"Democracia e Poder - A escamoteação da Vontade", de Eduardo Colombo. Publicado por Intermezzo Editorial, 2018.
Organização e tradução por Plínio Augusto Coelho.
Eduardo Colombo (1929-2018) foi um um dos maiores anarquistas da contemporaneidade. Argentino, desde jovem ingressou nas fileiras da FORA (Federação Operária Regional Argentina), onde se tornou um anarquista para toda vida.
Foi diretor do La Protesta, o principal jornal anarquista da Argentina e América Latina. Médico e Psicanalista, foi professor de psicologia social na Universidade de Buenos Aires até o golpe militar de 1966.
Com a perseguição política, se exilou em Paris, se filiando a CNT Francesa e se tornou um dos editores da Revista Libertaria Refráctions.
Democracia e Poder é uma coletânea de artigos que ele discute temas fundamentais: a origem e o funcionamento do poder político, a crítica anarquista a democracia representativa, discute o papel a violência ética dos anarquistas, crítica a teoria do poder de Michel Foucault.
Para Colombo, é preciso distinguir no conceito de poder, o poder enquanto capacidade (potentias) e o poder enquanto dominação (potestas). O primeiro poder está ligado a capacidade instituinte da sociedade, a segunda está ligada ao poder político que reproduz a dominação.
O poder político surge a partir da expropriação por uma minoria da força coletiva da maioria, da capacidade instituinte da sociedade. O poder político se desenvolve a partir de binarismos da sociedade, como o sagrado/mundano, a diferença entre os sexos, e o comando/obediência.
A institucionalização desses binarismos produz a sociedade hierárquica. O poder político as reproduz em suas múltiplas formas históricas, da Chefia ao Estado Nação.
Para os anarquistas, que tem como primeiro dever a destruição de todo poder político, se trata de restituir a sociedade seu poder instituinte, organizando sua força coletiva,
em oposição ao poder político ao criar relações e instituições baseadas na capacidade criadora da humanidade em construir uma sociedade autônoma baseada na solidariedade, igualdade e liberdade.
Os anarquistas, enquanto refratários dessa sociedade, questionam o dever de obediência da razão de Estado, e abrem as possibilidades para uma nova sociedade emancipada do poder político.
Os artigos de Colombo são um exemplo da erudição tanto em relação as ciências e filosofia em geral, quanto aos debates específicos do anarquismo. Fornecem uma instigante interpretação do poder político e suas diversas manifestações assim como as possibilidades de sua superação.
"A luta sem descanso e sem fim pela liberdade exige a destruição de todo poder político e a criação de instituições sociopolítica que permitirão a extensão sem limites da autonomia individual e coletiva". P. 55.
"O sujeito da ação social é, evidentemente, o existente, e o existente é múltiplo, vivo, atravessado por inumeráveis conflitos. É o povo. (...) Foi o povo que fez revoluções, e não vejo porque ele não as fará mais." P. 121.
Vocês podem escutar a palestra "Violência e Anarquismo" no canal do youtube da @bterralivre !
No Podcast Antinomia, da @bterralivre , rolou um episódio do Leituras Libertárias com um trecho do livro "Anarquismo, obrigação social e dever de obediência".
"Nestor Makhno e a Revolução Social na Ucrânia", de Alexandre Skirda. Publicado por Editora Imaginário, 2001.
Tradução de Alexandre Skirda e Plínio Augusto Coelho.
Esse livro é uma coletânea de artigos e documentos históricos dedicado a história da Revolução Ucraniana. Com textos de Alexandre Skirda, Nestor Mahkno e Alexander Berkman, além de documentos históricos da Makhnovitchina.
Como decorrência da Revolução de Fevereiro de 1917 na Rússia, as prisões do império russo foram abertas, e milhares de prisioneiros libertos, entre eles, o anarquista ucraniano Nestor Makhno.
"Ecologia Social e outros ensaios", de Murray Bookchin. Publicado por Editora Achiamé, 2010.
Organização e prefácio por Mauro José Cavalcanti.
Nesse dia, em homenagem a morte do anarquista norte americano Murray Bookchin, postamos mais um livro dele na página, dessa vez, uma coletânea de diversos ensaios que cobrem toda a vida do autor, onde ele explora as relações intrínsecas entre anarquismo e ecologia.
Nesse livro encontramos artigos importantes sobre a definição e o desenvolvimento da Ecologia Social, a perspectiva que mostra que a relação de dominação entre a humanidade e natureza, não deve ser buscada na natureza, mas sim, na relação de dominação do humano sobre o humano.
"Confederalismo Democrático", de Abdullah Öcalan. Publicado por Rizoma Editorial, 2016.
Tradução do Coletivo Libertário de Apoio a Rojava. Introdução de Ana Paula Massadar Morel. Posfácio de Eduardo Viveiro de Castro.
Abdullah Öcalan é um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores do Curdistão. O PKK surge em 1978 na Turquia, com o objetivo de lutar pela autodeterminação dos curdos. Em 1984 iniciam uma guerra popular prolongada contra o Estado Turco.
Em 1999, Öcalan, secretário geral do partido no exílio, se torna alvo de uma conspiração internacional coordenada pela CIA. É preso e condenado a morte por traição na Turquia.
"O Organismo Econômico da Revolução", de Diego Abad de Santillan. Publicado pela Editora Brasiliense, 1980.
Tradução de Arnaldo Spindel e Pierrer André Ruprecht. Prefácio de Mauricio Tragtenberg, Introdução de Félix Garcia.
Diego Abad de Santillan é um dos mais importantes anarquistas da história. Santillan foi membro ativo da Federação Operária Regional Argentina (FORA) em sua estadia na América Latina, na Espanha foi membro da CNT e um dos fundadores da Federação Anarquista Ibérica (FAI).
Durante a Guerra Civil Espanhola, será dirigente do Comitê de Milicias Antifascistas e Conselheiro Econômico da Generalidade da Catalunha.
"A mulher é uma degenerada" de Maria Lacerda de Moura. Publicado por @tendadelivros , 2018.
Organização e edição de Fernanda Grigolin.
Essa é uma edição fac símile e comentada do livro escrito pela anarquista e feminista brasileira Maria Lacerda de Moura, publicado originalmente em 1924.
O livro se inicia com uma resposta a misoginia defendida pelo psiquiatra Miguel Bombarda. Maria Lacerda toma a acusação de Bombarda, de que a mulher é uma degenerada, e busca desconstruir as teorias científicas de seu tempo que buscam legitimar a inferioridade da mulher.
"O Individuo, a Sociedade e o Estado, e outros ensaios", de Emma Goldman. Publicado pela Editora Hedra, 2011.
Introdução de Carlo Romani, tradução e organização de Plínio Augusto Coêlho.
Nesse livro, encontramos uma série de importantes ensaios escritos pela anarquista e feminista Emma Goldman.
Emma Goldman é uma das mais importantes anarquistas da história, de origem lituana, aos 17 anos emigrou para os EUA, em pouco tempo se tornou uma militante anarquista, dedicada ao desenvolvimento da organização dos trabalhadores e dos direitos da mulher.