1/Não perca as contas. Já são dez os candidatos da turma nem Bolsonaro, nem Lula: João Doria, Eduardo Leite e Arthur Virgílio, pelo PSDB; Sergio Moro, Rodrigo Pacheco, Mandetta e Datena (União Brasil);Luiz Felipe D’Ávila (Novo); Alessandro Vieira (Cidadania); e Simone Tebet (MDB)
2/A maioria desses pré-candidatos pontua entre 1% e 3% nas pesquisas e se lançou apenas por vaidade, mas o fato é que quem tem dez, não tem nada. A candidatura de centro direita hoje é uma ficção.+
3/Embora seja inútil estimar os resultados das previas do PSDB, a cúpula do partido trabalha p/ Eduardo Leite. A rejeição a Doria fora do PSDB paulista é tão intensa que se ele vencer, fará campanha sozinho. Se for o escolhido, Leite sofrerá pressão para ser vice+
4/Na clássica definição de Maurice Duverger: "O centro não existe em política. Pode haver um partido de centro, mas não uma doutrina de centro. Chamamos centro ao lugar geométrico donde se reúnem os moderados de tendências opostas: os moderados de direita e os de esquerda"+
5/A questão no Brasil de 2022 é que sobram pré-candidatos, mas nenhum coloca de pé uma proposta alternativa a Lula e Bolsonaro que junte os moderados de esquerda e de direita.+
6/O erro básico da direita liberal é acreditar que primeiro precisam primeiro conquistar a Faria Lima e só depois falar com o Largo do Batata. É o simplismo achar que basta surgir uma alternativa a Lula e Bolsonaro que, naturalmente, a força gravitacional vai cuidar do resto.
7/Os pré-candidatos a terceira via repetem mantras sobre responsabilidade fiscal e não conseguem falar o que fazer com a alta dos combustíveis, propor um programa social para o lugar do Bolsa Família e como gerar empregos. Meu artigo para a @VEJAveja.abril.com.br/blog/thomas-tr…
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1/Pesquisa da @quaestpesquisa mostra que o episódio Maurício Souza rendeu 15 milhões de posts no Instagram, Twitter, Facebook em uma semana. 70% condenavam as declarações homofóbicas do jogador e defendiam sua punição.
2/O episódio envolvendo Maurício Souza é significativo porque as opiniões do jogador sobre um personagem bissexual fictício não têm a menor importância, mas este foi o caso mais comentado na semana que o que o presidente da República afirmou que vacinas contra Covid causam Aids.
3/ O 70% a 30% foi a maior derrota do bolsonarismo ns redes desde 2018. Um dos efeitos do surgimento de Bolsonaro foi tirar do armário e naturalizar uma série de opiniões misóginas, homofóbicas, racistas e xenófobas.
1/A última pesquisa @poderdata_ indica duas tendências e uma terceira possibilidade. Por partes: Bolsonaro parece ter saído do poço. Desde o fracasso do ensaio foi golpe de Sete de Setembro e a trégua de Temer, o presidente vem recuperando terreno+
2/A diferença da derrota de Bolsonaro para Lula num 2.o turno era de 55%X30% e agora está em 52% a 37%, o que ainda é uma diferença brutal pró-PT de 15 milhões de votos. Desde setembro, a desaprovação do governo também ficou um pouco menor ruim.
3/A candidatura Sergio Moro embaralha as opções da turma do nem-Bolsonaro-nem-Lula, mas não altera a tendência da polarização. Moro pontua entre 7% e 8%, empatado com Ciro. Neste momento, a busca de um candidato viável para a direita liberal é um exercício de canibalismo+
1/Quando está sob pressão, o que tem sido comum ultimamente, Paulo Guedes telefona para alguns jornalistas para reclamar. São ligações de 40 minutos, uma hora, uma hora e meia, nas quais o ministro fala sem parar, chama seus colegas de incompetentes e os políticos de gângsters+
3/Com menos verve, Guedes lembra seu ídolo Mario Henrique Simonsen, que vivia às turras com os colegas do gov Figueiredo. Quando Cesar Cals falou da possibilidade de gerar energia a partir do gás metano retirado do estrume, MHS retrucou: "ah, então você quer criar a Bostabrás?!"
1/Ao contrário das famílias de Tolstoi, ministros da Fazenda/Economia do Brasil são felizes cada um a seu jeito, mas muito parecidos na infelicidade. Todo comandante da economia assume tomando como seu um poder que apenas está sendo delegado a ele pelo chefe do Executivo +
2/Os ministros que entendem esse limite e se adaptam aos desígnios do presidente, como Delfim e Malan, tem sua lealdade paga em mais poder. Os que acham que são mais importantes que o chefe _ de Funaro a Guedes _ são invariavelmente fritados até a humilhação+
3/O presidencialismo brasileiro tem uma dinâmica própria de fritar ministros. A sua autoridade é dada pelo presidente, mas o poder é despedaçado pelo Congresso. Em 1979, Mário Henrique Simonsen caiu quando ninguém o defendeu das diabretes de um deputado do baixo clero da ARENA+
1/Com estrondosa gritaria com o fim do teto de gastos, passaram batidos os pontos mais importantes na transformação do Bolsa Família em Auxílio. Ao contrário do que parece, Bolsonaro está ao mesmo tempo destruindo o Bolsa Família e reduzindo o número de atendidos pelo Auxilio+
2/Como a nova proposta, serão 17 milhões (a soma dos 14 milhões de inscritos no Bolsa Família mais 3 milhões de inscritos na fila). O valor sai de R$ 300 para R$ 400, é verdade, mas 18 milhões serão excluídos do programa.+
3/No auge do Auxílio Emergencial, em agosto de 2020, 69 milhões foram beneficiados e a aprovação do governo Bolsonaro passou dos 40% e em alguns casos chegou a 50%. Hoje são 35 milhões de pessoas e a aprovação do governo Bolsonaro está entre 25% e 30%, dependendo da pesquisa.