Thread by @fabiomalini

No Facebook, o território bolsonarista, a convocação para a manifestação tem média de 1 milhão de interações/dia em posts sobre o 7/11, as motociatas e hashtags sobre o evento de amanhã.

Em uma semana, 48 mil posts.

Basicamente, a estratégia foi centralizar a "foto" da manifestação em São Paulo, financiando caravanas para encher a Paulista ao máximo (o que deve ocorrer).

Mas a ação coordenada em centenas de cidade é algo desvalorizado.

A imagem (grafo) revela relação hashtags - grupos do Facebook (q as postam). Os grupos + ativos tratam o evento de amanhã como um comício, uma espécie de rally desencadeador das eleições de 2022.

Um evento eleitoral fora do período de campanha.

Quando invertamos a métrica do grafo, surgem as hashtags mais compartilhadas. De caráter convocatória e de apoio ao presidente, elas são esvaziadas de qualquer sentido outro. Uma manifestação sem agenda, sem qualquer perspectiva de futuro.

É uma manifestação focada na bolha, que mobiliza milhares de gente comissionada, figuras religiosas e mais a grande ala da velha guarda.

É uma bolha gigantesca, típica de quando se tem o poder da caneta.

Nesses grupos públicos (cerca de 1.2k, q coletei via @crowdtangle), os posts + compartilhados são de páginas de Bolsonaro, Carla Zambelli, Bibo Nunes etc, basicamente o ecossistema bolsonarista no Face.

Curiosidade: @AndreJanonesAdv disputa o sentido do termo "7 de setembro", numa linha oposicionista. E teve seus posts publicados até em grupos bolsonaristas, ainda que para ser criticado.

A média semanal de postagens de Bolsonaro é de 24 posts no Facebook. Na última semana, o presidente aumentou a carga para 47 postagens. Mas o percentual de interação vem caindo bastante. Em média, seguidores interagiam 2,5 vezes por semana (mar/21). Hoje, 1,21 vez.