Do mesmo jeito que o Uber chegou mostrando como era a iniciativa privada oferecendo soluções, agora ele mostra o problema de deixar tudo na mão das empresas.

A cidade que moro quase não tem mais Uber. Em muitas cidades a dificuldade para encontrar um carro está cada vez maior.
Esse é o problema que a gente tanto faz questão de destacar quando fala sobre privatizar serviços que são essenciais para a população.

Porque quando deixa de ser lucrativo, o serviço simplesmente é reduzido ou desaparece deixando todo mundo na mão.
A salvação do transporte público que entregava água gelada, balinhas, música ambiente e ar condicionado, hoje já não se diferencia muito dos Taxis que as pessoas criticavam antes.

Hoje em dia você recebe olhares de desagrados se pedir para ligar o ar.

Mas existe um padrão aqui
A gente tem que entender que a estratégia dessas empresas é chegar no prejuízo oferecendo milagres para encantar o público e forçar mudanças estruturais na legislação, mas depois que conseguem isso, a balança inverte a sociedade precisa pagar essa dívida.

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More from @startupdareal

21 Sep 20
Ainda sobre gente privilegiada que se acha merecedora:

Tem um estudo da universidade da Califórnia com experimentos de como pertencer a uma alta classe social é um preditivo de comportamento antiético.

Um dos testes era uma partida de banco imobiliário um pouco mais realista.
Um dos participantes receberia $2000 no início e $200 a cada rodada, o outro receberia $1000 no começo do jogo e $100 rodada.

O jogador privilegiado também jogaria dois dados para se mover no tabuleiro, enquanto o outro usaria apenas um.

Se movendo duas vezes mais rápido.
Mesmo com o jogo feito para ele vencer, o jogador privilegiado muda drasticamente o comportamento ao longo das rodadas. Assume uma postura mais inflada, ocupa mais espaço, falando alto e comendo mais da comida disponível.

Também faz chacotas quando faz o outro de retardatário.
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16 Jul 20
Para todo mundo dizendo que tiraram a notícia do contexto, deixa eu explicar como ela funciona e como funciona grande parte da atuação das maluquices bolsonaristas.

Segue o fio.
Vocês lembram que Bolsonaro implodiu a quarentena com sua live historicamente constrangedora. Fez seus eleitores sabotarem a quarentena, os comerciantes pressionarem os prefeitos e governadores.
Quando o STF decidiu que os estados e municípios tinham autonomia para tratar a pandemia, Bolsonaro se deu bem. Ele ainda podia exercer sua influencia no eleitorado para sabotar a quarentena e ainda colocar a culpa nos governadores e prefeitos por não ter funcionado.
Read 9 tweets
20 May 20
Toda vez que um economista lança um modelo economista desses que não dura uma semana, mas serve de argumento para governadores e prefeitos tomarem decisões quanto a condução do coronavírus, isso vai custar a vida de milhares de pessoas.
Um "erro no modelo" que "precisa ser reajustado" não são números numa planilha, são vidas no necrotério.

Não tenho problema algum com modelos, mas é importante desencorajar prefeitos e governadores de adotá-los, porque o "tentativa" e erro aqui significa gente morrendo.
É isso que a análise de risco diz desde o começo. Se o modelo estiver certo, o ganho é minúsculo, porque quando estão errados milhares de pessoas morrem.

O que me fode a cabeça é um monte de gente que se diz economista e não consegue desvincular economia de dinheiro.
Read 7 tweets
7 May 20
Bolsonaro foi ao STF com o slogan "economia é vida"

Na reunião, representantes da industria, Paulo Guedes e o presidente falaram sobre como a industria está no pior momento desde 1995.

Mas uma fala deixa a intenção cruel da visita muito mais visível.
Segundo o representante da industria, elas (que não pararam por serem consideradas essenciais) deixaram de produzir não pela proibição, mas pela FALTA DE DEMANDA.

Resta a eles brigar para que existam incentivos de que a população volte às ruas para que exista consumo.

O ponto é
Falam sobre salvar empregos e a economia, ignorando que, com a quarentena estabelecida, chegamos aos 127 mil casos confirmados e quase 10 mil mortes.

Num número que não para de crescer.

O que estão pedindo é autorização para que esses números sejam 10 ou até 100 vezes maior.
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27 Apr 20
Uma das narrativas que vejo muita gente comprar, é que um impeachment em meio essa crise prejudicaria ainda mais o país.

Mas eu tendo a não concordar.

1. A maior crise no momento é a pandemia do novo coronavírus, agravada pela postura e conflitos que Bolsonaro insiste em criar
2. A economia já não estava boa antes da pandemia. O desemprego, PIB, dólar eram problemas claros já no segundo mês do ano.
3. A forma com o país vai se recuperar economicamente da pandemia depende diretamente de como o governo federal lida com isso.

Mesmo os governadores segurando a bronca do isolamento e medidas necessárias, os impactos de um governo que joga contra são cada vez mais claros.
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25 Mar 20
Tem um monte de gente usando Japão como exemplo pra dizer que as medidas são extremas e que lá eles estão com melhores números mesmo sem fechar tudo.

Isso talvez não seja tão simples assim, segue o fio.
Além do distanciamento físico comum entre os Japoneses sendo um forte traço cultural, existe um outro costume que pode explicar bastante a redução no número de contágios.

Vejam as fotos a seguir:
Eu poderia colar uma centena de fotos assim, mas essas são o suficiente.

Elas não são do surto de coronavírus, são fotos com 3, 5, 11 anos de idade.

Japoneses possuem o costume de usar máscaras. E mesmo que não sirvam como proteção para não pegar, elas dificultam transmissões.
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