⚠️JULGAMENTO DO FUZILAMENTO DE EVALDO ROSA SERÁ AMANHÃ⚠️

O músico Evaldo Rosa foi alvejado por mais de 80 tiros de fuzil do @exercitooficial em 2019. Luciano Macedo, catador de recicláveis que tentou ajudá-lo, também foi fuzilado

DEZ COISAS que vc deve saber sobre o caso👇🧶
@exercitooficial 1. Em 7 de abril de 2019, Evaldo Rosa ia para um chá de bebê com a família. Estavam no carro seu sogro, a esposa Luciana, uma amiga e o filho de 7 anos. Por volta das duas da tarde de um domingo, o carro foi atingido 62 vezes por tiros de fuzil e pistola.
g1.globo.com/rj/rio-de-jane…
2. Os militares atiraram 257 vezes naquele dia. Alegam que reagiram a um assalto – algo que não é da alçada do Exército. A defesa diz que Luciano é bandido e os soldados agiram em legítima defesa.NENHUMA ARMA FOI ENCONTRADA. @exercitobrasileiro não admite nenhuma culpa no caso.
3. O julgamento foi adiado quatro vezes a pedido da defesa. A primeira data marcada era em 7 de Abril de 2020, um ano depois do assassinato. Por causa da Covid-19, o Julgamento foi adiado para Abril de 2021, depois para Julho, para Setembro, e agora finalmente acontece amanhã.
4. Nesse ínterim, a família de Evaldo está devastada. A mãe do músico morreu esperando Justiça. Luciana Macedo participou da live de lançamento do meu livro Dano Colateral, em Agosto, e contou como se sente impotente diante da falta de Justiça.
5. Quando completaram dois anos do brutal assassinato, NENHUM veículo de imprensa lembrou do caso. Luciana me deu uma entrevista em que disse: “O esquecimento é minha preocupação. É desesperador”. apublica.org/2021/04/dois-a…
6. É MUITO IMPORTANTE que a imprensa cubra o julgamento na Justiça Militar. Essa pode ser a primeira condenação de um militar por matar um civil inocente em uma operação de segurança pública.

Dezenas de outros casos seguem impunes
noticias.uol.com.br/colunas/rubens…
7. Mas pode ser também, como muitos outros casos, que os soldados saiam impunes. No ano passado, o cabo que deixou o jovem Vitor Santiago paraplégico durante a ocupação da Maré foi absolvido pelo bizarro argumento de “legítima defesa imaginária”

apublica.org/2020/02/legiti…
8. No caso de Evaldo, há um agravante: a operação era ilegal. Conforme apontaram as procuradoras militares, os soldados agiram como numa Operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), mas sem autorização presidencial. Isso fere a Constituição. apublica.org/2020/04/exclus…
9. O caso foi levado para a Procuradoria Geral da Justiça Militar (MPM) para averiguar a responsabilidade do general que autorizou a ação, General Antônio Manoel de Barros. Mas a MPM arquivou o processo a pedido da AGU, que tem servido cada vez mais como porta-voz dos militares.
10. Quem acha que não há relação entre esse caso e o avanço dos militares na política está enganado. A Justiça Militar tem servido para manter impunes os militares nos casos politicamente sensíveis – o MPM arquivou a investigação sobre o general Pazuello www1.folha.uol.com.br/poder/2021/08/…
Em suma: esse caso é fundamental para recalibrar as relações civis-militares. Vamos ver se o Tribunal Militar, formado por 4 juízes do Exército e uma juíza civil, vai fazer história amanhã. /

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14 Oct
CONDENADOS os oito militares que fuzilaram Evaldo Rosa e Luciano Macedo. É a PRIMEIRA VEZ que a Justiça Militar condena soldados que mataram civis no Rio de Janeiro.
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O tenente Ítalo Nunes recebeu a sentença de 31 anos de reclusão. Todos os outros 7 militares receberá 28 anos. Serão ainda excluídos do quadro das Forças Armadas
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13 Oct
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Segue o fio! 🧵
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OU
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