Retomar esse alerta feio pelo @obscovid19br na semana passada.
No município de São Paulo, há um aumento de hospitalizações de casos suspeitos. Outras cidades e estados relatam situação parecida. Mas com o apagão de dados em curso, o cenário fica mais difícil de se enxergar
Esse aumento rápido é compatível com o comportamento da Omicron em outros países.
Não é motivo para pânico. Temos muitas ferramentas para conter essa onda como vacinas, PFF2 e ambientes abertos. Mas num cenário de incertezas, talvez valha um pouco de cautela
Existem dados de outros países mostrando que o aumento de hospitalizações não acompanha o aumento de casos como aconteceu em outras ondas.
Os motivos disso ainda não são 100% claros. Mas com um crescimento acelerado na transmissão, não sabemos até que ponto
Essa menor severidade da Omicron vai ser suficiente pra evitar uma situação de sobrecarga no sistema de saúde.
Em paralelo temos uma epidemia de gripe também e uma falta de testes para COVID.
O que podemos fazer nesse cenário?
1. Tome a dose de reforço assim que estiver elegível. Há uma certa confusão com a mudança do intervalo. Em geral, se você tomou a segunda dose há 4-6 meses você está elegível.
2. Repense algumas flexibilizações
Especialmente atividades que envolvam ambientes fechados, mal ventilados, com muita gente e uso inadequado de máscaras
3. Prefira ambientes ao ar livre, sempre
4. Muitas pessoas flexibilizaram o uso da PFF2 por máscaras que possam ser mais confortáveis
Isso era completamente ok e justificado no cenário otimista de redução consistente de casos e óbitos que víamos há algumas semanas. No entanto, com sinais de alerta aparecendo e muitas incertezas, talvez seja uma boa voltar a PFF2
É completamente imprescindível que tenhamos dados sobre a pandemia o quanto antes, ainda mais com um cenário de incertezas causados pela Omicron.
Repito, não há motivos para pânico e não estamos de volta em março de 2020 onde não tínhamos máscaras, vacinas nem muitos dados
Aprendemos muito sobre o vírus e ganhamos muitas ferramentas para combate-lo. No entanto o cenário está um pouco menos otimista do que estava há algumas semanas e é prudente que tenhamos um pouco de precaução, pelo menos por enquanto
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Sábado uma colega de trabalho da minha esposa começou a ter sintomas compatíveis com COVID. Sem nem precisar sair de casa, pegou um auto-teste de antígeno que tinha guardado e se testou. Positivo
Avisou todos os colegas de trabalho com quem teve contato na quinta
Incluindo minha esposa. Na mesma hora eu e ela pegamos um auto-teste e nos testamos. Ambos negativos.
Seguiremos fazendo auto-testes nos próximos dias.
Tudo muito rápido e fácil, sem nem precisar sair de casa para procurar uma farmácia que tenha testes
Possivelmente muitas exposições evitadas e muitas cadeiras de transmissão cortadas.
E aí fica a pergunta. Porque não temos auto-testes rápidos de antígeno disponíveis no Brasil? Não é que eles são caros e escassos. Eles simplesmente não estão disponíveis no Brasil pra auto-teste
É importante alertar sobre o estado da pandemia na Europa.
Não é cravar que passaremos pela mesma coisa no futuro. Isso é difícil prever. Mas é importante deixar claro que temos muitas ferramentas para evitar que esse ressurgimento da pandemia volte a ocorrer
A principal delas é a vacinação. Aumentar a cobertura com duas doses, avançar na vacinação de crianças e adolescentes e cobrir a população elegível com reforços vacinais o mais rápido possível. Diferentemente de muitos dos países europeus, temos uma forte cultura de vacinação
A segunda é não abrir mão de algumas intervenções simples, baratas e que são relativamente pouco disruptivas como o uso de máscaras em ambientes de maior risco, como locais fechados, mal ventilados e com muita gente. Ninguém está propondo lockdowns rigorosos ou isolamento total
Seria muito importante que a Anvisa liberasse testes rápidos de antigeno para se fazer em casa. Isso ajuda a informar o isolamento além de prevenir que alguém com alto potencial de transmissão interaja com outras pessoas e acabe transmitindo o vírus.
Vários países do mundo estão usando a distribuição ampla e gratuita desse tipo de teste como estratégia para contenção da pandemia. Seria ótimo se também fizéssemos isso.
No post de ontem sobre academias muito gente externou a preocupação com o fato da adesão ao uso correto de máscaras ser muito baixo e como elas poderiam frequentar o ambiente com segurança mesmo assim. É uma situação complicada
Nesse caso, a única coisa que está ao nosso controle é usar uma PFF2 bem ajustada ao rosto. Mas isso seria suficiente? O nível de proteção que ela fornece quando bem vedada ao rosto (e aí tirar a barba é imprescindível) é bem alto.
É um EPI que protege profissionais de saúde em contato direto com pacientes COVID por exemplo. Mas não é um escudo intransponível. Ela pode falhar, principalmente se não estiver bem vedada. Aqui uma boa forma de checar o ajuste
As festas de final de ano estão chegando. Muitos de vocês tomaram a difícil decisão de abrir mão desse momento tão especial ano passado e estão pensando na possibilidade de realizar o encontro novamente esse ano
uma vez que a vacinação avançou e os números da pandemia estão bem melhores.
É muito difícil dizer se realizar esse encontro é seguro ou não. A própria definição de "ser seguro" varia demais de pessoa pra pessoa. E existem diversos aspectos que são difíceis de quantificar
Essa decisão é muito pessoal. Não existe risco zero nem sentença se infecção. É uma questão de pesar riscos e benefícios e fazer uma decisão o mais informada possível. Além disso é importante tomar o maior número de medidas possíveis para reduzir os riscos caso realize o encontro
Por muito tempo falei de Vermont como um caso de sucesso na contenção da pandemia, mas a situação anda bem complicada já há algumas semanas. Ontem batemos o recorde de novos casos diários com 591 casos e a maior média desde o início da pandemia.
Números de hospitalizações e óbitos em patamares similares ao pior momento da segunda onda, no começo desse ano. No entanto, grande maioria dos casos, hospitalizações e óbitos entre os não vacinados.
Vermont é um dos estados com maior cobertura vacinal do país
~70% da população está totalmente vacinada e ~80% tem pelo menos a primeira dose.
Díficil dizer com certeza quais são as razões do aumento do número de casos. Um ponto é que com o início do clima frio as pessoas estão passando muito mais tempo em espaços fechados