Hoje, Alemanha e Israel se enfrentam pelas Eliminatórias da Copa do Mundo feminina.
Num momento em que dados do governo alemão mostram que o antissemitismo está em alta no país, vale lembrar como, após a 2ª Guerra, foi o futebol que ajudou a construir pontes entre esses povos.
2020 marcou o ano em que o maior número de crimes com motivação antissemita foi cometido na Alemanha desde que o governo passou a classificar “atos criminosos com motivação política”, em 2001.
Foram ao todo 2275 crimes registrados, e o número vem crescendo ano a ano.
Lá atrás, quando Israel era um Estado recém-criado e a Alemanha havia sido dividida em duas, os israelenses participaram de sua 1ª Olimpíada, em Helsinque 1952.
À época, o governo do país chegou até a proibir atletas israelenses de competirem contra alemães.
Mas os alemães venceram a Copa de 54 e o futebol começou a reaproximar os países: a federação de futebol israelense enviou um grupo de treinadores para estudar em Colônia, onde a federação alemã criou uma escola para técnicos que queriam aprender os segredos dos campeões mundiais
Mas a relação ainda estava abalada pela desconfiança dos sobreviventes do Holocausto sobre os alemães.
Num gesto político, a Alemanha Ocidental enviou uma seleção sub-19 a Israel em 68, com futuras estrelas como Uli Hoeness e Paul Breitner, para se preparar pra um torneio.
Os jogos tiveram que acontecer sem público, já que havia protestos de israelenses do lado de fora.
Como retribuição, a seleção israelense se preparou pra Copa de 70 (sua única participação até hoje) em Hennef, na Alemanha Ocidental. Diplomatas costuraram o acordo pra viagem.
O técnico que classificou Israel pra Copa de 70 era Emanuel Schaffer, um dos formados na tal escola para treinadores em Colônia. Ele foi eleito pelos outros estudantes como o melhor aluno da classe, ao lado de um jovem holandês chamado Rinus Michels. O resto, claro, é história.
O professor de ambos foi Hennes Weisweiler, que criou uma amizade com Schaffer.
Por isso, sob Weisweiler, o Borussia Mönchengladbach se tornou o primeiro clube da 1ª divisão alemã a jogar em Israel, em 70, num amistoso contra a seleção local - treinada, é claro, por Schaffer.
Esse intercâmbio traria Shmuel Rosenthal, jogador da seleção israelense, para o Borussia Mönchengladbach, tornando-se o 1° do país a atuar na Bundesliga, em 1972.
No jogo de hoje, uma atração é a presença da atacante Sharon Beck, que joga no Köln e é nascida na Alemanha, mas que atua por Israel. Em entrevista à DW, ela disse saber que teria mais chances de disputar grandes torneios com a camisa alemã, mas que se identifica mais com Israel.
O futebol ajuda a conectar os descendentes de histórias tão trágicas como as do Holocausto. Recentemente, falamos da passagem do Maccabi Haifa pelo Estádio Olímpico de Berlim:
O australiano Josh Cavallo, do Adelaide United, se tornou o único jogador de 1ª divisão do mundo abertamente homossexual, recebendo apoio do seu clube e da liga australiana.
O time até publicou um vídeo em que ele explica por que está se assumindo.
O jogador também escreveu uma carta em que fala mais sobre a sua decisão, traduzida aqui pelo sempre competente @ALeagueBR, nossa melhor fonte de informação sobre futebol australiano. Como o vídeo acima está em inglês, vale ler a carta traduzida.
Há pouquíssimos jogadores assumidamente gays no futebol profissional.
Um dos casos mais conhecidos é o do alemão Thomas Hitzlsperger, que jogou por clubes como Lazio, Wolfsburg e Everton, mas que só se declarou homossexual 1 ano após se aposentar, em 2013.
No domingo, o Colo-Colo venceu de virada a Universidad Católica e se encaminhou para o título chileno.
Autor do gol da vitória aos 48 do 2º tempo, o atacante Javier Parraguez comemorou e mostrou em sua camisa o pedido de justiça para Paulina Gatica, uma vítima de feminicídio.
Segundo dados do governo chileno, 29 feminicídios já foram cometidos no país em 2021, além de outras 129 tentativas que não se consumaram.
Paulina Gatica é a 14ª vítima, uma mãe de três filhos, de 42 anos, assassinada em maio por um namorado. Ela estava grávida do 4º filho.
O assassino, José Antonio Rivera, está atualmente preso de forma preventiva e aguardando julgamento.
Por isso, a mensagem de Parraguez teve muito impacto nas redes sociais chilenas, onde o artilheiro foi celebrado pelo gol, mas acima de tudo pelo gesto.
Dietmar Hopp, "o homem mais odiado do futebol alemão", voltou a ser citado pela torcida do Bayern de Munique.
Dessa vez, as faixas eram "amigáveis":
"Tudo continua igual
Ainda estamos aqui
Dietmar Hopp ainda é um bom homem honrado".
A faixa "amigável" é porque muitas polêmicas já seguiram as faixas com ofensas a Hopp, o dono do Hoffenheim.
No ano passado, jogadores do Bayern e do Hoffenheim se uniram para pedir que as faixas fossem retiradas. Torcedores do Dortmund já foram processados pelas ofensas.
Nós já explicamos aqui a situação envolvendo Dietmar Hopp os porquês dele ser tão odiado no futebol alemão:
Um dos maiores clássicos do esporte mundial aconteceu hoje e teve uma audiência média de mais de 300 milhões de telespectadores.
Estamos falando do confronto entre Índia e Paquistão, pela primeira fase da Copa do Mundo de Críquete T20.
O Paquistão venceu a partida de hoje quebrando um enorme tabu: foi a primeira vez que derrotou os arquirrivais indianos em 13 confrontos de Copa do Mundo.
A vitória, é claro, vai muito além do campo, uma vez que os países têm situação diplomática muito complicada.
A situação entre os dois países é tão tensa que os jogadores paquistaneses estão proibidos de jogar na Premier League Indiana, liga concorrida do críquete mundial.
Amistosos entre Índia e Paquistão também não acontecem mais: os duelos são reservados às competições oficiais.