Por muito tempo falei de Vermont como um caso de sucesso na contenção da pandemia, mas a situação anda bem complicada já há algumas semanas. Ontem batemos o recorde de novos casos diários com 591 casos e a maior média desde o início da pandemia.
Números de hospitalizações e óbitos em patamares similares ao pior momento da segunda onda, no começo desse ano. No entanto, grande maioria dos casos, hospitalizações e óbitos entre os não vacinados.

Vermont é um dos estados com maior cobertura vacinal do país
~70% da população está totalmente vacinada e ~80% tem pelo menos a primeira dose.

Díficil dizer com certeza quais são as razões do aumento do número de casos. Um ponto é que com o início do clima frio as pessoas estão passando muito mais tempo em espaços fechados
O segundo é que a adesão ao uso de máscaras em espaços internos é baixíssima. No máximo algumas poucas pessoas com máscara de pano.

Claro que existem muitas diferencas com relação a realidade do Brasil. Mas acho importante ficar atento a esses aumentos de casos
Tanto nos Estados Unidos quanto na Europa. E reforçar que a flexibilização de máscaras em espaços internos é um movimento bastante arriscado que tem que ser pensado com enorme cautela. Seria uma das últimas medidas que poderíamos flexibilizar

• • •

Missing some Tweet in this thread? You can try to force a refresh
 

Keep Current with Vitor Mori

Vitor Mori Profile picture

Stay in touch and get notified when new unrolls are available from this author!

Read all threads

This Thread may be Removed Anytime!

PDF

Twitter may remove this content at anytime! Save it as PDF for later use!

Try unrolling a thread yourself!

how to unroll video
  1. Follow @ThreadReaderApp to mention us!

  2. From a Twitter thread mention us with a keyword "unroll"
@threadreaderapp unroll

Practice here first or read more on our help page!

More from @vitormori

15 Nov
FESTAS DE FIM DE ANO E COVID

As festas de final de ano estão chegando. Muitos de vocês tomaram a difícil decisão de abrir mão desse momento tão especial ano passado e estão pensando na possibilidade de realizar o encontro novamente esse ano
uma vez que a vacinação avançou e os números da pandemia estão bem melhores.

É muito difícil dizer se realizar esse encontro é seguro ou não. A própria definição de "ser seguro" varia demais de pessoa pra pessoa. E existem diversos aspectos que são difíceis de quantificar
Essa decisão é muito pessoal. Não existe risco zero nem sentença se infecção. É uma questão de pesar riscos e benefícios e fazer uma decisão o mais informada possível. Além disso é importante tomar o maior número de medidas possíveis para reduzir os riscos caso realize o encontro
Read 20 tweets
27 Oct
Apareceram muitas dúvidas sobre a diferença entre PFF2 com elástico na orelha e KN95.

Elas são bem parecidas mesmo, a diferença é que a PFF2 passou por todo o processo de testagem e certificação pra se adequar a norma técnica vigente
Que é a exigência de capacidade de filtrar pelo menos 94% das partículas de 0.3 microns, as mais difíceis de serem capturadas.

Muitas KN95 não passam por testagens. Então não conseguimos saber se são de boa qualidade ou falsificadas
Alguns estudos feitos fora do Brasil encontraram máscaras vendidas como KN95 que filtram menos de 30% dessas partículas. E o problema é que só olhando não dá pra saber se ela é falsificada ou não.

A certificação serve justamente pra isso
Read 6 tweets
27 Oct
Em locais de maior risco prefira, nessa ordem:

- PFF2 certificada com elástico na nuca
- PFF2 certificada com elástico na orelha
-KN95
- Máscara cirúrgica bem vedada ao rosto (pode usar uma de pano por cima pra vedar melhor)
- Máscara de pano bem vedada ao rosto
Pessoas que tenham mais dificuldade em usar a PFF2 (especialmente pessoas mais idosas ou com algum problema respiratório) podem optar por PFF2 valvuladas. De acordo com o CDC, elas protegem mais o seu entorno que uma máscara cirurgica em situações de mundo real
As PFF2 valvuladas te protegem o mesmo tanto que uma PFF2 sem válvula.

Mas elas protegem menos o seu entorno do que uma PFF2 sem válvula
Read 4 tweets
22 Oct
Acho esse tema, esse paper e essa thread super importantes.

Muito da enorme confusão com relação aos mecanismos de transmissão e, consequentemente, das formas de se proteger contra o vírus tem como origem definições excessivamente simplificadas do que são goticulas x aerossóis
A definição atual é , partículas maiores do que 5 microns são consideradas gotículas que caem rapidamente no chão a menos de 1.5 metros e aerossóis partículas menores que 5 microns que por serem leves ficam em suspensão por muito tempo e viajam grandes distâncias
E a partir disso, se assume que transmissão a curta distância é necessariamente por gotículas pesadas que se depositam no rosto (como respingos de um spray) e transmissão por aerossol é só transmissão a longas distancias
Read 6 tweets
12 Oct
Esse caso ilustra bem a dinâmica da transmissão por eventos de superespalhamento. Em condições propícias (ambientes fechados, mal ventilados e com muita gente) temos um risco enorme de um surto local.

g1.globo.com/pa/santarem-re…
Não tenho informação sobre o contexto desse surto, mas imagino que tenha sido a combinação que a gente sabe bem que propicia o contágio.

Em tempos, não conheço nenhum caso na literatura de evento de superespalhamento que aconteceu em espaço 100% aberto, sem margem para dúvidas
53 casos de uma vez só é MUITA coisa. E isso segue se espalhando, com potencial de gerar outros surtos. Rastreamento de contatos retrospectivo tem exatamente esse propósito, localizar contextos onde o potencial de surto é enorme e cortar cadeias de transmissão
Read 4 tweets
10 Oct
O fato de espaços ao ar livre serem muito mais seguros não é coincidência ou obra do acaso. É consequência da forma como o vírus se transmite. Há total plausibilidade física.

Porque é geralmente permitido fumar em espaços abertos e proibido em espaços fechados?
Em espaços abertos a fumaça se dispersa rapidamente e se diluem no ar. Em espaços fechados ela fica em suspensão, se acumula no ambiente e pode ser inalada por terceiros.

A dinâmica das partículas potencialmente contaminadas por alguém infectado é bem parecida
Assim como nem todo mundo que está em espaço aberto está fumando, nem todo mundo está infectado e transmitindo o vírus. A infecção exige a inalação de uma quantidade mínima de partículas contaminadas. A chance de você se infectar cruzando com alguém na rua é quase nula
Read 4 tweets

Did Thread Reader help you today?

Support us! We are indie developers!


This site is made by just two indie developers on a laptop doing marketing, support and development! Read more about the story.

Become a Premium Member ($3/month or $30/year) and get exclusive features!

Become Premium

Too expensive? Make a small donation by buying us coffee ($5) or help with server cost ($10)

Donate via Paypal

Thank you for your support!

Follow Us on Twitter!

:(