As formas mais eficientes de energizar audiência política nas redes são atacar mulher e judeu.+
A tática vem de Steve Bannon, funcionou bastante no Daily Stormer de Andrew Anglin.
Ele fez até um manual ensinando como atacar mulheres e judeus na prática e sem infringir regras das plataformas.
Era antirracista vegano e virou trumpista neonazista.
Importa ser radical.
Se isso chega ao noticiário da grande imprensa - se ainda não chegou, vai chegar - parabéns aos influencers.
Aumentarão de forma artificial sua influência no campo político, inflarão outros perfis ligados a eles, terão justificativa moral para o ataque e quem acredite nela.+
Enquanto houver otário, malandro não morre de fome.
Desde 2015 se ganha relevância política desse jeito nas redes, interagindo com jornalistas e às vezes virando notícia.
Esses influencers hoje já viraram jornalistas, há uma nova leva e a galera ainda cai.
Bom para eles.
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Grande parte da imprensa julga ser correto que redes sociais derrubem postagens e perfis pelo conteúdo.
Assumiram que o STF estava fazendo isso.
Ocorre que é violação de Direitos Humanos, há declaração formal da ONU.
O inquérito segue o financiamento e execução de um plano. +
Há farta documentação separando quem engendra o esquema de desinformação coletiva, quem financia, quem executa, quem entrou sabendo, quem entrou sem saber e quem até hoje participa sem imaginar onde se meteu.
É mais fácil e rápido fazer uma organização criminosa na era digital.+
Este mesmo perfil, que utiliza vocabulário, estética e método das milícias do esgoto da extrema-direita que eu já venci judicialmente, declara abertamente que seu objetivo é ATACAR LIBERAIS.
Mas ninguém vai olhar o perfil de alguém.
A gente olha quando a pessoa interage.
Este perfil interage com diversos jornalistas, influencers e formadores de opinião sempre elogiando o trabalho deles.
Por isso ontem, marcou MAIS DE CEM PESSOAS do meu relacionamento, uma a uma, perguntando: "você segue essa transfóbica"?
O Conselho de Direitos Humanos da ONU diz que é AMEAÇA AOS DIREITOS HUMANOS:
- Deixar a regulação das redes nas mãos das plataformas
- Não haver REGRAS CLARAS sobre o que é ilegal nas redes
- Ênfase excessiva em derrubada de post
Eu estou vendo pessoas sérias e até veículos de comunicação defendendo abertamente uma conduta que viola direitos humanos:
Deixar que as plataformas regulem o cyberespaço.
O foco em derrubada de posts é simplista e acaba, segundo a @UNHumanRights em ameaça aos Direitos Humanos.
Nós comemoramos derrubada de post quando se investiga operações de desinformação feitas simultaneamente, com impulsionamento em 230 plataformas diferentes.
São ações inúteis hoje, vitórias de pirro com precedentes perigosos.
Outro dia a @profDanielaA e o @marcelosuano me perguntaram o que eu pensava sobre a polarização nas redes ano que vem.
Já previa uma briga de faca no escuro, mas estava otimista: não havia percebido o quanto a imprensa tradicional virou refém desse jogo.
Em 2018, os candidatos usavam muito as redes e eles ou pessoas já com mídia ligadas a eles chegavam à mídia tradicional por manifestações muito exacerbadas nas redes.
Esse tipo de jornalismo declaratório já foi terrível, mas hoje estamos bem mais fundo.
A rede pauta quem vale.
O jornalismo declaratório ouve quem viraliza.
Viraliza, segundo pesquisa da NYU e Cambridge, quem publica ataques contra grupo oposto.
Isso é o que engaja e dá dinheiro às redes, o ataque ao grupo oposto.
Agora, com influencer virando notícia como se fosse autoridade pública.
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