Li a crítica à política industrial do Monastério. É perda de tempo discutir se tem que ter ou não pol ind. Elas sempre existirão e estão voltando com força. A discussão mais produtiva é como desenhar uma pol ind no Br que funcione melhor e mais realista ao nosso potencial atual🧶
Aos defensores da política industrial precisam fazer uma discussão mais realista em termos de orçamento fiscal e do desenho da política em si. Falar que na China foi assim, na Coreia assado é uma conversa para convencer que é importante. Precisamos sair disso.
Monastério tem razão ao afirmar que Pol Ind no Br teve vários erros. Também tem razão ao falar que saneamento básico é mais importante que Pol Ind (na verdade, é mais importante que qualquer pol pública). Quem defende pol ind precisa ser humilde e reconhecer os erros. Ponto.
Acredito que é possível conciliar uma pol industrial que cabe no bolso com grandes problemas nacionais na área de saneamento, infraestrutura e até educação. Entre foguetinho e saneamento, precisamos de pol ind para o último primeiro e para o primeiro depois.
É preciso reconhecer as dificuldades de se fazer pol ind no Br. O Estado atual tem pouca capacidade de planejamento. Precisa reforçar o quadro técnico nessa área. Porém, o principal problema está na captura do Estado pelos grandes lobbies que o Monastério e outros já apontaram.
O desafio é fazer uma pol ind que ataque os grandes problemas nacionais, contorne o poder dos lobbies no congresso, para empresas de capital nacional (não sobraram muitas) e que esteja dentro do orçamento fiscal. Ou seja, uma pol ind simples, focada, não chinesa.
Também precisa mudar a legislação para diferenciar empresa nacional de estrangeira, como era antes de 94, e definir setores estratégicos na constituição como países sérios fazem. Não é fácil passar isso no congresso. Está entendendo a revolta do Monastério contra as Pol Ind?
Deu preguiça, outro dia falo mais sobre isso.
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1/4 O Brasil investe em educação todo ano cerca de 6% do PIB. No entanto, não possuímos uma universidade entre as 100 melhores do mundo e nossos alunos ficam nas últimas posições do PISA. Quanta falta de eficiência !!!
2/4 A indústria brasileira não está na rabeira do ranking internacional de competitividade. Embora esteja numa posição ruim, no meio do ranking.
3/4 Podemos dizer que a política industrial foi mais eficiente que a política educacional? O país está desperdiçando dinheiro ao investir em ciências sociais ao invés exatas e biológicas?
Não seria melhor investir em saneamento que educação? #ficaadica
Inovação: Manufatura x Serviços (1/10)
Gastos em P&D do setor de serviços aumentou de 8,2% para 37,2% entre 1987 e 2018 (aumento de 29 p.p)
Manufatura diminuiu peso na P&D total de 91,5% para 62,1% (queda de 29,3 p.p)
Gráfico em forma de “alicate” da fronteira tecnológica
Atualmente as firmas de serviços estão liderando os investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) no mundo – ver Gráfico (2/10)
Em 2019, as empresas estritamente de serviços somaram 188 bilhões de euros de um total de 904 bilhões em investimentos com P&D. Ou seja, as empresas estritamente de serviços realizaram 21% P&D global. (3/10)
Hoje a Folha abordou o encolhimento da classe C, conquista dos gov petistas
Figura mostra evolução setorial de 2004 a 2013, melhor período em décadas
Veja o crescimento do emprego, produção e demanda das indústrias de high-tech. E produtividade e saldo comercial ...
A Tabela acima integra um dos meus melhores trabalhos feitos durante o doutorado que não integrou minha tese, mas foi publicado como um capítulo de um Oxford Handbook. Versão em português👇 researchgate.net/publication/32…
Aqui uma versão ampliada, publicada como texto de discussão da FEA-USP, em que faço uma avaliação mais detalhada p/ todos os setores manufatureiros👇 researchgate.net/publication/30…
Você é CEO global de uma multinacional que produz carros em vários países e tem que tomar uma decisão de encerrar a produção em algum lugar do mundo devido à queda de demanda global e para se adequar à competição tecnológica (carros elétricos).
Fatores para se considerar:
1/n
1. Com o Covid, a capacidade ociosa das montadoras no mundo aumentou muito. E continuará alta em 2021. Como o setor é intensivo em capital, dinheiro parado é prejuízo. 2/n
2. Logo, haverá fechamento de fábricas em algumas partes do mundo e remajenamento de produção para exportação a partir de locais em que é barato produzir e o país tem acordos comerciais relevantes e abrangentes. O lema e otimizar a demanda global. 3/n
Há 6 décadas o Gov brasileiro subsidia pesadamente a produção de automóveis. Todos os maiores produtores e consumidores do mundo tem marcas nacionais, só o Brasil que não. A política industrial brazuca falhou em criar uma campeã nacional e carros de última geração para exportar.
Tivemos 30 p.p. adicionais de IPI na importação p proteger o mercado das asiáticas no gov Dilma. Enquanto o mundo caminha a passos largos para a rota elétrica, o Gov Temer criou subsídios de alguns bilhões de R$ para produzir carros a combustão interna. Não tem como dar certo.
Embora a capacidade produtiva local esteja superdimensionada, em parte devido à queda de demanda desde 2014, a política industrial e regulatória não tenho sido muito criativa (para dizer o mínimo). Ainda é um setor protegido e desatualizado tecnologicamente.
10% do PIB será POUCO para o Brasil combater os efeitos do Coronavírus e p/ a economia não quebrar
A partir de 2021 teremos que aumentar a carga tributária. Momento ideal p/ modernizar o sistema tributário com IR progressivo
Precisamos de um consenso. Vamos as contas
Fio 👇
1) Dar R$1.000,00 por 12 meses para cerca de 40 milhões de trabalhadores informais tem um impacto de 6,6% do PIB. 2) Adicional de 1% do PIB para a saúde pública (aumento de ~30% da despesa atual). 3) 0,5% do PIB para dobrar o valor do Bolsa Família.
Ainda falta quantificar $$: 1) Subsídios e renúncias fiscais para as empresas, sobretudo de comércio e serviços. 2) Subsídios para luz, água e aluguel. 3) Ajuda $$ para salvar (e nacionalizar a preço de banana) empresas prestas a falir.