Thread by @sensoinc

AH, PUTA QUE PARIU, EU NÃO AGÚENTO MAIS ESSA MERDA.

Sério, nós pensamos por oposições, eu sei, mas olha o nível do reducionismo de vocês.

Cacete, não dá pra pensar nessa bosta por 2 minutos sem usar termos ideológicos e não perceber o ridículo da coisa.
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Vamos lá, só porque hoje tenho de perder tempo com assunto mongo ao invés de falar de coisas relevantes para a humanidade, pois todas foram censuradas.
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Existe ALGUMA sociedade no planeta que seja baseada em ter “liberdades individuais” contra um “coletivismo”, igual anarcocabacista fala?

Uma “liberdade individual” deve valer também para o coletivo.
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Então, a ordem moral deve ser social e coletiva, e não só sua (papinho de incel do cacete, viu). E, para ser protegida, precisa ser protegida coletivamente (inclusive com armas, ou o Talebã te domina no primeiro atentado depois).
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A não ser que você seja um ermitão, padre do deserto, esquimó, índio. Dizem que são os seres mais felizes. Mas você tá aqui, então, deve ser um fodido igual a nós.

E aí, parceiro, a primeira má notícia: a sociedade é complexa.
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Não adianta vibrar pelo esquematismo “mas eu defendo o indivíduo”, se você vai defendê-lo coletivamente. A língua, a instituição, as referências culturais, a história: tudo isto precisa ser compartilhado com seu interlocutor.
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O que nos leva a uma questão de fundo (literalfando famente): O que raios é a tal “liberdade individual”?

Porque liberdade é liberdade, chefia. De escrever, de usar sapatênis, de ouvir Pato Fu. Ou todos podem, ou ninguém pode. (algumas, ninguém deveria poder)
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O que chamam de “liberdade individual” por aí, portanto, é só uma coisa: liberar a rosqueta.

É um shibboleth. Falou em liberdade individual, CATAPIMBA!, o assunto é o anel de couro. Sempre, unica e exclusivamente. Tudo gira ao redor do olho que nada vê.
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E o debate sobre a suprema liberdade individual, portanto, é só fugir de estudar a tradição, os costumes, as instituições, os comportamentos, os hábitos, as referências morais, a história, o manancial intelectual que inclui a ciência, e...
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...trocar tudo por um modelo analcêntrico de auto-realização.

O resultado é essa merda que você vê em grupelhos “individuais”, onde todos são ABSOLUTAMENTE IDÊNTICOS.
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Tem mais variação de pensamento entre deputado do PSOL do que em grupo de gente falando em “liberdades individuais”.
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Um ponto importante é que nossa alma tem altas elevações - criar arte imitando os elementos mais sutis da anatomia a partir de mármore, com referências na mitologia grega e elevando o nível cultural até do povo com a beleza plástica e as referências culturais, por exemplo.
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Ou, sei lá, dar uns esporros em vocês, que é quase isso.
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E também tem aspirações baixas: comer batata frita o dia inteiro, ficar lendo nóias e discutindo com panacas na internet e passar o resto do tempo se masturbando feito um chimpanzé.
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Você reparou que as tais “liberdades individuais” estão mais próximas (eufemismo) de criar uma sociedade meio Luciano Ayan do que de criar a Áustria dos Habsburgos?
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Existem MUITOS ELEMENTOS na sociedade que precisam ser definidos coletivamente. Basicamente tudo o que chamamos de cultura, instituições, até a arquitetura (se você não se sente melhor em Edimburgo do que em Brasília ou em qualquer bairro paulistano, você tem algum problema).
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Por isto São Paulo (o Apóstolo, não a cidade) fala em homonóia: um conjunto harmônico mais ou menos coerente de “nous”, daquela parte do pensamento que é reta, direta, sem grandes tergiversações.
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(já pensou se nosso Direito fosse assim? mas tergiverso e posso ir pra cadeia por isso)
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E até para defender a sua liberdade individual suprema (aquela do reboco do brioco) você precisa de decisões coletivas. Até para me convencer que é tudo individual e não coletivo você precisa de algo com o qual nós dois pensemos em comum: homonóia.

Num mundo tão absurdamente escangalhado por mil ideologias que quiseram substituir um pensamento comum, mais natural e orgânico - as sociedades tradicionais e harmônicas -
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Por um modelo do tipo “todos concordem com o meu modelo de salvação individual aqui, ou precisam ser excluídos da vida coletiva”, qual o sentido em falar em “liberdades individuais” e fingir que simplesmente podemos ignorar o coletivo?
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Pior, chamar tudo aquilo que envolve mais de um indivíduo pelo termo pedestre “coletivista”, como se fosse grande ofensa?

(Hummm… sexo envolve mais de um indivíduo… agora tô entendendo qual o nicho social onde essa de “coletivismo” mais pega…)
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Tente definir o que é uma lei sem “coletivismo”. Tente definir o modelo de sociedade. Tente definir qual vai ser a cara do seu quarteirão. Tente definir o que é moral. Fora o vetor do oritimbó, não dá pra definir NADA.
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Sério, a parte “individual” que nos cabe na vida (a vida adulta te ensina isso com maestria) é uma coisa tão ínfima quanto decidir em que série da Netflix você vai dormir depois de 20 minutos, porque não terá tempo pra essas coisas, depois de debater coisas publicamente.
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E destruir tudo o que é historicamente relevante em nome da gigantesca liberdade individual de alargar o Raskolnikoff não me parece uma discussão MINIMAMENTE RELEVANTE.
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Liberal é só um comunista que gosta de Mc Fritas e pornografia.
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That's all Folks!

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