Olá, pessoal! @schrarstzhaupt aqui! Nossos painéis de dados foram atualizados, com dados dos países até 10/09/2021 e dados dos estados e municípios do Brasil atualizados até 11/09/2021.
Vamos ver rapidinho como está a nossa situação?
Sigam o fio🧶
A primeira coisa que é sempre bom lembrar é a associação de uma determinada variante (no caso, é a Delta) com um aumento de casos.
É uma correlação, e não uma relação causal direta (não temos como afirmar com essa certeza). Dito isso, houve a correlação no caso da variante Gama.
Ao analisar os dados na plataforma da Fiocruz (genomahcov.fiocruz.br/dashboard/) podemos ver que o início da detecção da variante Delta está muito similar ao início da detecção da variante Gama.
Percebam os três primeiros meses da Gama em comparação com os três primeiros meses da Delta:
Sempre válido lembrar que sequenciamos 0,17% dos casos detectados, pessoal. Isso mesmo: são 165,4 genomas sequenciados a cada 100 mil casos.
Quais as variantes de todos os outros casos?
Quando olhamos os dados do Brasil temos dois fatores que confundem e não nos deixam ver qual a tendência real:
1. O feriado prolongado de 06/09 e 07/09 (circulado no gráfico); 2. O lançamento de casos represados no RJ.
É importante nem festejar "o menor número até aqui" (provavelmente devido ao feriado) e nem achar que é o começo da nova onda quando os casos vierem maiores do que a média anterior (também devido ao feriado).
Infelizmente temos de esperar mais dias quando temos esses fenômenos.
Mas, ao mesmo tempo, ao analisar regiões e estados separadamente, podemos ver alguns detalhes importantes. O primeiro está na região Centro-Oeste. Quando analisamos a região, temos a queda do feriado. Mas quando vemos o DF, aí já vemos uma reversão super explícita:
Na região Nordeste, a maioria dos estados está em queda consistente, o que é maravilhoso. Caso tenhamos uma nova onda, ela começa de um patamar mais baixo, dando mais tempo para reagir. Os únicos estados que acendem uma luz amarela são RN e PE:
A mesma coisa na região Norte, que parece estar chegando no seu novo piso:
Na região Sudeste, temos comportamentos estranhos no RJ (muitos casos num dia) e SP (quase nenhum caso por muitos dias), o que acaba dando um equilíbrio falso. Além disso, fico um pouco assustado com o ES e com MG, que parecem estar em uma estabilização em um patamar muito alto:
Vejam como esse comportamento estranho de RJ+SP somado com a estabilização em patamares altos de ES+MG causa um comportamento diferente de todos os quatro estados quando olhamos a região:
Na região Sul a gente vê um aumento de casos nos últimos 20 dias no PR (pode ser devido ao feriado), mas ao mesmo tempo vê uma queda fortíssima, sem sentido, em SC. E o RS também inseriu vários casos (de novo, feriado?)
Onde podemos ir para ver se pode ser algo do feriado? Na pesquisa CTIS da Universidade de Maryland/Facebook. O que vemos para o estado do RS lá? Uma reversão de tendência bem fácil de identificar:
SC tem uma reversão um pouco menor que a do RS, e o PR vem com uma oscilação bem forte, difícil de identificar o que pode acontecer daqui a 15 dias (que é o período onde temos a melhor correlação entre a pesquisa e os casos reportados pelo ministério da saúde).
É importante sempre verificar o tamanho da amostra, pois ali mostra quantas pessoas responderam a pesquisa por dia. Os estados com amostras maiores tendem a ter uma correlação melhor entre a pesquisa e os casos, como SP, que também parece ter parado de cair:
SP também nos dá os dados de hospitais (também estão em nossos painéis) e lá podemos ver que o gráfico dos pacientes internados em UTI com covid-19 confirmada está fazendo aquela curva que não gostamos (estabilização pós queda). Mostrei ali como seria caso continuasse caindo:
E, por último, sempre aquela olhada nos EUA, que é um país que veio demonstrando estar a nossa frente (o que acontece lá acabou acontecendo aqui algum tempo depois). Percebam que a queda deles começou em 16/04/21 e foi até 26/07/21 (100 dias):
Esse período de 100 dias tem a queda, desaceleração da queda e estabilização pós queda, sendo o aumento iniciado em 26/07/21.
Pois bem, aqui no Brasil estamos em queda desde 29/06/21, e temos mais pessoas se vacinando/querendo se vacinar do que os EUA.
Se levarmos os mesmos exatos 100 dias (apenas uma hipótese) dos EUA para que isso estabilize e aumente, teríamos esse aumento em 09/10/21. Como temos mais vacinados (e até lá teremos mais ainda, tomara), podemos ver ainda mais tempo até esse eventual novo aumento.
