Muitos estudos já demonstraram que a pandemia de Covid-19 afeta as pessoas de baixa renda de modo desigual.
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Os motivos principais, de acordo com grupos de pesquisa da França, Itália, Estados Unidos, Colômbia, México, Cingapura, Reino Unido e Indonésia, são: as comorbidades, a falta de acesso à saúde e a impossibilidade de manter o distanciamento social.
Os últimos estudos publicados sobre o tema estudaram Santiago no Chile, uma cidade muito segregada, com zonas geográficas distintas que concentram pessoas de alta ou de baixa renda.
Esse cenário, em associação com a grande disponibilidade de dados oficiais, permitiu uma análise de como a renda se relaciona com a pandemia de Covid-19.
Como esperado, os resultados mostraram que o número de mortes pela Covid foram maiores em regiões de baixa renda.
Mas surpreendeu quando demonstrou que os mais afetados foram as pessoas de baixa renda com média de 40 anos de idade. Estas pessoas apresentaram 3 vezes mais probabilidade de óbito por Covid-19 quando comparado com pessoas da mesma faixa etária porém de renda alta.
Essas pesquisas também enfatizaram que a circulação das pessoas que viviam em áreas de baixa renda permaneceu praticamente igual durante a pandemia, provavelmente porque não é possível trabalharem em casa.
Os resultados publicados até agora deixam claro que as medidas de prevenção à Covid-19 são inquestionavelmente eficazes na redução da circulação do coronavírus, porém eles agravam as desigualdades sociais e de saúde, colocando um fardo maior nas populações já vulneráveis.
Infelizmente, é possível inferir que no Brasil sentimos os mesmos efeitos da desigualdade durante a pandemia, mesmo que a falta de dados dificulte uma análise aprofundada desses impactos.
Dessa forma, é essencial que continuemos pressionando pelo auxílio emergencial e pelo apoio às comunidades de baixa renda, principalmente aos jovens, que, injustamente, se vêem obrigados a se expor ao coronavírus a fim de sobreviver.
Fonte: Nature e Science
O grande número de mortes provocadas pela Covid-19 impacta a vida social em diversas formas. Inicialmente, a perda de pessoas que ainda tinham sonhos, projetos e a certeza de uma vida mais longa. Porém, o problema é ainda mais amplo.
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Esse é o caso do grande aumento dos números de órfãos nos últimos anos marcados pela pandemia. No mundo, a cada 12 segundos, uma criança perde seus cuidadores que podem ser pais, avós ou outros familiares próximos. No Brasil, esse número é de um órfão a cada cinco minutos.
As consequências do aumento do número de órfãos são muitas.
Em níveis individuais, a convivência com o luto e os traumas psicológicos e emocionais derivados da perda dos cuidadores, como também a perda e a criação de novos referenciais, são alguns dos impactos.
A queda na movimentação nas grandes cidades, provocada pela necessidade do isolamento social, teve reflexos diretos na diminuição da emissão de poluentes para a atmosfera.
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No entanto, a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) estima que houve um aumento de 15% a 25% na quantidade de resíduos residenciais. Já para os hospitalares, o cálculo é de 10 a 20 vezes.
Com a pandemia de Covid-19, houve um aumento expressivo no número de resíduos descartados, muito por conta do aumento de compras pela internet, que geram mais embalagens.