Antes, um AVISO DE FALÁCIA: os males que o refrigerante produz não são transmissíveis; diabetes não se pega no ar, Covid sim. Eu prometo não compartilhar mais nada do Flow. Só faço agora para analisar a "esquerda Flow", que tudo que quer é surfar no hype. Agora vamos lá (1/7).
Não, isso não tem nada a ver com o Tabet, que nem sequer é de esquerda. Mas há quem seja, ou devesse ser e não deveria ir lá, porque só serve para legitimar figuras, e discursos, nefastos e potencialmente homicidas (2/7).
Eu poderia dizer isso do Roda Viva de Vera Magalhães, mas Vera é muito mais inofensiva do que Monark, vide o fato de se vacinar. Não, Monark não é burro. Ele é um intelectual orgânico, e um grande comunicador, de uma agenda que matou centenas de milhares de brasileiros (3/7).
O tom de voz de bom garoto, que tem um lado meio travesso, encanta muita gente. Tem milhares de podcasts como o Flow, mas só o Flow tem Monark. E ele não é um tipo de escada para um comentário inteligente, ao contrário, é uma armadilha para gente que se acha inteligente (4/7).
Mas tem uma parte da esquerda que vem disso, é isso, e está embebida de uma cultura medioclassista que, no fundo, concorda ou toma por possível, normal ou mesmo aceitável esse dois-ladismos (5/7).
Eu ainda sou de uma época que o dois-ladismos era uma disputa entre neoliberalismo, mais ou menos social, e alguma ideia de esquerda. Hoje, é a equiparação de discursos fascistas, e mortíferos, com qualquer coisa democrática (6/7).
Diante do fracasso da esquerda, incapaz de deter o avanço da horda, surgem os arautos da cura milagrosa promovendo a cloroquina comunicacional: furar a bolha a qualquer custo. Não seja essa pessoa. É preciso recusar essas instâncias (7/7).
P.S.: é evidente que redes como esta não boas. Isto daqui é de uma empresa privada, mas ela explora, justamente, o comum da nossa expressão, afetividade e dos nossos debates. Isso não muda, contudo, que estas redes têm obrigação de banir discurso de ódio e sua normalização.
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Hoje, o neotabloide @Estadao, que tem de ser lido sazonalmente por experiência antropológica, é um puro suco de ultraconservadorismo "civilizado". Mas dá a linha do Ocidente para o Brasil: antipetismo, apoio ao cerco à China e nojinho de Bolsonaro (1/7).
Um ponto interessante disso é, requentando em parte material da Economist, falar em "batalha do Pacífico" em relação ao cerco Ocidental contra a China. Os próprios dados da reportagem mostram que não há batalha alguma (2/7).
Item que deve ser levado em consideração pelos estrategos de Pequim, com urgência, é a inferioridade naval chinesa face aos americanos. E é por aí que se dá o cerco, o que deve aumentar com a reequipagem da marinha australiana (3/7).
Lula e o discurso econômico: enquanto o Brasil derrete sob Bolsonaro, uma série de figuras do campo liberal cobram Lula por responsabilidade. Fica o enigma: porque é Lula quem é posto sob suspeição, se a crise se dá sob Bolsonaro (1/7)?
Vamos supor que o lado dolorido da política de austeridade sirva para, vejamos, equilíbrio fiscal e baixa inflação como valores em si e como base para a prosperidade econômica. Bem, o que foi feito a partir de Levy e, principalmente, de Temer/Meirelles falhou (2/7).
Temos, hoje, inflação acima de dois dígitos, queda das reservas internacionais, resultados fiscais pífios etc. Todo o receituário neoliberal de austeridade tem sido seguido de 2015 e, principalmente, de 2016 em diante mas falhou em alcançar suas metas (3/7)
Muita gente fala que as coisas andaram nos anos 2000 "por causa do ciclo das commodities". Não foi. Vamos ver as commodities subirem de novo, mas as coisas vão piorar no Brasil. Por quê? A política, queridos! Vamos lá (1/7).
Duas coisas foram feitas no Brasil para eliminar qualquer possibilidade de ganho com um novo ciclo das commodities. A primeira, a política de preços da Petrobrás, da era Temer, que tira do povo os ganhos da empresa e joga todos os custos em caso de aumento do petróleo (2/7).
A segunda, é o fim da política de combate à fome por Bolsonaro-Guedes, com o fim de preocupação de estoques estratégicos de alimentos. Ou seja, na Era Lula, exportávamos muita comida AO MESMO TEMPO que isso não esvaziava a oferta para o mercado interno (3/7).
Vamos lá falar sobre cenários de pesquisas eleitorais. Primeiro, as pesquisas mais bem feitas, inclusive por serem presenciais e terem uma amostragem correta, bons métodos e know how são a Ipec e a Datafolha. Passado isso, o que as demais têm coincidido com elas (1/7)?
Lula só não vence já em 1º turno em um cenário onde concorra deus e mundo. Não é o cenário mais provável. Partidos queimarem dinheiro do fundo eleitoral só para lançarem candidato presencial é burrice (2/7).
No mais, mesmo nesse cenário, ainda assim, haveria o risco de Lula vencer em 1º turno, sobretudo desidratando Ciro às vésperas da votação (3/7).
ALEMANHA: BALANÇO FINAL. Qual o legado de Merkel? Depois de 16 anos no poder, a pior votação da história do seu partido. Merkel pegou um partido com 35% dos votos e entrega com 24% (1/10).
Ainda assim, existe uma chance da democracia-cristã continuar no poder. Seria formando um bloco com liberais e verdes, o que é possível. Social-democratas venceram, mas por uma margem apertada, é sua 3ª pior votação na história (2/10).
A diferença entre democratas-cristãos e social-democratas é, hoje, quase nada. Talvez algo em política externa. Em política econômica é muito parecida. Aliás, Merkel foi apoiada pelos "rivais" em 12 dos seus 16 anos de governo (3/10).
Ainda Alemanha. Na virada do século, um simpático gabinete social-democrata-verde, liderado por Gerhard Schroeder tocou as primeiras grandes reformas neoliberais no país desde o pós-guerra. A chamada Agenda 2010 ou Plano Hartz (1/7). en.wikipedia.org/wiki/Hartz_con…
As consequências disso foram manifestações massivas na Alemanha. Schroeder foi eleito num clima de ressaca pós-reunificação alemã: as pessoas viram que o capitalismo não era tudo isso, nem inclui as massas do leste. Mas elas foram traídas (2/7).
O irônico é que essa indiferenciação trouxe, em 2005, os democratas-cristãos de volta ao poder. Mas em gabinetes compartilhados com os social-democratas para executar, por seu turno, quase a mesma política gestada por Schroeder (3/7).