Apareceram muitas dúvidas sobre a diferença entre PFF2 com elástico na orelha e KN95.

Elas são bem parecidas mesmo, a diferença é que a PFF2 passou por todo o processo de testagem e certificação pra se adequar a norma técnica vigente
Que é a exigência de capacidade de filtrar pelo menos 94% das partículas de 0.3 microns, as mais difíceis de serem capturadas.

Muitas KN95 não passam por testagens. Então não conseguimos saber se são de boa qualidade ou falsificadas
Alguns estudos feitos fora do Brasil encontraram máscaras vendidas como KN95 que filtram menos de 30% dessas partículas. E o problema é que só olhando não dá pra saber se ela é falsificada ou não.

A certificação serve justamente pra isso
Quanto ao elástico na nuca x orelha, a questão aí é a vedação. A máscara precisa estar bem ajustada sem vazamentos de ar. O ar procura o caminho de menor resistência. Então ele entra e sai sem ser filtrado com essas brechas, reduzindo muito a eficiência
Estima-se que um vazamento de 1-2% na área de contato da máscara com o rosto pode reduzir a eficiência na filtragem de até 50%. Justamente por isso é importante minimizar vazamentos. E sim, barba atrapalha bastante na vedação ao rosto. Ideal é tirar mesmo
(Em tempos, bem interessante como algumas dúvidas são recorrentes e como a audiência por aqui é rotativa. Por isso, nunca é demais repetir as recomendações. Elas sempre chegam pela primeira vez em alguém diferente 🙂)

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More from @vitormori

27 Oct
Em locais de maior risco prefira, nessa ordem:

- PFF2 certificada com elástico na nuca
- PFF2 certificada com elástico na orelha
-KN95
- Máscara cirúrgica bem vedada ao rosto (pode usar uma de pano por cima pra vedar melhor)
- Máscara de pano bem vedada ao rosto
Pessoas que tenham mais dificuldade em usar a PFF2 (especialmente pessoas mais idosas ou com algum problema respiratório) podem optar por PFF2 valvuladas. De acordo com o CDC, elas protegem mais o seu entorno que uma máscara cirurgica em situações de mundo real
As PFF2 valvuladas te protegem o mesmo tanto que uma PFF2 sem válvula.

Mas elas protegem menos o seu entorno do que uma PFF2 sem válvula
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22 Oct
Acho esse tema, esse paper e essa thread super importantes.

Muito da enorme confusão com relação aos mecanismos de transmissão e, consequentemente, das formas de se proteger contra o vírus tem como origem definições excessivamente simplificadas do que são goticulas x aerossóis
A definição atual é , partículas maiores do que 5 microns são consideradas gotículas que caem rapidamente no chão a menos de 1.5 metros e aerossóis partículas menores que 5 microns que por serem leves ficam em suspensão por muito tempo e viajam grandes distâncias
E a partir disso, se assume que transmissão a curta distância é necessariamente por gotículas pesadas que se depositam no rosto (como respingos de um spray) e transmissão por aerossol é só transmissão a longas distancias
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12 Oct
Esse caso ilustra bem a dinâmica da transmissão por eventos de superespalhamento. Em condições propícias (ambientes fechados, mal ventilados e com muita gente) temos um risco enorme de um surto local.

g1.globo.com/pa/santarem-re…
Não tenho informação sobre o contexto desse surto, mas imagino que tenha sido a combinação que a gente sabe bem que propicia o contágio.

Em tempos, não conheço nenhum caso na literatura de evento de superespalhamento que aconteceu em espaço 100% aberto, sem margem para dúvidas
53 casos de uma vez só é MUITA coisa. E isso segue se espalhando, com potencial de gerar outros surtos. Rastreamento de contatos retrospectivo tem exatamente esse propósito, localizar contextos onde o potencial de surto é enorme e cortar cadeias de transmissão
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10 Oct
O fato de espaços ao ar livre serem muito mais seguros não é coincidência ou obra do acaso. É consequência da forma como o vírus se transmite. Há total plausibilidade física.

Porque é geralmente permitido fumar em espaços abertos e proibido em espaços fechados?
Em espaços abertos a fumaça se dispersa rapidamente e se diluem no ar. Em espaços fechados ela fica em suspensão, se acumula no ambiente e pode ser inalada por terceiros.

A dinâmica das partículas potencialmente contaminadas por alguém infectado é bem parecida
Assim como nem todo mundo que está em espaço aberto está fumando, nem todo mundo está infectado e transmitindo o vírus. A infecção exige a inalação de uma quantidade mínima de partículas contaminadas. A chance de você se infectar cruzando com alguém na rua é quase nula
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10 Oct
Retomar esse artigo pra reforçar: espaços abertos são MUITO mais seguros.

Quão mais seguro? Estima-se que menos de 1% da transmissão aconteça ao ar livre. Possivelmente em torno de 0.1%.

A cada 1000 novos casos, ~9990-9999 foram em locais fechados

bbc.com/news/explainer…
E quando isso pode acontecer? Quando você está em contato próximo, face a face por período prolongado e sem máscara.

O risco de você se infectar ao cruzar com uma pessoa na rua é baixíssimo mesmo.
Qual é a coisa mais importante que poderíamos estar fazendo agora?

- Comunicando essa diferença nos riscos de forma muito muito clara pra população
- Políticas de contenção rigorosas muito focalizadas em espaços fechados, mal ventilados e com muita gente
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9 Oct
Esse fio ilustra bem como é difícil dar respostas fechadas e definitivas. E justamente por isso a gente sempre responde "depende" pra tanta coisa

Importante dar a informação de forma mais detalhada possível para que cada um tome a melhor decisão dado seu contexto
Reduzir riscos envolve entender riscos. Uma máscara mofada é segura? Pensando na proteção contra o vírus que causa a COVID, provavelmente sim. Mas levando em conta outros aspectos, provavelmente não. É multifatorial.
Antes a gente falava em 10-15 reusos e observar se o elástico ainda estava em bom estado, vedando bem. Era um momento em que a disponibilidade era menor e os preços maiores. Agora a situação mudou muito. Talvez uma máscara que reusariamos em janeiro, já descartariamos hoje
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