Essa cena é perfeita, mas sabia que o comportamento dessa baleia (e de outros animais que eu vou citar aqui) é péssimo para sua sobrevivência em um mundo cheio de humanos?
Segue o mini fio para conhecer a ingenuidade ecológica, o conceito que explica o desaparecimento do dodô
A ingenuidade ecológica (ecological naïvete) é um acontecimento evolutivo no qual animais que não possuem predadores (ou possuem predadores muito específicos) não possuem medo de um novo predador em potencial, sobretudo dos humanos
Extremamente frequente em ilhas oceânicas (onde ganha o nome de Island Tameness, algo como "adestrabilidade insular"), ela foi indiretamente responsável pela extinção de diversos animais, como o dodô. Sem predadores, a ave não via perigo nos humanos
O mesmo pode ser dito para o lobo-das-malvinas que, sem predadores naturais, era facilmente atraídos por humanos em troca de carinho / de alimentos e esfaqueado, tendo sido extinto em 1876
O arau-gigante (Pinguinus impennis, o animal que inspirou o nome dos pinguins, descobertos anos depois) não tinha muitos predadores em terra firme. As pessoas os matavam aos montes (na frente de outros), capturavam vários com as mãos e os queimavam vivos como combustível
O maior sirênio do planeta, a vaca-marinha-de-stellar (Hydrodamalis gigas) possuía até 9 metros e foi extinta 27 anos após seu descobrimento. Sem predadores quando adultas e praticamente incapazes de afundar completamente, não fugiam nem enquanto eram mortas por caçadores
E é aí que entra também a baleia-franca. Seu nome em inglês, "right whale", indica que era a baleia certa para ser caçada. Grande o bastante para não ter muitos predadores, não tinha medo dos navios baleeiros, nem após o resto do bando já ter sido morto
Anos de caça impactaram severamente suas populações. A Baleia-franca-austral (Eubalaena australis) é a única que não está ameaçada, com cerca de 14 mil indivíduos na natureza
A Baleia-franca-do-atlântico-norte (Eubalaena glacialis) se encontra Criticamente Ameaçada, com menos de 300 indivíduos na natureza e uma população ainda decrescente devido a seu lento ciclo reprodutivo, ao atropelamento por grandes barcos e devido a redes de pesca
Eubalaena japonica, Baleia-franca-do-pacífico-norte, conta hoje com duas populações, que chegam aos quase 400 indivíduos, mas que se encontra apenas Ameaçada, devido à sua população crescente (embora de forma lenta)
O fenômeno também explica o motivo de vários animais não fugirem de carros vindo em sua direção, uma vez que não os identificam como perigos
Felizmente, essa ingenuidade é considerada fofa, e atrai diversos turistas (e consequentemente verba para a conservação, como no caso das baleias e do pequeno marsupial chamado quokka)
Nossa achei que duas pessoas iam ler e nem coloquei o de sempre
As cachalotes (Physeter macrocephalus) são os maiores predadores com dentes dos mares e já foram o segundo maior animal do planeta. Antes da era da caça às baleias, indivíduos podiam chegar aos 25 metros de comprimento, embora hoje os maiores não ultrapassem os 18 metros
Seu principal alimento são lulas, incluindo a lula-gigante e a lula-colossal, animais que podem ultrapassar os 10 metros e, em teoria, podem ser muito maiores (baseado em ferimentos encontrados em cachalotes)
Você sabe como surgiu a #Caatinga? Sabia que ela é o único bioma endêmico do Brasil? Sabia que ela pode virar um deserto? Se liga nessa #BioThreadBR para conhecer um dos biomas com uma das histórias mais únicas do planeta!
A Caatinga (do Tupi ka’a [mata] + tinga [branca] = mata branca) é um "bioma" encontrado no nordeste do Brasil, presente nos estados da Paraíba, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Maranhão, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e ao norte do estado de Minas Gerais
Ph: Eraldo Peres
Estendendo-se por uma área de 1.037.000 km² segundo alguns autores, ocupa mais de 12% do território nacional e é lar de 12% da população brasileira e de 63% da população nordestina, o que, por si só, já demonstraria a importância do estudo desse bioma.
Um fato da paleontologia que faz as pessoas pirarem é que mamutes, preguiças gigantes, tigres-dentes-de-sabre e gliptodontes não são animais pré-históricos.
A pré-história acaba há 6.000 anos. Esses animais sobreviveram até tempos históricos, alguns por milhares de anos.
Já que estou atoa, vamos de mini thread
Último registro confirmado de um Megaloceros é de 6852 anos atrás, mas evidências recentes apontam que ele pode ter sobrevivido até 2521 anos atrás, no início da democracia da Grécia Antiga
Megaloceros por @JuliotheArtist
Doedicurus clavicaudatus foi um dos gliptodontes mais famosos. Seu último registro confirmado é de entre 4765-4445 BCE, embora um artigo recente (que precisa de mais investigação) aponte que ele pode ter existido até 4.830 anos atrás, após a criação da escrita pelos Maias
Os mamutes estão voltando!
Embora pareça coisa de ficção-científica, nunca estivemos tão perto de ter espécies extintas andando pelo planeta, e o mamute deve ser o primeiro!
Sege o fio
Arte por @JuliotheArtist #paleontology#paleonto#BioThreadBR
A chamada desextinção consiste no processo de clonar um organismo extinto. Ao gerar um embrião viável, ele é implantado em uma espécie geneticamente próxima daquela a ser clonada, e, em teoria, isso poderia trazer uma espécie de volta.
Surpreendentemente, isso foi realizado em 2009, quando o íbex-dos-pirineus foi clonado. A espécie, extinta em 2000, foi clonada com sucesso uma única vez, mas, infelizmente, o filhote morreu apenas 10 minutos após seu nascimento. Essa é a única espécie extinta duas vezes.
O que perdemos em 12 mil anos? #BioThreadBR sobre a megafauna de Lagoa Santa - MG.
Lagoa Santa é considerada o berço da paleontologia Neotropical, tendo uma importância incrível no cenário científico mundial.
O famoso cientista dinamarquês Peter Lund alterou completamente o mundo que conhecíamos após se mudar para o Brasil em 1833.
Foi em Lagoa Santa que esse pesquisador descreveu pela primeira vez tigres-dentes-de-sabre, toxodontes e preguiças-gigantes, e comprovou, de forma incontestável, que essa megafauna coexistiu com seres humanos.