Apesar de muitas pessoas terem posições diferentes, concordamos que a vacinação obrigatória traz muitas discussões. Mas e se te disser que ela está conosco há um bom tempo, salvando silenciosamente muitas vidas?
Os primeiros achados de médicos chineses perceberam, no séc. 17, que a imunidade contra a varíola mortal poderia ser conferida a partir da exposição a infecção mais branda da varíola bovina no século XVII, com Edward Jenner percebendo a mesma coisa na Inglaterra cem anos depois.
Alguns líderes exigiram esse tipo de inoculação, ao tomar conhecimento da técnica. Durante a Guerra Revolucionária Americana, em 1777, o general George Washington exigiu que todas as tropas fossem vacinadas contra a varíola.
Washington disse, na época, que "se (a varíola) estourasse, deveríamos temer mais ela do que a espada de nossos inimigos". Segundo historiadores, “Não há nenhum registro que eu tenha visto - e eu olhei - de qualquer soldado recusando, protestando.” nytimes.com/2021/09/09/us/…
Outro marco ocorreu em 1853, quando o Ato de Vacinação Compulsória exigia que bebês na Inglaterra e no País de Gales fossem vacinados contra a varíola.
Nos EUA, há mandatos de vacinação em vigor desde o final dos anos 1970, segundo Lee Hampton do @gavi
A Itália, por exemplo, exige que as crianças sejam vacinadas contra uma variedade de patógenos, como hepatite B, difteria, coqueluche, poliovírus, tétano, Haemophilus influenzae tipo b, sarampo, caxumba, rubéola e varicela.
Alguns exemplos da necessidade da vacinação são vistos em alguns casos para frequência escolar (p.ex, contra hepatite B na Eslovênia)e para transplantes de órgãos (algumas partes de UK exigem transplantes renais).
Em 2020, um estudo compilou dados global das políticas nacionais de vacinação obrigatória e consequências do não cumprimento. Abaixo, vemos, em 🔴, países que além de ter essa política, apresentam pelo menos 1 penalidade para o não cumprimento. sciencedirect.com/science/articl…
O artigo demonstra que dos 193 países investigados, 54% (n = 105) tinham evidências de um mandato nacional em dezembro de 2018. A frequência, tipos e severidade das penalidades variaram amplamente em todas as regiões
59% dos países com mandatos nacionais definiram pelo menos uma penalidade para o não cumprimento de um mandato de vacina. Entre eles, as penalidades educacionais foram as mais comuns, recusando a matrícula escolar até que os requisitos de vacinação sejam atendidos, p. ex.
Especialmente quando se trata da "presença de uma doença com risco de vida, altamente contagiosa e tendo uma intervenção [segura e] eficaz para reduzir a transmissão dessa doença (vacina), geralmente é uma combinação muito boa (a necessidade da vacinação p/ população)
No Brasil, o STF determinou que a vacinação compulsória pode ser implementada por medidas indiretas, como a restrição ao exercício de certas atividades ou à presença em determinados lugares. conjur.com.br/2020-dez-17/st…
Ainda, a definição também aponta que pais são obrigados a levar os filhos para vacinação conforme prevê o calendário de imunização. O Ministério Público do Paraná tem uma nota pública que traz vários pontos sobre isso crianca.mppr.mp.br/pagina-2158.ht…
Inclusive, se uma criança adoecer ou mesmo morrer por causa de uma doença que poderia ter sido evitada com a vacinação, o responsável pode até ser indiciado por homicídio doloso bbc.com/portuguese/bra…
Segundo o presidente da Comissão da Criança e do Adolescente da OAB-PR, Anderson Rodrigues Ferreira "Os pais são os culpados quando colocam seus filhos em situação de vulnerabilidade e sujeitos à negligência. Não vacinar é expor os filhos à essas duas situações"
Claro que existem casos em que o indivíduo apresenta condições clínicas em que não pode receber determinada vacina por motivos de saúde, como ser alérgico a algum componente da vacina em questão, para isso, atestado médico é necessário
Precisamos lembrar que muitas doenças estão sob controle precisamente por causa da vacinação. Quando ocorre queda nas taxas de cobertura dessas vacinas, a doença reaparece, como aconteceu recentemente com o sarampo em alguns países da Europa e EUA unicef.org/stories/measle…
Ontem mesmo postei um alerta da OMS sobre a baixa cobertura vacinal para o sarampo - e o Brasil está incluso nisso, infelizmente:
A queda das coberturas vacinais, que estamos vendo no Brasil, é extremamente perigosa. Aumenta o risco de vermos epidemias de doenças que sabemos que são controladas pela vacinação pois controlamos elas quando as coberturas eram altas saude.estadao.com.br/noticias/geral…
E o que estamos vendo em tempo real para a COVID-19 na Europa acontece por razões parecidas: baixa cobertura vacinal. Casos crescem de forma mais explosiva nas regiões com poucos imunizados brasil.elpais.com/internacional/…
Portanto ,espero que o fio possa ter ajudado a perceber algumas coisas:
🔹vacinação compulsória/obrigatória não é uma novidade, nem no Brasil, nem no mundo
🔹quando há novidades quanto a isso, é esperado que as pessoas estranhem/se assustem
