recebeu, hoje, um lote de 150 mil doses da vacina da Janssen, para imunizar 13 municípios da região de fronteira, sendo acompanhados pelo Vebra COVID-19 para estudar a efetividade e impacto dessa vacinação
Será avaliado o impacto de imunização de pessoas entre 18 a 50 anos em 13 cidades de fronteira do MS, após 14 dias de 1 dose da Janssen, estimando a efetividade de um regime de 1 dose e a redução de riscos de forma sintomáticas, graves e óbitos pela COVID-19 após 14 dias
Segundo a reportagem do G1, os municípios que vão fazer parte do estudo são: Mundo Novo, Japorã, Sete Quedas, Paranhos, Coronel Sapucaia, Aral Moreira, Ponta Porã, Antônio João, Bela Vista, Caracol, Porto Murtinho, Corumbá e Ladário. g1.globo.com/google/amp/ms/…
Ainda, sobre a Lambda, @azavascki e equipe divulgaram, na forma de preprint, os dados relativos à primeira identificação dessa variante aqui, no Rio Grande do Sul! Comentários abaixo 👇
A variante Lambda (da linhagem B.1.1.1 ou C.37) foi inicialmente detectada em Agosto de 2020, no Peru 🇵🇪, e já está presente em 26 países na América, Europa e Oceania, recebendo a classificação como "Variante de Atenção" (VOI) pela @WHO
🚨Exames de imagem em pessoas que tiveram COVID-19 (comparado com um momento antes da COVID-19) revelam alterações muito significativas em regiões que processam informações como cheiros e gostos no 🧠
Explico nos próximos tuítes 🧶
👥782 participantes cadastrados no 🇬🇧 Biobank COVID-19 ingressaram no estudo. Essas pessoas fizeram exames de imagem antes da pandemia e fizeram um novo exame recentemente. Desses, 394 testaram positivo para COVID-19 entre um exame de imagem e outro
As 394 pessoas recuperadas de COVID-19, e os 388 indivíduos que não tem histórico da doença foram pareados por idade, sexo, etnia e intervalo entre os exames.
Isso significa que eles compararam pessoas que compartilham similaridades nessas variáveis
Boa notícia! Botucatu observa queda em 48% de novos casos de COVID-19 na semana, além de redução nas internações, casos em quarentena (recuperando em casa). O município participou, em Maio, de um estudo com vacinação em massa da 1ª dose da AstraZeneca
Lembrando que as duas doses são relevantes para uma maior proteção, então esses dados - que são inicias - devem se concretizar ainda mais com o tempo
A média semanal de Botucatu ainda é alta, segundo a reportagem. Olhando o painel de mobilidade desenvolvido pelo @schrarstzhaupt para a Rede @analise_covid19 observamos que a mobilidade é alta, e com alta mobilidade infelizmente vemos uma transmissão aumentada também