1/Lula da Silva reúne nesta semana, provavelmente por zoom em função do novo pico de Covid, 15 a 20 economistas para dar partida aos estudos sobre o seu programa de governo. Tem caras conhecidas (Mercadante, Nelson Barbosa) e the new generation (Guilherme Mello, Pedro Rossi..)
2/Plano? Nada antes do carnaval. Os otimistas falam em março. Os realistas, junho. enquanto isso, serão dezenas de balões de ensaio. Um petista dá um entrevista e se a reação for ruim, recua. Se não der polêmica, vai para publicação.
3/O que está adiantado _ pq as Centrais Sindicais estão tocando e elas tem pressa_ é a "revisão da reforma trabalhista" (a palavra "revogação" foi cancelada). O que está na mesa:
4)•Fim dos contratos de trabalho intermitente;
•Volta da prorrogação automática dos acordos coletivos (hoje existe um vácuo legal se não houver acordo);
•Criação de vínculo trabalhista dos prestadores de serviço de aplicativos, (tipo Uber, Ifood e Rappi)+
5/Ponto em suspense é a norma de que o sindicato pode renunciar a direitos que estão na lei em um acordo coletivo, o chamado “acordado sobre legislado”. Aprovado na Reforma de 2017, a legalidade do artigo está julgamento no STF. O PT deve aguardar a posição do STF+
6)Na "revisão"a forma é tão importante quanto o conteúdo. Imitando o PSOE espanhol, a proposta do PT inclui a criação de uma comissão tripartite governo-trabalhadores-empresários para então submeter um texto para o Congresso+
1/Ministro mais longevo da história democrática, Mantega assinou o texto publicado hoje (www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/0…) por um motivo prosaico, de todos os economistas vinculados direta ou indiretamente a Lula, ele é dos poucos não está na lista dos eventuais ministros.
2/Mantega foi o rosto econômico do PT no seu auge (quando o País saiu da crise de 2008 com poucos arranhões) e na decadência do PT (quando as maquiagens destroçaram a credibilidade fiscal) Compreensivelmente, ele fala no artigo mais da primeira experiência do que da segunda.
3/Líder folgado em todas as pesquisas, Lula tem zero motivos para antecipar o debate sobre que pretende fazer se for eleito. Primeiro porque se fizer isso agora tira o foco sobre a gestão de Bolsonaro, rejeitada por mais de 70% dos brasileiros segundo as pesquisas+
1/O chile viveu em dois anos o maremoto político que o Brasil atravessa desde 2013. Protestos estudantis, decadência dos partidos tradicionais, quase impeachment do presidente, polarização. A eleição de Gabriel Boric traz algumas algumas lições:
2/A. Quem se move para o centro, leva vantagem No 2.o, Boric que se moveu mais, atraindo para si os centro-esquerdistas do Partido Socialista (“Tenho uma boa opinião do 2.o governo de Bachelet") e pedido desculpas as Democratas Cristãos (“minhas críticas eram imaturas”) +
3/B.O discurso radical levanta a torcida, mas não ganha o jogo – Como mostrou Maurício Moura( exame.com/blog/ideia-pub…) o discurso de “se não votar em mim o país vira a Venezuela” agita os militantes da direita, mas não basta para vencer a eleição. Fica a lição para Bolsonaro+
1.O ex-presidente Lula não irá escrever uma nova Carta ao Povo Brasileiro, o documento de 2022 para sinalizar permanência do tripé econômico. Essa é decisão final de Lula, que considera ofensivo que investidores considerem os 8 anos do seu governo não serem garantias suficientes+
2/O PT não tem ainda um programa para a hipótese de vencer as eleições, mas se fosse preciso comparar, a plataforma será mais parecida com a do 2.o governo (de forte intervenção estatal na economia) e menos do 1.o governo (de austeridade fiscal e forte política monetária)+
3/É lógico que essa é uma visão otimista. O Brasil que será herdado a partir de 2023 estará em frangalhos, comparando com o começo do segundo governo Lula, em 2007.
Pistas das intenções de Lula foram dadas na entrevista à Rádio Gaúcha. Pontos que chamam a atenção:
1/Lula volta da Europa nessa semana e bate o martelo do núcleo do seu time de campanha. A coordenação será da Pres do PT, Gleisi Hoffmann. Para evitar especulações sobre possíveis ministros, não haverá economistas no grupo+
2/Além de Gleisi Hoffmann, estão no núcleo os deputados federais José Guimarães e Rui Falcão, os ex-ministros Franklin Martins e Luiz Dulci e o pres do Instituto Lula, Paulo Okamoto.
3/Como comparou um ex-ministro, “Lula não pretende ter um Posto Ipiranga, mas vários postos BR” (que significa não indicar um único porta-voz que seja o seu fiador, como foi Paulo Guedes para Jair Bolsonaro, mas falar com economistas de várias tendências)+
1/@quaestpesquisa divulgada hoje mostra que a candidatura Moro arrasa com as chances do PSDB e de outros pré-candidatos da chamada terceira via, tira votos do presidente Bolsonaro e, indiretamente, amplia o favoritismo do ex-presidente Lula+
2/Com Moro, Doria marca 2% e Leite apenas 1%. Rodrigo Pacheco tem 1% e o D'Ávila zero. As simulações mostram Lula entre 47% e 48% dos votos votais (o que daria 54% dos votos válidos), Bolsonaro 21%, Moro 8% e Ciro Gomes com 6% ou 7% dependendo do cenário+
3/Todas as pesquisas presidenciais até agora mostram que existe espaço para três ou, no máximo, quatro candidatos viáveis: Lula e Bolsonaro já asseguraram seu lugar e Ciro Gomes tem um público fiel. O último candidato deve vir da centro-direita e Moro largou na frente+