🔹é importante nos apropriarmos da nossa própria história, pois com ela, entenderíamos como o que está sendo solicitado agora nos ajudou em muitos momentos anos atrás em outros contextos
🔹precisamos aumentar a cobertura vacinal, para vacinas contra a COVID-19 e outras doenças
Neste site, tu encontras as vacinas necessárias a serem tomadas em diferentes momentos da vida, desde o nascimento, até a idade avançada: sbim.org.br/calendarios-de…
E por fim, acho que isso resume muito do sentimento atual ao ver a campanha de vacinação contra a COVID-19 no Brasil: a maioria dos brasileiros se sente seguro com o avanço da vacinação no país oglobo.globo.com/saude/medicina…
Esse cheiro é de que?! É de pedido para aprovação emergencial para a @anvisa_oficial ! O pedido é para a vacina da Cansino, de dose única, que já é aprovada na China🇨🇳, Hungria🇭🇺, Equador🇪🇨, Malásia🇲🇾, Chile🇨🇱 e Argentina🇦🇷
O pedido foi enviado pelo representante da Cansino aqui no Brasil🇧🇷, o laboratório Biomm. Segundo a nota da @anvisa_oficial "“O prazo de análise previsto na legislação é de 7 dias úteis. Este prazo não considera o tempo do processo em status de exigência técnica"
Boas notícias:
🔹Vacinas SEGUEM PROTEGENDO contra as versões da variante #Delta (AY.4.2, "Delta Plus" e outras), as variantes #Lambda, #Mu e A.30
🔹Publicado na @NEJM os dados da @pfizer em crianças de 5-11 anos
Um estudo da Dinamarca🇩🇰 demonstrou que, após 2 meses da dose 2 e em comparação com a linhagem B.1 (D614G), a AY.4.2 teve uma redução de 2,3x nos títulos medianos de neutralização, não sendo mais resistente à neutralização em relação a outras versões circulantes da #Delta
Já a variante B.1.617.2 + E484K mostrou uma redução de 4,2x na neutralização, porém é uma variante com menor predominância do que outras versões da #Delta. Essa redução não é superior ao que vemos com a #Beta a qual sabemos que as vacinas geram proteção medrxiv.org/content/10.110…
O @carloshotta tá falando algo importantíssimo aqui, algo que eu pensei em postar hoje, quando vi em um dos meus posts uma resposta de "parei de ler onde vi que era um preprint". Qualquer documento científico, revisado ou não, precisa ser lido com senso crítico. 👇
E me espanta alguém usar esse tipo de afirmação para desqualificar um artigo (seja revisado, seja em preprint). O @carloshotta no fio dele coloca muitos pontos importantes para um artigo ter uma qualidade reconhecida, e o @josenalencar comenta em seu livro sanarsaude.com/livro/manual-d…
A questão é: é muito mais complexa a análise se um artigo é bom ou ruim, não envolve somente reconhecer se foi ou não revisado (apesar de ter sido revisado ser um ponto importante), onde foi publicado ou etc. Envolve analisar como o trabalho chegou na resposta que ele está dando
Estudo da @NatureComms demonstra que vírus muito relacionados ao vírus SARS-CoV-2 (responsável pela pandemia da COVID-19) já circulavam desde 2010 em Camboja🇰🇭, adicionando mais uma evidência da origem a partir da evolução (e não do laboratório) desse vírus
Bora ler 🧶👇
Em julho desse ano, fiz um fio comentando um artigo da @CellCellPress sobre novas identificações de coronavírus em morcegos🦇, nos dando mais indicativos sobre sua origem evolutiva
A busca pela origem e os reservatórios (animais que podem abrigar o vírus na natureza) é bastante desafiadora. Onde começou, de fato? Em qual animal? Para onde o vírus foi? Recontar essa história não é fácil e requer um extenso estudo, mas a busca precisa ser feita
Estudo com 226 pessoas realizado na China🇨🇳 aponta que crianças menores de 12 anos podem impactar significativamente na transmissão do vírus, por serem "transmissoras ocultas". O estudo também destaca a importância e necessidade de vacinação desse grupo!
Acompanhe os dados 🧶👇
226 pessoas infectadas com variante #Delta do SARS-CoV-2 participaram do estudo em Putian🇨🇳, incluindo 77 crianças não vacinadas (menores de 12 anos) e 149 pessoas pessoas acima de 12 anos, a maioria (94,6%) vacinada. Os contatos, ou seja, a rota de transmissão foram avaliados
O grupo vacinado, segundo o artigo, recebeu vacinas de vírus inativado, como as vacinas da Sinopharm e Sinovac, ambas desenvolvidas na 🇨🇳.
~6% dos participantes vacinados receberam 1 dose da vacina, enquanto o restante recebeu 2 doses da vacina
A Áustria🇦🇹 inicia hoje uma série de restrições mais duras para aqueles não vacinados contra a COVID-19. O país sofre com uma alta de casos da doença, atribuída à taxa de vacinação insuficiente para controlar a transmissão.
Ainda, segundo a @WHO , a Europa voltou a ser a região mais preocupante em relação à pandemia. Atualmente, dois terços da população austríaca recebeu ao menos a primeira dose, e 64,5% estão completamente imunizados. Confira este e outros países em bit.ly/Rede_CasosObit…
Segundo o governo🇦🇹 pessoas que não apresentarem comprovante de vacinação contra a Covid-19 terão entrada proibida em:
🔹restaurantes, bares e cafés
🔹hotéis
🔹salões de beleza e cabeleireiros
🔹eventos públicos com mais de 25 pessoas