Tempo é ótimo se utilizado para se preparar, e péssimo se utilizado para gerar ações que catalisam (aceleram) a chegada desse eventual aumento, então é importante ter cautela nas ações.
E sobre o aumento: mesmo os estados super vacinados dos EUA tiveram reversões. Vejam Massachusetts, com 76,1% com ao menos uma dose e 66,7% completamente vacinados, teve uma reversão pequena, mas teve.
Todos os estados tiveram a reversão, por isso temos de ter cautela.
Aqui a vacinação parece ter dado uma leve desacelerada na velocidade, mas também pode ter sido algum reflexo do feriado. Além disso, ainda temos uma parcela significativa sem nenhuma dose (jovens inclusos nessa parcela), e uma desigualdade de cobertura entre os estados:
Não podemos achar que aqui vamos ser sorteados e não nos preparar. Pior ainda se tomarmos ações que só pioram as coisas e baixar a guarda.
Usem máscara, por favor! Cortem a transmissão sempre que possível, pois aí estaremos efetivamente lutando contra uma possível nova onda.
Olá, pessoal! Como estamos cada vez mais avançando na vacinação, achamos válido trazer aqui uma informação importante na hora de interpretarmos os dados de cobertura vacinal que vão ser cada vez mais divulgados! Sigam o fio! 🧶
Ao acessarmos o "vacinômetro" do @minsaude, há um mapa do Brasil que nos leva aos contadores de doses aplicadas e das coberturas vacinais dos mais diversos estados:
Percebemos que há duas maneiras de contar a cobertura vacinal:
- Na primeira conta-se toda a população que tomou a primeira dose, e também é contada toda a população que tomou a segunda dose (duas somas, separadas).
A recente denúncia de lotes de vacinas teriam sido administrados após a data de vencimento levanta um debate sobre a cautela ao veicular esse tipo de informação. Confira aqui os pontos mais importantes do texto preparado por diversas entidades sobre o tema:
Pessoal, o papo agora é sobre a diferença entre uma PFF2/N95 "padrão" e a KN95 😷. Muita gente acha que é a mesma coisa. Não é não!
Vem conosco, no fiozinho da @melmarkoski que te explica essa história!
PFF2 é a classificação relativa à eficiência de filtração de 95%. Ambas N95 e KN95 são confeccionadas para essa eficiência. Mas o que faz a máscara completa? Camadas de tecidos (e poros), ajuste e testagem.
A eficiência de filtração é quantificada em laboratório, em condições controladas/experimentais. As testagens são feitas com cloreto de sódio (o sal de cozinha). Podemos dizer que ambas são "eficientes" em filtrar, mas não que protegem igualmente. redeaanalisecovid.wordpress.com/2020/12/15/o-r…
Agora que chegamos a um momento mais avançado da epidemia de COVID-19 no Brasil, temos mais dados para comparar ações tomadas aqui com ações tomadas em outros países, inclusive de situação similar ao nosso.
Comparamos os óbitos registrados no Brasil com os na Argentina, no Chile e no Equador para estimar a quantidade de mortes que poderiam ter sido evitadas aqui caso fossem adotadas medidas sanitárias semelhantes à desses outros países, o que inclui vacinação em massa.
No dia 15 de junho foi publicado um artigo de revisão bibliográfica/não sistemática na revista The Journal of Antibiotics, sobre o mecanismo de ação da ivermectina contra o SARS-CoV-2. O artigo foi publicado pelo site da Nature.
Revisões bibliográficas (revisão de literatura) não são indicações de uso clínico de medicamentos. A intenção dos autores, neste tipo de texto, é debater sobre uma ideia, ou propor um caminho em uma linha de pesquisa.
Pois bem, no caso deste artigo os autores propõem uma interação biomolecular entre a ivermectina, o SARS-CoV-2 e as células humanas. Assim, indicam uma possível interação fisiopatológica do medicamento com o vírus e as células.
Recentemente, a @anvisa_oficial autorizou a importação de lotes da Sputnik-V para sete estados brasileiros, além dos previamente autorizados pela análise anterior
Para saber mais, a @laribrussa traz nesse fio algumas informações e explicações 🧶
Em primeiro lugar, essa aprovação possui algumas ressalvas e vamos entendê-las melhor:
No início deste mês, a Anvisa havia aprovado o pedido de importação excepcional de 928 mil doses da Sputnik V para seis estados do Nordeste, em lotes específicos que foram inspecionados.
Isso significa que elas poderão ser importadas e aplicadas por esses estados.