Thread by @vitormori

Eu compreendo e me solidarizo com a frustração de tantos que tomaram todos os cuidados e conseguiram evitar o vírus nesses quase 2 anos de pandemia, mas que acabaram se infectando nessa nova onda.

Antes de mais nada, espero que todos fiquem bem o mais rápido possível

Ainda estamos numa pandemia de um vírus que se transmite pelo ar de forma muito rápido. Podemos reduzir muito os riscos mas não zerá-los. Ou seja, infelizmente se infectar pode acabar acontecendo com qualquer um de nós.

Também é natural que a gente tente descobrir qual o contexto em que nos infectamos. Compreendo mas acho que isso causa mais ansiedade e angústia do que qualquer coisa.

Não podemos mudar o passado mas podemos agir para quebrar cadeias de transmissão no futuro

Além da prática do isolamento, é importante avisar as pessoas com quem tivemos contato. E essa é uma das partes mais difíceis. Primeiro porque ninguém gosta de ser a pessoa que trás notícias ruins. Segundo é o medo do julgamento.

Não necessariamente a pessoa que se infectou deixou de tomar cuidados e de se proteger o máximo que pode. É importante que a gente evite julgamentos nesse momento tão difícil.

Receber a notícia de que esteve em contato com alguém infectado também é super frustrante

Mas tente não descontar essa frustração na pessoa que veio te contar sobre esse possível contato. A decisão de fazer isso foi muito difícil pra ela (muitos nem falam nada) e pode ser determinante para você conseguir proteger pessoas próximas e queridas de futuras infecções

Tente não tornar a vida de quem está infectado, em isolamento e super vulnerável ainda mais difícil.

Outra coisa importante é a sensação de que todos os cuidados nesses 2 anos não valeram de nada já que nos infectamos

De novo, eu compreendo mas discordo dessa visão. Esses dois anos de cuidado nos deram tempo para enfrentar a infecção com duas ou até 3 doses de vacinas altamente eficazes, reduzindo nosso risco de ter um caso grave

Além disso precisamos olhar nossas ações mais a nível coletivo do que individual. Quantas infecções não evitamos nesses dois anos tendo tomado todos os cuidados? Quantos casos graves, hospitalizações não evitamos? E quantas mais não podemos evitar mantendo os cuidados

Por último, é importante reforçar que não existe risco zero e que é importante uma avaliação dos riscos x benefícios de cada decisão. Viver em estado máximo de alerta o tempo todo é extremamente desgastante e inviável no médio e longo prazo

Cada vez mais é importante que mantenhamos o máximo de cuidado em locais e contexto de maior risco mas que busquemos alguma qualidade de vida também para aguentar essa maratona.

E justamente por isso é fundamental compreender como o vírus se transmite,

contextos de maior risco e medidas preventivas eficazes para cada contexto. Isso será absolutamente crítico na transição para a endemicidade (que não sabemos quando nem como vai ocorrer, porém)