O grande número de mortes provocadas pela Covid-19 impacta a vida social em diversas formas. Inicialmente, a perda de pessoas que ainda tinham sonhos, projetos e a certeza de uma vida mais longa. Porém, o problema é ainda mais amplo.
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Esse é o caso do grande aumento dos números de órfãos nos últimos anos marcados pela pandemia. No mundo, a cada 12 segundos, uma criança perde seus cuidadores que podem ser pais, avós ou outros familiares próximos. No Brasil, esse número é de um órfão a cada cinco minutos.
As consequências do aumento do número de órfãos são muitas.
Em níveis individuais, a convivência com o luto e os traumas psicológicos e emocionais derivados da perda dos cuidadores, como também a perda e a criação de novos referenciais, são alguns dos impactos.
Esse trauma também possui implicações em diversos âmbitos da vida como o abandono escolar, estimulado pela falta de perspectiva de futuro, ou a ausência de pessoas capazes de gerir a vida dessa criança e adolescente, além da exposição dessas crianças a vulnerabilidades.
Por sua vez, a questão do aumento de órfãos também é um problema social/coletivo.
A sociedade brasileira precisa formular alternativas de assistência social para essas crianças e adolescentes, como também criar ambientes de acolhimento em espaços sociais como a família, a escola e outras instituições coletivas.
Com base nisso, alguns projetos de lei passam a ser debatidos, por exemplo, na esfera do auxílio financeiro através do fornecimento de pensão aos órfãos já inscritos em programas sociais e que perderam os cuidadores para a Covid-19.
Em um momento pandêmico marcado pelo significativo aumento de mortes, nós, enquanto sociedade e indivíduos, precisamos lidar, privada e publicamente, com o problema do luto.
Para isso, as redes de apoio mútuo e os espaços coletivos como, por exemplo, as escolas, devem falar e debater o luto e os outros diversos impactos da pandemia entre as crianças e adolescentes.
Muitos estudos já demonstraram que a pandemia de Covid-19 afeta as pessoas de baixa renda de modo desigual.
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Os motivos principais, de acordo com grupos de pesquisa da França, Itália, Estados Unidos, Colômbia, México, Cingapura, Reino Unido e Indonésia, são: as comorbidades, a falta de acesso à saúde e a impossibilidade de manter o distanciamento social.
Os últimos estudos publicados sobre o tema estudaram Santiago no Chile, uma cidade muito segregada, com zonas geográficas distintas que concentram pessoas de alta ou de baixa renda.
A queda na movimentação nas grandes cidades, provocada pela necessidade do isolamento social, teve reflexos diretos na diminuição da emissão de poluentes para a atmosfera.
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No entanto, a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) estima que houve um aumento de 15% a 25% na quantidade de resíduos residenciais. Já para os hospitalares, o cálculo é de 10 a 20 vezes.
Com a pandemia de Covid-19, houve um aumento expressivo no número de resíduos descartados, muito por conta do aumento de compras pela internet, que geram mais embalagens.