Nessa altura da discussão, alguém diz: "o brasileiro médio não tem maturidade para portar arma".
Claro que não tem.
Os únicos que têm maturidade suficiente para portar armas são os sequestradores, os assaltantes, os estupradores e os traficantes.
A cultura do Brasil tem origem na cultura portuguesa.
Como será que Brasil e Portugal se comparam em termos de armas e crime?
Os dados falam por si.
Na verdade, os dados gritam.
Em 2017 Portugal tinha 21,3 armas por 100 habitantes, mais que o dobro do Brasil, que tinha 8,3 armas por 100 habitantes.
Segundo o raciocínio da mídia e dos “especialistas”, a taxa de homicídios de Portugal deveria ser muito mais alta que a taxa de homicídios do Brasil, certo?
Em 2017 a taxa de homicídios do Brasil foi de 31,6 homicídios por 100 mil habitantes (um recorde).
Naquele mesmo ano a taxa de homicídios de Portugal foi de 0,7 (zero virgula sete).
Apesar de ter menos que a metade do número de armas em mãos de civis, a taxa de homicídios do Brasil foi quarenta e duas vezes maior que a taxa de Portugal.
Em 2017 Portugal teve 76 homicídios.
Em 2017 o Brasil teve 65.602 homicídios.
É oficial: o Presidente Jair Bolsonaro ganhou a votação para Homem do Ano da revista americana Time Magazine com 24% dos votos. Trump ficou em segundo com 9%.
Rapaz, eu consigo pensar em umas cinco pessoas que vão direto chorar no banho.
Você quer entender o que está acontecendo no Brasil? Vou te contar uma história.
Em 1990 o Brasil vivia uma crise de criminalidade violenta.
Mais uma.
A Lei dos Crimes Hediondos (8.072) daquele ano foi uma tentativa de responder à crise.
A lei enumerava os crimes considerados hediondos e determinava que, nesses casos, a pena do criminoso deveria ser cumprida integralmente em regime fechado. Ou seja, o criminoso deveria ficar preso de verdade.
Em 1992 a atriz Daniela Perez foi brutalmente assassinada a tesouradas. Apenas SETE ANOS depois o casal assassino já estava livre.
O crime - homicídio qualificado - não era considerado hediondo.
Trecho do meu livro Os Inocentes do Leblon, recomendado aos defensores da "3a via".
Pedi ao então Ministro Sergio Moro o endurecimento da lei penal.
O texto do projeto de lei que entreguei nas mãos de Moro está na parte final de Os Inocentes do Leblon: amzn.to/3diEOBw
O encontro foi registrado em vídeo. Um trecho está aqui. Naquela época - janeiro de 2019 - os eleitores ainda tinham a esperança de que o então Ministro da Justiça promovesse o esperado endurecimento da legislação penal.
Aconteceu o contrário.
O "pacote anticrime", nas mãos do Freixo, virou pacote "pró-crime"
Em seguida o 5 T F tomou uma série de medidas garantistas, entre elas a soltura de "menores infratores" e a suspensão de operações policiais no Rio.