Hoje, no @JornalOGlobo: 35 notebooks foram furtados do QG da intervenção federal do Rio, dentro do Comando Militar do Leste, em 2019. Até hoje, o Exército não sabe como os aparelhos foram tirados de lá nem onde está a maioria deles: só 2 foram recuperados. oglobo.globo.com/rio/notebooks-…
O sumiço foi constatado em janeiro de 2019 por um tenente-coronel que precisava trocar o computador de um de seus subordinados, que havia apresentado defeito. Quando chegou à sala onde os notebooks ficavam guardados, ocupada por um general, o oficial encontrou só caixas vazias.
Os aparelhos — todos novos, comprados exclusivamente para os militares que trabalhavam na intervenção — custaram R$ 2,8 mil por unidade. Um soldado que fazia a faxina da sala foi o único militar responsabilizado pelo furto.
Um mês após o sumiço, uma denúncia anônima encaminhada ao CML informava que os computadores extraviados estavam sendo anunciados na internet, no site OLX. O vendedor era um cabo da Marinha, que contou que comprou os notebooks de um amigo, o soldado que fazia a faxina da sala.
O soldado foi ouvido e negou o crime. Ele disse que, diariamente, era revistado na saída do trabalho. O soldado foi denunciado à Justiça Militar e condenado a 3 anos de prisão em agosto passado. Até hoje, não se sabe como os notebooks foram tirados do CML.
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A turma de 2000 do Curso de Operações Especiais, aquele do "Pede pra sair!", é uma lenda no Bope. Os formados ganharam apelido de "galáticos", referência ao Real Madrid da época. Um dos "galáticos" acabou fazendo carreira no crime: Adriano da Nóbrega. No ep2 de #Pistoleiros 🧶👇
No início do curso, poucos acreditavam que Adriano conseguiria se formar. O então tenente era grande, desengonçado (seu apelido era "Maromba"), tinha um tipo diferente da maioria dos caveiras, que eram baixos e ágeis, características importantes em incursões em favelas.
Adriano se formou, mas — diferente da maioria dos oficiais que se forma no curso — não fez carreira no Bope. Ele foi expulso do batalhão por indisciplina. Colegas contam que ele fazia operações clandestinas, sem autorização do comando.
Munição da PM do Rio abastecia a milícia comandada por Ecko, um dos criminosos mais procurados do país morto pela Polícia Civil. Cartuchos de 15 lotes diferentes foram adquiridos pela corporação, mas acabaram nas mãos da quadrilha do miliciano. oglobo.globo.com/rio/milicia-de…
A maior apreensão que consegui levantar foi em março de 2018. Na ocasião, a Polícia Civil apreendeu, com um homem apontado como “soldado” da milícia, 119 projéteis de forças de segurança. 37 deles faziam parte de 10 lotes diferentes adquiridos pela PM.
Os cartuchos apreendidos eram de calibres 9mm, .40, e 5,56mm. Ao todo, 24 dos projéteis achados com o soldado de Ecko compunham 4 lotes comprados exclusivamente para treinamentos da PM: eles têm uma quantidade de pólvora menor do que os usados em serviço, porém ainda são letais.
O relatório final da investigação da Polícia Civil sobre o assassinato de João Pedro omite que os policiais alteraram a cena do crime. O inquérito tem provas de que agentes recolheram cartuchos, prejudicando a perícia. Nenhuma é mencionada no documento. extra.globo.com/casos-de-polic…
As provas de que houve alteração da cena do crime pelos policiais investigados são:
1) No dia do crime, 18 de maio, os policiais investigados não entregaram estojos de calibre 5,56mm na Delegacia de Homicídios, conforme registro de ocorrência e depoimentos dos agentes.
2) A perícia de local de crime, feita no dia do crime, não encontrou NENHUM estojo de calibre 5,56mm na casa.
3) Como havia 64 marcas de tiros na casa, a disparidade entre o número de buracos nas paredes e estojos encontrados não passou despercebida pelo perito. (segue)
A milícia do Rio usa munição paga pelo Estado para matar seus desafetos. Cartuchos comprados pelas polícias do Rio e do Ceará, pela PRF e pelo Exército foram encontrados em locais de homicídios cometidos por paramilitares nos últimos 4 anos. extra.globo.com/casos-de-polic…
Também foram encontrados projéteis da PF, da Aeronáutica e da Polícia Civil de São Paulo durante operações policiais que descobriram locais usados como paióis pelas milícias. Dados fazem parte de um levantamento que eu e @blangeani, do @isoudapaz, fizemos ao longo do último mês.
Munição da PM do Rio foi encontrada nos locais de crime de oito dos dez assassinatos cometidos por milicianos em que conseguimos identificar o uso de munição paga pelo Estado. Nesses crimes, os paramilitares usaram 12 projéteis de nove lotes adquiridos pela corporação.
Levantamento que fiz em parceria com o @isoudapaz mostra que cartuchos comprados por forças de segurança foram usados em 23 ações criminosas que culminaram nas mortes de 83 pessoas em 8 estados diferentes do Brasil na última década. oglobo.globo.com/brasil/municao…
Ao longo do último mês, eu e @blangeani identificamos o uso de 145 lotes diferentes de munição adquirida por polícias ou pelas Forças Armadas nessas 23 ocorrências — que incluem sete chacinas, cinco grandes apreensões de munição com criminosos e até um roubo.
A pesquisa teve como base informações que integram processos e inquéritos sobre cartuchos coletados em cenas de crimes ou apreendidos em posse de criminosos. Grupos de extermínio e milícias atuaram em 15 dos crimes em que foi constatado o uso de munição desviada.
O general Walter Braga Netto, novo ministro da Defesa, tinha cargos de comando em episódios graves de violações de direitos humanos, em que seus comandados foram acusados de homicídios e tortura. Até hoje, nenhum militar foi punido pelos casos 👇
O primeiro foi a Chacina do Salgueiro, em novembro de 2017. Braga Netto era Comandante Militar do Leste. Oito pessoas morreram durante operação das Forças Especiais do Exército e da Polícia Civil na favela de São Gonçalo.
As investigações concluíram que ninguém matou as vítimas. Isso mesmo: o caso foi arquivado sob o argumento de que nem militares nem policiais civis atiraram naquele dia. Um sobrevivente, entretanto, acusa militares de terem atirado de dentro de uma mata na direção das vítimas.