Em 1979, o diplomata José Pinheiro Jobim compareceu à posse de João Figueiredo.
Lá, contou a colegas que estava escrevendo um livro de memórias, onde relataria denúncias de superfaturamento na construção da hidrelétrica de Itaipu.
Uma semana depois, ele desapareceu 👇
Jobim não era opositor do regime. Era um funcionário de carreira, que se tornou especialista em hidrelétricas e acompanhou a construção de Itaipu.
Uma semana depois da posse de Figueiredo, seu corpo foi encontrado na Barra da Tijuca, pendurado numa árvore pelo pescoço. +
A família recebeu um alerta de que Jobim havia sido sequestrado. Passaram-se 39 anos até que, em 2018, o Estado brasileiro assumisse que o diplomata havia sido torturado e assassinado pela ditadura militar.
A razão: iria relatar em livro casos de corrupção que assistiu. +
Essa história é contada pelo escritor e diplomata Alexandre Vital Porto, em artigo na @folha.
A turma de formandos do Instituto Rio Branco neste ano pretende homenagear José Pinheiro Jobim.
Em tempos de generais atolados em corrupção e ameaçando golpes, é importante relembrar este caso. A ditadura foi, mais do que tudo, um pacto de impunidade em que alguns ganharam.
A corrupção comeu solta. Mas quem ousasse denunciar, aparecia pendurado em árvores pelo pescoço.
Autor do livro "Estranhas Catedrais", sobre a relação de empreiteiras com o governo militar, o historiador Pedro Henrique Campos argumenta que "a ditadura era o cenário ideal para práticas corruptas".
Aqui uma entrevista dele.
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Eu não tenho uma vírgula a acrescentar. Aponta que o Brasil é uma grande República de Acionistas. Que os mais ricos são privilegiados por nossos sistema tributário.
E que precisamos urgentemente...
... aumentar a progressividade do sistema. Tem uns trechos do artigo que se parecem com argumentos do Boulos, como na análise da tributação sobre rendimentos imobiliários. Vale muito ler.
"Cinquenta mil pessoas deixaram de ser vacinadas em BH. Não resta a menor dúvida que foi por lógica política." A declaração foi dada pelo secretário municipal de Saúde de Belo Horizonte, Jackson Machado Pinto nesta terça-feira (15/6).
Não, ministro, o Brasil NÃO está entre os países que mais vacina. Todos sabemos que a comparação válida é pelo % de população vacinada. E aí, estamos muito mal. Culpa desse governo criminoso, do qual o sr. é cúmplice. Toma vergonha na cara.
Ranking de aplicação de vacina em países com + de 1 milhão de habitantes (1ª e 2ª dose)
Israel: 60% / 57%
Bahrain: 61% / 51%
Mongolia: 58% / 48%
Chile: 59% / 44%
Inglaterra: 61% / 42%
Quatar: 55% / 40%
Hungria: 54% / 41%
EUA: 52% / 42%
Uruguai: 57% / 31%
Singapura: 40% / 31%
Acho que precisamos trabalhar com a hipótese de que Bolsonaro é favorito nas eleições do ano que vem.
Temos boas razões para isto, infelizmente. 🧶
As pesquisas que indicam bons resultados de Lula têm sido recebidas com entusiasmo. De fato há um alívio no fato de haver uma alternativa competitiva na mesa, fazendo os movimentos certos de aproximação com o centro e ampliação da candidatura.
Mas…
… o que vem pela frente pode mudar o cenário. Há previsão de um ciclo internacional de boom de commodities, que pode aquecer a economia brasileira, apesar da inépcia do governo. Se a pandemia arrefecer a partir do final do ano, com a vacinação, 2022 pode ter ares positivos.
Nenhuma surpresa no uso da dispensa de licitação pelo Ministério da Saúde de Pazuello para contratar obras sem urgência por empresas duvidosas.
Todo o "milagre econômico" de 1968-73 foi baseado na "dispensa de concorrência", favorecendo grandes empreiteiras.
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O milagre rodoviarista dos anos 1970 só foi possível porque tinha em suas engrenagens o autoritarismo da ditadura, que impedia o debate social das obras e dava costas largas ao alastrado esquema de corrupção em que agentes públicos e privados se favoreciam mutuamente.
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As relações indecorosas entre empreiteiros e militares são fartamente apresentadas pelo historiador Pedro Henrique Pereira Campos, em sua tese de doutorado, depois publicada no livro "Estranhas catedrais: as empreiteiras brasileiras e a ditadura civil-militar, 1964 - 68".