Os militares não tem, jamais tiveram, qualquer compromisso com o povo Brasileiro, seus interesses sempre foram a manutenção dos seus próprios privilégios.
Para os militares o povo é massa subalterna ou inimiga.
Por esta razão são partidários da doutrina da guerra revolucionária, onde o inimigo se confunde com o povo que buscam "proteger".
Essa geração atual de militares não passe de um refugo da ditadura militar. Frustrados por não poderem usufruir dos poderes de seus antecessores, incluindo-se aí o poder de exterminar sistematicamente seus opositores políticos.
Uma vez um oficial me disse que a CNV envergonhava os militares pois dava a impressão de que as FFAA "eram aquilo". Com efeito, a vergonha do oficial emerge da consciência de que elas de fato são aquilo. Uma massa corrupta de ditadores frustrados.
Eu prefiro ver as próximas pesquisas para falar sobre o impacto da entrada do Ciro Nogueira no governo Bolsonaro. Se por um lado a base tradicional não aceitou bem, por outro ele pode se valer da capilaridade do Centrão para retomar a sua popularidade em alguns lugares.
A única certeza de que eu tenho é a de que o jogo mudou bastante com o PP na Casa Civil. O Bolsonarismo foi fagocitando pelo Centrão, os Bolsolavistas foram os primeiros a sentir. Sumiram!
Como eu frisei no primeiro twitter, "em alguns lugares". Importante frisar que partidos como DEM e PP se beneficiaram do cenário eleitoral em 2020. O fiel da balança nessa equação será o PSD, mais concorrido que último pedaço de bolo. Não duvidaria nada se viesse de vice do PT.
Vou te falar, a única palavra que tenho para definir a atividade no Zapistão após o anúncio da reforma ministerial é "uma grande confusão". Pois, ao contrário do que os conspiracionistas pregam, Bolsonaro desagradou tanto militares quanto bolsolavistas com o movimento.
Quando olhamos para o ecossistema informacional bolsonarista detectamos três redes principais, neopentecostais, bolsolavistas e FFAA (incluindo-se ai os simpatizantes das forças).
Neopentecostais, tem tempo, já mostram seu descontentamento com o governo. A motocada que aconteceu aqui no Rio foi um marco desse processo; tanto que a seguinte, em SP foi "acelera para cristo"
Acabou de sair o Código do Russo, um podcast narrativo sobre a ascensão e queda de Sérgio Moro. Sobre como ele se tornou o epicentro da Lava Jato, superministro da justiça, sobre como ele quase impôs ao Brasil uma verdadeira ditadura da toga.
Além do Spotify, o programa está nos principais agregadores de podcast. Eu participo do programa como roteirista e produtor, a narração é de @pacamanca e @alcysio, com a primorosa edição da @jesticacorrea.
Por falar do Código do Russo, eu e @alcysio participamos do @AntiCast para falar sobre o programa, explicar melhor a proposta, umas pequenas prévias do que vem por ai.
A indicação de Ciro Nogueira para a Casa Civil nem precisa se concretizar para demonstrar que, nesse momento, o governo de Jair Bolsonaro é apenas uma fachada para as negociatas do famigerado Centrão. O presidente reduzido ao papel de fiador da rapinagem, o clássico bucha.
Bolsonaro é o presidente perfeito para esse tipo de acordo. Um néscio político como ele depende da articulação de seus aliados para sobreviver. E os únicos que estão ali e são capazes disso são os seus aliados do famigerado Centrão.
Ainda, trata-se de um bufão. Capaz de atrair todas as atenções para si com apenas um gesto, atrai a raiva dos seus opositores e alegria de seus apoiadores. Enquanto isso, por trás dele, as negociatas são feitas.
É realmente impressionante a velocidade que as teorias conspiratórias circulam entre as esquerdas. Essa interpretação de que a aprovação e o veto do fundo eleitoral foi uma estratégia de marketing do Bolsonaro é o puro triunfo da paranóia.
Quem tá acompanhando os bastidores não muito ocultos da coisa toda sabe que o pau tá comendo em Brasília, que a base Governista está completamente insatisfeita com a mudança de posição do governo para fazer "bonito" nas redes sociais.
Quem acompanha os grupos bolsonaristas viu que eles tentaram emplacar uma forma, uma narrativa, capaz de permitir a Bolsonaro assinar o fundo sem sem se comprometer com isso. Como aconteceu no caso das igrejas. Mas nada colou.
Pessoal tem que parar de teoria da conspiração e analisar o que está rolando: Bolsonaro está com um cobertor curto nas mãos, ou agrada a base política ou a base popular. Está tentando um meio termo que pode deixar todo mundo insatisfeito.
"O acordo é uma forma de dar uma saída honrosa ao presidente, que ficou desgastado com a repercussão negativa do fundo eleitoral."