A gente tá sentindo os efeitos da pandemia na economia agora. Claro que o dólar poderia não estar tão alto caso o governo fosse só um pouquinho menos pior, mas não acredito que estaríamos abaixo de 5 e sem uma crise fiscal de qualquer maneira
Isso porque a gente já vinha estourado desde 2014 e só foram feitos ajustes de longo prazo desde então. A crise em si não foi resolvida em nenhum momento, apenas amenizada com medidas que diluiram a questão fiscal pro futuro.
Na prática, nunca deixamos de criar dívida pra pagar despesas correntes. Também não reduzimos despesas correntes, apenas cortamos investimentos e deixamos de contratar novos funças (muito disso graças à pandemia, diga-se). O espaço fiscal criado sempre foi mais efeito dos juros
baixos sustentados pela promessa de melhora futura do que por medidas estruturais. E a pandemia veio pra ferrar com toda essa estratégia. Embora continuemos com compromisso de ajuste a longo prazo, o plano teve que ser revisto e as questões políticas se tornaram uma ameaça...
Uma ameaça porque a escalada populista/eleitoreira deve voltar com força e melar com boa parte do pouco que já foi feito. Tudo isso sem perspectiva de melhora. Dos candidatos com chances até então, um é um gastador assumido e o outro não consegue aprovar uma moção de aplauso.
E logo virá mais briga com caminhoneiros. Os caras já tão ameaçando parar por causa do preço do diesel e da "política de preços da Petrobras" que, como todos sabemos, não será privatizada e o ideário de que o presidente é quem determina o preço do combustível continuará vigente.
A pandemia cria um ambiente instável no mundo, os EUA ameaçam parar de explorar óleo de xisto, o petróleo dispara, o dólar não baixa pela instabilidade fiscal do país e a caminhoneirada vai querer baixar o diesel na canetada... Já vimos esse filme antes.
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