Eu não paro de me surpreender com o quão longe pessoas podem ir negando a gravidade da pandemia. Dessa vez, foi no meu fio sobre COVID-19 e crianças. Além da clara distorção dos dados, as pessoas simplesmente não se desfazem do véu de "não aconteceu comigo ainda, não acontecerá"
Gente, que alívio que tu não perdeu ninguém pra COVID-19. Que esplêndido que seu filho voltou pro presencial e há N meses não se contaminou. Agora o que acontece contigo não deve pautar políticas públicas. Dados de populações sim.
Se tu discorda de algum ponto no meu fio, rebata com dados, não com opiniões/vivências no assunto. Também não vai adiantar tentar me desqualificar porque "nunca tratei ninguém com COVID-19". É importante que nunca tenha tratado, minha profissão não tem esse escopo.
Então é isso: acho maravilhoso discordarmos, mas de forma respeitosa e usando os meios corretos para isso. Do contrário, é só mais uma conta gritando suas opiniões na rede social, sem agregar numa discussão extremamente pertinente.
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DF apresenta a maior taxa de casos da variação #Delta da COVID-19, por 100 mil habitantes. Até o momento, o Ministério da Saúde registrou 247 casos da variante Delta em todo Brasil. O Rio de Janeiro concentra 99 casos, seguido do DF, com 51 infectados 👇
De acordo com a Secretaria de Saúde, em 01/08, o DF atingiu 25,26% da população completamente vacinada contra a COVID-19. A #Delta tem avançado no país, porém a #Gama segue sendo a predominante, por enquanto. Em SP, 50 novos casos foram registrados
Em SP, do total da população adulta, 83,8% receberam a primeira dose, mas apenas 32,4% já tomaram a segunda dose ou imunizante de dose única, segundo a reportagem acima. A #Delta está em transmissão comunitária no estado
COVID-19 e crianças: o que sabemos, o que ainda não sabemos e por que devemos sim nos preocupar com a #Delta para essa população?
Um mini-fio pra iniciar a semana com algumas informações, mas ainda muitas perguntas 🧶👇
Se observarmos pandemias passadas, na SARS (2002), os casos infantis eram esporádicos e tinham uma história clara de exposição. Na COVID-19, apresentam uma história clara de disseminação dentro de famílias infectadas doi.org/10.1016/s0140-…
Em 2020, muito se falava que a COVID-19 poderia ser "mais leve" em crianças. No entanto, elas ainda têm risco para condição grave, especialmente as que apresentam alguma doença, imunocomprometimento ou ou uso de imunossupressores por longo prazo
Alguns dados de documentos do @CDCgov foram liberados, mostrando questões relevantes sobre a variante #Delta, confirmando muitas das quais já imaginávamos. Resolvi comentar nesse fio esses dados.
O conhecimento é nossa melhor arma contra a pandemia 🧶👇
Vamos dividir por assuntos:
1⃣ Casos de COVID-19 em vacinados
👉É algo ESPERADO. Sempre comentamos que o poder de evitar a doença grave poderia ser maior daquele de evitar a infecção. E é justamente isso: os poucos casos, a doença se manifesta de forma leve/moderada.
Outro ponto que discutimos: os estudos com a 3ª dose, muito importante para modificarmos nossa estratégia sempre visando numa proteção maior, especialmente de grupos como imunocomprometidos/idosos em que sabemos que a eficácia das vacinas é diferente
As atenções voltadas para a #Delta, e precisam estar. A #Delta já é a variante de predominância global, e aqui no 🇧🇷, temos a #Gama até o momento predominante. Será que a #Delta predominaria sobre a #Gama?
Não sabemos, mas pode ter mais "competidoras" nessa história 🧶👇
Ainda em Março/21, eu fiz um fio de um brilhante trabalho de vigilância da @fiocruz mostrando que a #Gama (que nos referíamos como P.1 naquele momento) poderia estar sofrendo adaptações em virtude do seu amplo espalhamento no país
Uma breve revisão de porque uma transmissão acelerada tem relação com um risco aumentado em vermos mais variantes surgirem, e dentre elas, alguma(s) que possa(m) nos preocupar
O pesadelo de quem usa óculos: a lente escapou da armação e tu tem um parafuso minúsculo, nenhuma chave adequada o suficiente e tu precisa consertá-lo pra poder seguir trabalhando
No entanto, tu não enxerga direito sem o óculos e precisa consertar o óculos pra enxergar direito
1 da manhã e eu batendo (ou melhor, parafusando) pino
Isso tudo depois de assistir Quiet Place, que me deixou transtornada pra caramba a ponto de cometer esse acidente com o meu óculos