É triste ver que nem a CPI, nem os advogados que lá vão "defender" seus clientes não saibam o papel da CPI.
A CPI não é juízo. Renan não cumpre o papel de um juiz. A CPI é um INQUÉRITO e a lógica do inquérito é diferente. Renan está no papel de DELEGADO DE POLÍCIA. (+)
Na lógica do inquérito, o delegado NÃO PRECISA dar AMPLA DEFESA ao depoente. Na lógica do inquérito TODA A AMPLA DEFESA do inquirido é não ter seu corpo ou saúde psicológica violada e o silêncio. Tão somente.
Não é permitido ao depoente tecer juízo sobre a forma pela qual o delegado leva seu inquérito assim como a CPI não deve aceitar essas palhaçadas de depoente querer falar o que não lhe foi perguntado. Isso se ensina no primeiro ano do curso de direito.
O delegado (assim como a CPI) realiza um inquérito cujo resultado é uma peça sim acusativa e que NÃO PRECISA do contraditório. Este contraditório vai ser produzido pelo advogado de defesa na frente de um juiz imparcial.
Toda a função de um advogado que acompanha um cliente num inquérito policial é prevenir as ações que coloquem o direito do depoente in extremis. Ou seja, recomendar o silêncio, evitar a violência física ou psicológica e requerer completo acesso aos autos. E se restringe a isso.
* o direito do depoente em risco in extremis.
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Nossas manifestações floparam. É preciso entender isso.
Em primeiro lugar, é preciso saber que com a população empobrecida, manifestações antes do dia 5 ou 10 ficam vazias por simplesmente não se ter dinheiro para ir.
Depois, é preciso perceber que a população está cansada de se manifestar e não ser ouvida. Nem pelas autoridades e nem pelas próprias lideranças que seguem mantendo as coisas em "banho maria"
Walter Benjamim talvez tenha sido o primeiro a apontar a dimensão estética do fascismo. Com o objetivo de açodar os poderes existentes, o fascismo criava novos ídolos, novas práticas, novos símbolos, novas palavras de ordem e, nesse processo, desrespeitava as anteriores.
(fio)
Uma das dimensões mais importantes do poder é a simbólica. Ela aparece no que se chama de "economia do poder". Para tornar o uso do poder menos custoso a quem detém, a simbologia foi criada. Em todas as instituições isto ocorre.
Juízes se vestem de uma determinada maneira, exigem determinado tipo de tratamento de linguagem e não raro têm suas mesas de audiência colocadas acima fisicamente das do restante das pessoas. A dimensão simbólica joga um papel preponderante aqui.
Quando a CPI começou eu pensei que seria muito complicado provar - no campo jurídico - os crimes contra a humanidade do governo Bolsonaro. Me parecia que politicamente ia ficar comprovado, mas a materialidade me parecia problemática. (+)
As decisões de deixar de vacinar, de trabalhar pelo contágio e massa, da própria "imunidade de rebanho" como ideia de política pública, me pareciam que ficaria dentro do campo da consciência dos tomadores de decisão. (+)
Jamais me passou pela cabeça que esta gente fosse tão perversa e tão burra a ponto de deixarem GRAVADO em vídeos suas ideias.
Que os nazistas realmente acreditavam em suas teorias é bem mostrado pela história. Mas que agentes públicos tenham feito um conluio não me era crível.
Em janeiro de 1931, o chefe do partido nazista, Adolf Hitler, deu uma entrevista ao repórter judeu Max Fraenkel, publicada no jornal The Jewish Criterion.
(segue o fio)
Fraenkel começou o relato falando do que via no homem a sua frente:
"As fotos de Adolf Hitler não fazem justiça ao incontestável líder dos Nacionais Socialistas. Ele parece muito mais jovem do que seus 41 anos. [...]
Sabe o caso da promotora bolsonarista que publicou "imagens enaltecendo o nazismo"? Então, sugiro aos jornalistas e mesmo o pessoal da esquerda de conversarem com historiadores especialistas antes de saírem escrevendo bobagens. Vai todo mundo tomar processo da bolsonarista.
Se tivessem perguntado para historiadores e historiadoras especialistas em história contemporânea (como eu) não levariam os processos que vão levar.
A tal promotora pode até ser nazista, mas não se conseguirá provar isso pelas postagens dela.
Ela NÃO está enaltecendo o nazismo, ao menos não abertamente. Ela está fazendo uma comparação estética entre cartazes nazistas e cartazes soviéticos. Como ninguém ali lê russo (eu leio) ninguém se deu conta da comparação. É talvez nem a própria promotora.
E sobre a facada? Diz a @folha em letras garrafais que é Teoria da Conspiração.
Porém, de que Teoria ela está falando? Daquela que diz que a facada pode ter sido organizada pelo próprio campo bolsonarista?
Pq seria "teoria da conspiração"? (segue a thread)
Em 1o de setembro de 1939 a Alemanha nazista invadiu a Polônia dando início à segunda guerra. A Alemanha declarou que havia sido invadida por poloneses e mostrou os "invasores" uniformizados para "provar". Depois se comprovou que havia sido um "false flag attack".
alemães vestiram-se com uniformes poloneses e realizaram a ação para induzir uma determinada tomada de decisão em outros agentes ou para legitimar as suas. Portanto, este tipo de atitude (semelhante à teoria da facada) não é nova e tem vários exemplos na história.