A promotora militar Najla Passos rebateu a ideia de que o Rio vive uma guerra e que os "danos colaterais" - tese central do meu livro - são o preço a pagar pelo combate ao crime pelos militares.
— Há a alegação de que estamos numa guerra no Rio. Mas há parâmetros para isso, e não é o caso do Rio. Vivemos uma doença tão grave, mas tem outro nome, e o remédio não é militar. Não vivemos em uma guerra com mocinho de um lado, bandido no outro, e há danos colaterais.
...Não é militar a resposta para o problema de segurança pública do Rio. Quem busca para o debate que estamos em uma guerra quer trazer para tentar justificar eventuais usos abusivos da força, com dano colateral e mortes de civil...
...Não temos o grau de intensidade e organização dos números criminosos, como definem as leis internacionais. Até na guerra isso aqui seria criminoso — afirmou Najila.
Depois de quase 4 horas, acabou a argumentação da defesa, que alega que os soldados agiram em legítima defesa (embora nenhuma das vítimas estivesse armada).
A juíza deu uma pausa de 1 hora. Depois, vem a réplica do Ministério Público Militar e a tréplica da defesa. Depois disso a corte militar decide.
O julgamento recomeçou. Devem ser mais pelo menos 3, horas entre réplica, tréplica e veredicto. Vai noite adentro.
CONDENADOS os oito militares que fuzilaram Evaldo Rosa e Luciano Macedo. É a PRIMEIRA VEZ que a Justiça Militar condena soldados que mataram civis no Rio de Janeiro.
Há mais de trinta mortos em operações GLO e, até hoje, não havia nenhuma punição. Julgamento HISTÓRICO!
O tenente Ítalo Nunes recebeu a sentença de 31 anos de reclusão. Todos os outros 7 militares receberá 28 anos. Serão ainda excluídos do quadro das Forças Armadas
⚠️JULGAMENTO DO FUZILAMENTO DE EVALDO ROSA SERÁ AMANHÃ⚠️
O músico Evaldo Rosa foi alvejado por mais de 80 tiros de fuzil do @exercitooficial em 2019. Luciano Macedo, catador de recicláveis que tentou ajudá-lo, também foi fuzilado
DEZ COISAS que vc deve saber sobre o caso👇🧶
@exercitooficial 1. Em 7 de abril de 2019, Evaldo Rosa ia para um chá de bebê com a família. Estavam no carro seu sogro, a esposa Luciana, uma amiga e o filho de 7 anos. Por volta das duas da tarde de um domingo, o carro foi atingido 62 vezes por tiros de fuzil e pistola. g1.globo.com/rj/rio-de-jane…
2. Os militares atiraram 257 vezes naquele dia. Alegam que reagiram a um assalto – algo que não é da alçada do Exército. A defesa diz que Luciano é bandido e os soldados agiram em legítima defesa.NENHUMA ARMA FOI ENCONTRADA. @exercitobrasileiro não admite nenhuma culpa no caso.
Essa uma história fascinante sobre o mais escandaloso caso de apropriação cultural da história. 🌱
Quando eu fiz a invesigação, há mais de 15 anos, nem se usava o termo “apropriacao cultural”. Infelizmente eu não pude publicar, desconfio que porque a revista recebia belos anúncios da Coca Cola.
Segue o fio! 🧵
Eu me deparei com essa história quando cobria o movimento cocaleiro na Bolivia, nos idos de 2004. Fiz um perfil de Evo Morales antes dele virar presidente.
O lema dos cocaleiros era 'viva a coca! Morram os ianques!'
Como morrem as democracias
OU
Como Bolsonaro quer matar a democracia no Brasil, uma aulinha 🧶
Estou lendo o livro “Como morrem as democracias”, dos professores de Harvard Steven Levitsky e Daniel Ziblatt, uma leitura imprescindível porque traz um guia didático com dezenas de exemplos sobre como hoje em dia são construídas as ditaduras.
Os autores apontam que a maioria dos governos autoritários de hoje em dia não chega ao poder de forma violenta mas trabalham para minar o processo democrático. Como a sociedade não reage a tempo, eles conseguem. Voltar à normalidade democrática é muito + difícil do que impedi-los
Tenho acompanhado a história dos corpos de 215 crianças indígenas encontradas em uma escola missionária no Canadá. Escrevi uma longa reportagem há alguns anos sobre como essas escolas existiram no Brasil e deixaram traumas até hoje. Segue o fio 👇 bbc.com/portuguese/int…
Depois da descoberta da vala comum, o governo Canadense prometeu exumar os corpos para identificá-los. O país colocou as bandeiras em meio mastro. O Primeiro Ministro pediu que a Igreja Católica se desculpe. O Papa Francisco apenas “lamentou” g1.globo.com/mundo/noticia/…
No Canadá, os internatos funcionaram de 1890 a 1969, geridos pela Igreja Católica. Para “inserir os indígenas na sociedade canadense”, elas eram obrigadas a falar inglês e proibidas de falar a própria língua. Eram torturadas, havia abuso sexual, e pelo menos 6 mil morreram.