Exclusivo: Pesquisadores coletaram 4 milhões de mensagens de 150 chats de extrema-direita no Telegram e identificaram o YouTube como coração desse ecossistema. 440 mil links vinham do YT, bem à frente de Instagram e Twitter (74 mil) e Facebook (55 mil). Pq isso é importante?👇
A hipótese dos pesquisadores é que o Telegram funcione como um propulsor para a circulação de canais bolsonaristas do YouTube, plataforma que remunera produtores de conteúdo de acordo com o volume de acessos de cada página: entre US$ 0,25 e US$ 4,50 para cada mil visualizações.
Desta forma, o Telegram, que permite grupos de até 200 mil membros e canais com nº ilimitado de inscritos, serviria também para driblar a baixa circulação imposta a vídeos ocultados por bolsonaristas para evitar que a plataforma os derrube por violação das políticas de uso.
Então o que o produtor de conteúdo desinformativo pode fazer? Ocultar o vídeo, como "não listado" (não é encontrado na busca do YouTube), e fazer ele circular nos chats de extrema-direita, amplificando seu alcance.
O YouTube já vinha sendo apontado como um repositório central para alimentar narrativas políticas. Por meio do sistema de recomendação de vídeos, a plataforma insufla a radicalização dos usuários, aproximando rapidamente pessoas com interesses em ideias conservadoras a conteúdos+
+ ainda mais extremistas, de acordo com estudo publicado por Rebecca Lewis, pesquisadora de Stanford, em 2018. O levantamento brasileiro corrobora a ideia de que os aplicativos de troca de mensagens e redes sociais funcionam como parte de um ecossistema, e não de forma isolada.
Antes, vejam os vídeos mais compartilhados. Dois deles (do Barroso e do BK) foram campanhas de dislike. Os outros são peças de apoio a Bolsonaro. Chama a atenção o 3º: intervenção militar com Bolsonaro no poder (foi deletado).
O levantamento de @leofn3, @letcesar e @do_paulo.
O Jornal da Cidade Online, envolvido em disseminação de desinformação e notícias falsas, aparece na lideranças entre os sites noticiosos mais compartilhados. Terça Livre, após ser suspenso, teve um baque e aparece em 3º
E aqui um assunto paralelo, também envolvendo Telegram e como grupos extremistas têm driblado restrições para manter o acesso a conteúdo altamente violento e desinformativo.
Olha que curioso. Reparei que tem alguns canais nazistas banidos no Telegram. Mas eles podem ser acessados por meio de um drible na Google Play Store e na Apple Store, com anuência do próprio Telegram. Vou contar abaixo 🧶
Encontrei 11 canais nazistas bloqueados pelo app do Telegram baixado via Play Store e na App Store. Mas eles mesmos estavam ensinado outros usuários a burlar esse bloqueio: bastava baixar uma versão "menos restrita" do app no site do Telegram, ou por um apk.
Baixei essa versão mais permissiva do Telegram e consegui acessar os 11 canais. O banimento dos canais nos apps via Google ou Apple não impede o conteúdo de circular. Fiz um levantamento com a quantidade de fotos, vídeos e links que circulam nesses 11 canais:
Mergulhei por 3 dias no Telegram, mas precisei de poucas horas para acessar grupos secretos com pornografia infantil, venda de armas sem regulamentação, conteúdo nazista, vídeos de tortura e execução. Conto e explico como o app permite essa podridão: blogs.oglobo.globo.com/sonar-a-escuta…
O Telegram tem 5 particularidades que o diferenciam do WhatsApp e, juntas, dão base a uma quase deep web na palma da mão: grupos secretos, ferramenta de busca interna, chatbots, autodestruição de mensagens e anonimato dos usuários. O que se vê na superfície é a ponta do iceberg.
O vazamento de nudes e pornografia do OnlyFans alimenta muitos grupos secretos, as "salas VIP" onde usuários pagam a administradores desses espaços para ter acesso ao conteúdo "exclusivo", sem consentimento das mulheres. Não raro circula pedofilia nesses grupos.
Protesto do #3JForaBolsonaro começa a fechar as duas vias da Avenida Paulista, em São Paulo. Concentração em frente ao Masp. Ato convocado por @coalizaonegra, @frentebrasilpop e Frente Povo Sem Medo contra o presidente está em sua 3ª edição. Acompanhem aqui a cobertura:
Elemento que já havia retornado com força no protesto de 24 de junho, a bandeira do Brasil marca presença novamente, entre faixas LGBT, petistas e de "fora, Bolsonaro". Se ressurgiram nas barraquinhas de camelôs, é um sinal: há demanda. Tentativa de reapropriação.
Bandeira de Getúlio Vargas marcando presença da Juventude Socialista do @PDT_Nacional. Gritos de "Viva Brizola, Viva Che". Grupo está sendo reestruturado por Ciro Gomes e Carlos Lupi. (É a primeira vez que vejo uma bandeira do Getúlio)
Conto nesta edição da @RevistaEpoca a articulação que o Planalto fez para tentar livrar a vice-governadora de Santa Catarina, Daniela Reinehr, do impeachment -- e como isso causou um racha no bolsonarismo catarinense. epoca.globo.com/brasil/a-artic…
Para entender a situação do Moisés, é preciso relembrar como ele foi eleito. Essa é a história recente dele (e bastante curiosa): Aos 50 anos, ele curtia a aposentadoria de coronel do Corpo de Bombeiros em Tubarão, um município de 100 mil habitantes no sul de Santa Catarina +
Os passatempos do Moisés eram pesca, mergulho e principalmente produção de cerveja artesanal. Ele estava sem maiores pretensões e decidiu se mudar para Florianópolis no começo de 2018 para acompanhar a filha no cursinho pré-vestibular para medicina. Vida normal.
Passamos a semana analisando dados do TSE para trazer essa matéria do @JornalOGlobo deste domingo. Candidatos brancos têm 2x mais chances de serem eleitos vereadores do que negros: 6,4% contra 3,2%. Entre pretos a diferença é ainda maior: 2,1%. oglobo.globo.com/brasil/candida…
Comparamos a composição racial nas Câmaras Municipais de todas as capitais com a da população desses municípios. Em 25 das 26 capitais há menos negros (pretos e pardos) no Legislativo municipal do que no conjunto da população.
Em João Pessoa (PB), brancos são 44,2% da população e 77,8% da Câmara. Em SP, brancos representam 60,6% dos moradores, enquanto são 78,2% dos vereadores. No Rio, eles são 51,1% da população e 70,6% da Câmara. Basicamente, brancos decidem leis e políticas públicas para os negros.
Nova pesquisa eleitoral da Atlas: Bruno Covas (16%), Guilherme Boulos (12,4%), Celso Russomanno (12,3%) e Márcio França (11,5%) formam a dianteira da disputa à Prefeitura de SP. Jilmar Tatto aparece no mesmo patamar de Arthur do Val e Joice Hasselmann, com cerca de 2%. (segue)
Destaque para a enorme rejeição a Joice Hasselmann, rompida com o bolsonarismo e adversária tanto de petistas quanto de tucanos. Andrea Matarazzo (PSD), Filipe Sabará (Novo) e Arthur do Val (Patriota) são os mais desconhecidos do eleitorado (potencial de crescimento).
Avaliação do governador João Doria: 9,6% de ótimo/bom; 33,5% de regular; e 56,2% de ruim/péssimo.