Dados recentes de um preprint que avaliou mães que se vacinaram durante a gestação🤰 e, durante a amamentação:
🔹Passaram mais anticorpos (IgA e IgG) para seus bebês, detectados tanto no sangue, quanto na mucosa nasal👃, comparado com mães que vacinaram após a gestação
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Em primeiro lugar: é importante lembrar as diferenças entre imunidade ativa e passiva.
A imunidade ativa é o que acontece com a mãe: estimulamos diretamente seu sistema imunológico, que produz vários elementos, como células, para proteção
Já a imunidade passiva é o que acontece com o bebê, nesse caso (mãe vacinada na gestação, por exemplo). A imunidade passiva não é duradoura como a ativa é, e é por isso que o bebê precisa aderir ao calendário nacional de vacinação, para seguir protegido
Show, vamos para os dados do preprint: apesar de um número amostral pequeno (10 mães-bebês com vacinação antes do parto, 12 mães-bebês com vacinação após parto, ambas amamentando seu bebê), o grupo anteparto apresentou mais anticorpos tanto no sangue, quanto em 👃 nos bebês
Já o grupo pós-parto (mães que se vacinaram após a gestação, e que amamentam seus bebês) tiveram níveis baixos/não detectados dessas IgG e IgA, tanto na mucosa nasal, quanto no sangue dos bebês.
Ainda, podemos observar que no grupo anteparto (gestantes que se vacinaram, e que amamentaram de seus bebês) apresentam níveis de IgG e IgA por vários dias após o nascimento, gerando uma maior proteção para seu bebê por meio dessa imunidade passiva
A vacinação durante a gestação vai induzir uma resposta protetora e segura na mãe. Parte desses anticorpos podem passar para a circulação do bebê através da placenta
A vacinação após a gestação (durante a amamentação, por exemplo) tem uma janela de transferência desses anticorpos mais limitada para o bebê, reforçando a importância da vacinação ainda na gestação
Mas não existe proteção para o bebê para as mães que se vacinaram após a gestação e amamentam? Tem sim (mas em comparação com a vacinação na gestação, é mais limitada). Temos dados de que há proteção contra vírus respiratórios, por exemplo
O preprint traz a questão do refluxo faringonasal, que pode acabar depositar diretamente a IgA (e IgG) do leite materno (de mães 💉) nas superfícies 👃, podendo fazer uma espécie de "revestimento antiaderente" no 👃, 👄e intestino que pode impedir que o vírus se fixe e infecte lá
"Como não há transferência permanente de anticorpos, p/ manter a proteção, precisaria continuar "completando" com a amamentação. (Ao contrário da vacinação na gravidez), se tu estiver amamentando, é possível que o benefício só dure durante a amamentação"
Resumex:
🔹Em mães que amamentaram, a vacinação anteparto (DURANTE a gestação) seguida pela amamentação parece ser a melhor maneira de fornecer anticorpos anti-SARS-CoV-2 sistêmicos e locais para bebês🤰💉👩🍼🛡️
🔹Embora a amamentação traga muitos benefícios para o bebê, a transferência significativa de anticorpos específicos contra SARS-CoV-2 das mães para seus bebês, se vacinados no pós-parto, é mais limitada
🔹Isso serve para todas as vacinas: quando o bebê atingir idade suficiente, vacine seu bebê! Existe um calendário nacional de vacinação que precisa ser seguido para conferir uma proteção duradoura e potente ao longo do desenvolvimento do bebê!
Vamos aos problemas dessa situação: 1) O Ministro da Saúde criticando vacinação em crianças 2) Claramente há problemas na interpretação de texto/leitura do artigo 3) A demora em comprar e chegar as vacinas para um público que é suscetível a doença e que precisa de proteção
Mas Mell, por que é um problema o Ministro da Saúde criticar vacinação em crianças?
Porque já temos evidências, aprovação da @anvisa_oficial e de várias outras agências reguladoras, recomendação por diversas Sociedades Brasileiras, @ConassOficial para a vacinação em crianças.
Dúvidas todos temos, pessoal. Ficar inseguro quanto a alguma questão é plenamente normal, a gente tá aqui pra se ajudar, essa é a beleza de várias expertises. A questão é que estamos falando de saúde pública e de evidências científicas disponíveis a livre acesso
Tem especialista colocando dúvidas que estão sendo discutidas há pelo menos 1 ano. A vacina já foi aprovada pela @anvisa_oficial , por diversas agências reguladoras, recomendada por várias Sociedades Brasileiras. Precisamos de adesão, não rediscutir inseguranças sem evidências
Simplesmente UM ABSURDO um profissional falar que a imunidade adquirida é superior (que a da vacina, quando muitos dados apontam que essa imunidade é muito variável), defendê-la, assim como defender a imunidade de grupo pela infecção. O pior: "cepa(omicron) veio de Deus"
Sobre a variante identificada na França, vou resumir alguns pontos abaixo, somando ao ótimo fio da @laribrussa
🔹Não é motivo de pânico
🔹Já conhecíamos ela, essa discussão aconteceu ainda em Nov/21. Ela não parece que suplantaria a Delta ou a Omicron.
A linhagem dessa variante foi reconhecida ainda em Dez/21. Desde então, houve uma discussão sobre seu potencial. O preprint foi depositado há poucos dias, por isso dando um ar de novidade. Mas temos que nos atentar para o período
Ela vem sendo monitorada como todas as outras, mas @sailorrooscout faz um adendo relevante: ela não conseguiu sequer competir com a Delta no período. Dificilmente competiria com a Omicron, segundo o que alguns especialistas vem apontando
Da série: ver para entender! Gráficos de Nova York 🇺🇸 de taxas semanais para para casos (hospitalizações e óbitos nos próximos tuítes).
🟣não-vacinados (384,66 por 100.000)
🟠vacinados (78,46 por 100.000)
Quase 5x mais casos entre não vacinados, do que em vacinados
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Agora, em relação às hospitalizações
🟣não-vacinados (21,93 por 100.000)
🟠vacinados (4,15 por 100.000)
Quase 5x mais hospitalizações entre não vacinados, comparado com vacinados. Vacine-se!
Por fim, gráfico de óbitos:
🟣não-vacinados (3,13 por 100.000)
🟠vacinados (1,5 por 100.000)
Quase o dobro de óbitos entre não vacinados, comparado com vacinados. Vacine-se!
Hoje é dia de Natal🎄e será que temos alguma notícia otimista em relação à #Omicron?
Abaixo, algumas análises sobre gravidade de doença, vacinação e futuros (possíveis) cenários da série COVID-19 e 2022 🧶👇
Queria aproveitar, antes de tudo, e divulgar um fio muito interessante de @DrTomFrieden que vem fazendo conteúdos muito bacanas e já foi diretor do @CDCgov no passado
Segundo a reportagem, a vacinação será priorizada para crianças com deficiência permanente e/ou comorbidades, após seguirá por faixa etária: 10-11, 8-9, 6-7 e 5-6
Ainda, segundo o @ConassOficial os estados não cobrarão prescrição para a vacinação. Essa carta de natal do CONASS para as crianças do Brasil foi uma das coisas que mais me fizeram sorrir com esperança hoje
Ainda, segundo a reportagem “recomendações permanecem em consulta pública aberta até o dia 2 de janeiro. O Ministério da Saúde afirma que a medida tem como objetivo dar transparência e abrir diálogo no processo de ampliação da campanha de vacinação contra a Covid-19.”