ENTENDA O PERIGO DA LINGUAGEM NEUTRA
Idioma não é para atender interesses ideológicos. A mudança é orgânica, passando primeiro pelo povo para depois se oficializar. A esquerda quer oficializar primeiro e depois obrigar a usar. Um caminho inverso.
Mas você sabe o motivo disso?👇
Na última reforma, por exemplo, a trema foi removida e tivemos também acentos agúdos removidos de paroxítonas (ex. i.déi.a > i.dei.a).
Mas a sociedade em si, já não utilizava a trema, nem muitos acentos em paroxítonas. Além disso, não houve mudança de pronuncia, só de grafia.
O que a esquerda quer é bem diferente. A demanda de linguagem neutra não vem da sociedade, tampouco é usada de forma geral. Apenas uma pequena parte de militantes nas redes sociais, em grande parte composta por extremista e jovens entre 16 e 25 anos é que usam.
A quantidade de pessoas que utilizam a linguagem neutra é irrelevante. E como de costume na esquerda, o que ela quer é primeiro torná-la oficial e depois forçar a sociedade a usá-la. O caminho utilizado pela esquerda é inverso (o que não é incomum). Mas o tema é mais profundo
Para quem não sabe, uma nação é um território geográfico com um governo que o represente, que tenha uma cultura específica, uma língua em comum, tradições e hábitos comuns.
Ou seja, a língua é um dos pilares fundamentais daquilo que constitui o que chamamos de nação.
É através da língua que transmitimos pensamentos de uma mente para a outra. Usamos a gramática (seja ela fonética ou simbólica) para estabelecer a comunicação. E a forma como fazer isso é tão poderosa, que as vezes é possível saber de onde a pessoa vem só pela forma de falar
Todos nós sabemos que a maioria dos idiomas ocidentais utilizam o alfabeto romano. Isso é, por exemplo, uma das características do que chamamos de "cultura ocidental" que tem diversos outros elementos além do alfabeto como por exemplo, o cristianismo.
Todos devem saber também que uma das principais definições da esquerda é a oposição ao que consideramos ser herança ocidental. A religião, considerada alienante e opressora, a cultura, considerada colonialista e exploradora, os valores e o idioma (considerados patriarcais)
A revolução é exatamente mudar todo esse cenário. Substituir símbolos, valores, religião e qualquer outro resquício ocidental que possa existir. Foi o que aconteceu na URSS. A Rússia, com exceção do idioma, estava com costumes e valores muito próximas do Império Romano.
Como curiosidade, o termo "Czar" (Imperador) vem do latim Caesar (Imperador) que também inspirou o termo Kaiser (Imperador em alemão). Para se ter ideia da ligação da Rússia com o Império Romano, Ivan III, primeiro czar, era descendente bizantino e chamou Moscou de Terceira Roma
Então, veio a revolução vermelha e destruiu quase tudo. Símbolos, religião, costumes, forma de governo... tudo. Somente o idioma foi preservado. Idioma é algo tão único, profundo e sensível que Stalin chegou a dizer:
"Fizemos a revolução, mas preservamos a bela língua russa"
O idioma russo não era um idioma de origem romana/latina. Então, talvez nem fosse necessário.
Mas na América e na Europa Ocidental sim. E é aqui que a esquerda começa a querer atacar um dos mais sólidos pilares de uma nação: Seu idioma.
O fanatismo marxista/esquerdista é tão profundo, que começaram a surgir teorias absurdas que a luta de classes também se faz presente no idioma. O idioma, de acordo com eles, é uma forma de imposição burguesa para reprimir os interesses dos oprimidos
Neste caso, entendem eles que, a linguagem não foi feita para o povo e sim, para as elites. Ao povo, cabe conhecê-la apenas para entender e obedecer enquanto para a elite, cabe conhecê-la para dominar. Então, os idiomas (ocidentais principalmente) são instrumentos de opressão
Aqui entra o "Cavaleiro do Apocalipse", o mensageiro da destruição do idioma no Brasil: Marcos Bagno.
Para quem não sabe quem é Marcos Bagno, é homem o responsável pela desvalorização do idioma português, desvalorização da norma culta e por romantizar fala e escrita errada.
Quem é Marcos Bagno?
É professor da UnB, petista e criador do termo PRECONCEITO LINGUÍSTICO.
Inspirado em Paulo Freire, que acredita que exigir dos mais pobres o uso correto e culto da língua é uma forma de opressão burguesa, Bagno se aprofundou neste tema e se tornou referência:
Acreditando na ideia de que o ocidente é a origem dos problemas sociais, que a linguagem ocidental é opressora e exigir seu uso correto é opressão, ele desenvolveu a ideia de que emitir um juízo negativo a variedade linguística da língua portuguesa é preconceito linguísticoo
Ou seja, se alguém diz "pobrema", não se pode julgá-la ou corrigi-la. Isso é, neste caso, preconceito pois, além da comunicação ter sido estabelecida (mesmo errada, deu para entender), é daquela forma que o meio social no qual o indivíduo está inserido se comunica.
Sendo direto: Corrigir pessoas é errado. Cada um pode falar "da forma como quiser". E se você corrigir, está sendo preconceituoso.
