Pessoal tem que parar de teoria da conspiração e analisar o que está rolando: Bolsonaro está com um cobertor curto nas mãos, ou agrada a base política ou a base popular. Está tentando um meio termo que pode deixar todo mundo insatisfeito.
"O acordo é uma forma de dar uma saída honrosa ao presidente, que ficou desgastado com a repercussão negativa do fundo eleitoral."
A reação de um parlamentar governista sobre o anúncio do veto já diz muito sobre o que estava rolando em brasília: "ele não é maluco".
• • •
Missing some Tweet in this thread? You can try to
force a refresh
Os militares não tem, jamais tiveram, qualquer compromisso com o povo Brasileiro, seus interesses sempre foram a manutenção dos seus próprios privilégios.
Para os militares o povo é massa subalterna ou inimiga.
Por esta razão são partidários da doutrina da guerra revolucionária, onde o inimigo se confunde com o povo que buscam "proteger".
Essa geração atual de militares não passe de um refugo da ditadura militar. Frustrados por não poderem usufruir dos poderes de seus antecessores, incluindo-se aí o poder de exterminar sistematicamente seus opositores políticos.
A indicação de Ciro Nogueira para a Casa Civil nem precisa se concretizar para demonstrar que, nesse momento, o governo de Jair Bolsonaro é apenas uma fachada para as negociatas do famigerado Centrão. O presidente reduzido ao papel de fiador da rapinagem, o clássico bucha.
Bolsonaro é o presidente perfeito para esse tipo de acordo. Um néscio político como ele depende da articulação de seus aliados para sobreviver. E os únicos que estão ali e são capazes disso são os seus aliados do famigerado Centrão.
Ainda, trata-se de um bufão. Capaz de atrair todas as atenções para si com apenas um gesto, atrai a raiva dos seus opositores e alegria de seus apoiadores. Enquanto isso, por trás dele, as negociatas são feitas.
É realmente impressionante a velocidade que as teorias conspiratórias circulam entre as esquerdas. Essa interpretação de que a aprovação e o veto do fundo eleitoral foi uma estratégia de marketing do Bolsonaro é o puro triunfo da paranóia.
Quem tá acompanhando os bastidores não muito ocultos da coisa toda sabe que o pau tá comendo em Brasília, que a base Governista está completamente insatisfeita com a mudança de posição do governo para fazer "bonito" nas redes sociais.
Quem acompanha os grupos bolsonaristas viu que eles tentaram emplacar uma forma, uma narrativa, capaz de permitir a Bolsonaro assinar o fundo sem sem se comprometer com isso. Como aconteceu no caso das igrejas. Mas nada colou.
"Ele não é maluco!" segundo um passarinho, essa foi a fala de um governista ao saber que o presidente afirmou publicamente que vetaria o reajuste do Fundo Eleitoral. Ao que tudo indica o buraco é ainda mais fundo.
Mais de uma pessoa afirmou que a articulação pelo fundo veio debaixo, dos congressistas. Que o acordo com os governistas mais ferrenhos, inclusive, foi um tanto "complicado" e envolveu a promessa de que a aprovação o reajuste facilitaria a estruturação de um partido para o Pr.
Inclusive, pelo que me foi dito, alguns falavam abertamente que sem o fundo a possibilidade de reeleição cairia por terra.
Antes do pessoal se lançar em teorias conspiratórias é importante lembrar que o acordo pela ampliação do fundo eleitoral - tudo indica - foi uma articulação que veio do congresso. E que ela foi muito desgastante para a imagem de diversos parlamentares. Isso tudo tem um custo.
Os nomes foram expostos, gente que disse que votaria "não", acabou votando como sim (a Zambelli, por exemplo). E ao contrário do que imaginam, muitos deles foram cobrados em suas bases. A supracitada foi uma.
O veto do Bolsonaro não apenas joga para escanteio toda articulação que incluía sua base, como piora o desgastes dos deputados. Pois a derrubada de veto é feita por votação nominal.
Bolsonaro está numa posição tão frágil que num ato de desespero vai fritar a sua própria base política para acenar para sua base eleitoral. Pois a votação para a derrubada do veto é NOMINAL e vai deixar todo o ônus da decisão para os deputados.
Inclusive, pelos corredores de Brasília já se falava abertamente sobre isso desde a manhã de hoje. Parece que tem Governista duplamente revoltado. Primeiro por ter sido obrigado a votar no fundo e segundo por ter feito papel de palhaço para o presidente vetar.
Tudo indica que o acordo pela ampliação do fundo foi feito debaixo para cima e não o contrário, como o comentário político do Twitter pressupõe. E o provável veto do Presidente rompe unilateralmente essa construção.