Essa ideia espatafúrdia ganhou força principalmente depois da chegada do ex-presidente Lula ao poder. O bom uso do idioma se tornou algo elitista
Assim, começou a romantização da fala errada. Falar certo se tornou cafona, almofadinha ou elitista. Falar errado se tornou popular, povão, descolado e livre. Foi a partir daí que, a língua portuguesa cada vez mais passou a ser depreciada. E isso é a origem da linguagem neutra
Assim como o caos precede a revolução na política, a desorganização, falta de padrão no uso do idioma e falta de entendimento dele em uma nação precede uma revolução no idioma. Ou seja, cada vez mais nosso idioma vai ficando mais confuso e se tornando objeto de discussão política
Assim, cada vez mais o idioma vem sendo sabotado e com as palavras perdendo seu verdadeiro significado. Toda palavra carrega consigo um sentimento único capaz de transmitir significados e sensações diferentes. E essa característica vem sendo roubada de nós.
Você pode dizer que um chocolate é gostoso. Você pode dizer que um chocolate é bom. Que um chocolate é ótimo. Que um chocolate é maravilhoso ou que um chocolate é incrível. Em todoa a avaliação foi positiva. Mas cada palavra usadad tem um significado e uma profundidade diferente.
Chocolate bom não é um chocolate incrível. E estamos perdendo essa profundidade.
O termo 'Genocida' por exemplo, é muito grave e profundo. Signfica que um indivíduo extermina propositalmente um povo por questões genéticas, raciais, culturais ou religiosas
E este termo, que é oficial para pouquíssimos indivíduos e eventos históricos tamanha é a profundidade dele, vem sendo usado de forma banal para narrativa política e ideológica. Poderia chamar de politicídio, por exemplo, que é o termo correto para o que eles acusam mas...
O fazem de forma proposital. A ideia, além de banalizar o termo para atingir um adversário político, é remover a profundidade das expressões. Fazer com que as palavras percam sua profundidade, essência e significado. Assim, a linguagem se torna uma arma política
E O QUE A LINGUAGEM NEUTRA TEM A VER COM ISSO?
Tudo. A linguagem neutra é um efeito natural daquilo que a precede. Preconceito linguístico, considerar o idioma como uma forma de opressão e exigir o uso correto do idioma como imposição burguesa. A linguagem neutra é uma variante.
Exemplo:
Uma pessoa diz que não se identifica como "ele" nem como "ela". Só de falar isso, ela pode dizer que o idioma é preconceituoso com quem assim não se identifica, que a burguesa impõe apenas "ele" e "ela" e, forçar usar apenas os dois, como opressão
Ou seja, ela considera que o idioma a oprime e a exclui e que isso é culpa da sociedade opressora que estabeleceu o idioma como um objeto de opressão. Assim, eles forçam e obrigam as pessoas a utilizarem apenas os pronomes/gêneros que eles acham que existem
Então, qual a proposta, neste caso? Combater a opressão (novamente Luta de Classes) linguística, que impõe padrões e comportamentos através do idioma opressor. Então a solução é romper estes padrões e criar mecanismos de linguagem neutra, para ser mais inclusivo
Acontece que, a mudança no idioma sempre é uma demanda da sociedade para a política. O que a esquerda está fazendo é forçar um caminho inverso, da política para a sociedade. Torna-se lei, torna-se obrigatório e depois perseguir quem não cumpre a lei e seu uso obrigatório
Assim, a cada concessão dada para a esquerda, ela irá se aprofundar em algo novo. Se, por ventura, eles vencerem essa batalha, uma nova irá surgir. Já existem, por exemplo, "estudos" para remover os termos homem e mulher (tanto que aqui estão tentando usar o "pessoa com útero")
Após a linguagem neutra seguirão avançando. Os termos homem e mulher serão os próximos, depois mãe e pai (que também já possuem ensaios como "pessoa que cuida de mim") - que inclusive já foi alvo em escolas, proibindo dia dos pais e assim ela continuará até...
Conseguir o que ela quer. Usar o idioma como forma de imposição de sua agenda. Ironicamente (mas não surpresa) a esquerda quer fazer com o idioma exatamente aquilo que ela o acusa hoje de ser: Um mecanismo de opressão para imposição cultural. Quem diria, não é?
• • •
Missing some Tweet in this thread? You can try to
force a refresh
O USO DISTORCIDO (E MENTIROSO) DO PARADOXO DA TOLERÂNCIA DE KARL POPPER
Sempre que o assunto liberdade de expressão é debatido, alguém posta uma tirinha do paradoxo da tolerância de K. Popper. Acontece que a preocupação de Popper são exatamente pessoas como eles. Segue o fio🧵👇
É padrão. Sempre que alguém fala em liberdade de expressão, um pseudo-intelectual posta a tirinha do Paradoxo de Karl Popper. A maioria (senão todos) nunca leram a obra, tampouco entendem a filosofia de Popper, mas adoram falar sobre algo que desconhecem. Mas como isso começou?
Tudo começou quando o @saganistas traduziu uma tirinha em inglês, feita para justificar repressão e silenciamento das pessoas de opiniões contrárias as deles. A tirinha serviu como base até para youtuber se passar por intelectual no Roda Viva. Veja a original e a traduzida
PORQUE A AÇÃO CONTRA O ALLAN DOS SANTOS (E OS DEMAIS) É UMA VIOLAÇÃO AOS DIREITOS HUMANOS? Uma análise das nossas leis e dos tratados internacionais do qual o Brasil faz parte. Segue o fio🧶👇
No ano de 1969, houve a Convenção Americana de Direitos Humanos, na Costa Rica. Lá foi assinado o Pacto de San José. O Brasil aderiu ao Pacto de San José em 25 de setembro de 1992 e oficializada por meio do decreto 628/1992
No preâmbulo, os signatários assumem o compromisso com um regime de LIBERDADE e justiça social, fundado com base na Carta da Organização dos Estados Americanos, Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem e na Declaração Universal dos Direitos Humanos.