Publiquei no @JornalOGlobo que o WhatsApp estuda lançar uma ferramenta que preocupa especialistas em desinformação. Conversei com 3 pessoas que o WhatsApp chamou para um encontro confidencial em dezembro para falar da nova funcionalidade. Explico a seguir 👇
A ferramenta em fase de testes seria um tipo de "grupo de grupos", uma "comunidade" em que um administrador poderia reunir diferentes grupos dentro do app para enviar mensagens e moderar conteúdo. A funcionalidade aproximaria o WhatsApp de Telegram e Discord.
Nessa reunião com o WhatsApp, especialistas alertaram a empresa que isso seria devastador para nosso processo eleitoral, pois na prática aumentaria o poder de envio de mensagens (hoje restrito a 256 pessoas, tanto em grupos quanto em listas de transmissão).
Há quem ache que o WhatsApp não pode implementar isso nunca, muito menos em ano de eleição, pois amplificaria o poder polarizar do aplicativo. Outros acham que é um movimento natural para reconquistar usuários que migraram para Telegram, Signal etc.
No Brasil, o Telegram vem avançando sobre o WhatsApp, que ainda é predominante nos smartphones do Brasil.
Agosto de 2018:
WhatsApp | 97%
Telegram: 15%
A matéria está aqui, onde entrevistei especialistas em plataformas digitais, desinformação e o impacto desses atores em eleições no Brasil. Há diferentes doses de preocupação em relação ao impacto sobre uma ferramenta menos restritiva no envio de mensagens blogs.oglobo.globo.com/sonar-a-escuta…
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Qual é o balanço de três anos de governo Bolsonaro para a extrema direita brasileira? Perguntei a cientistas políticos, antropólogos, historiadores e estudiosos do assunto para tentar responder: oglobo.globo.com/politica/sob-b…
Segundo o @odiloncaldeira, houve um processo de aceleração da internacionalização da extrema-direita brasileira, que passou de receptora para produtora de ideias, e virou um ator importante no âmbito internacional. Com queda de Trump, Brasil ganhou mais espaço no palco.
A extrema direita perdeu uma oportunidade inédita de ter fundado um partido próprio. Por isso, @CECLynch diz que uma eventual derrota eleitoral de Bolsonaro será um baque mais duro do que foi para a esquerda no pós-Dilma, porque o PT tem base social, partido forte e enraizamento.
O que @jairbolsonaro vê no feed do seu Twitter? Criei uma lista com os perfis que ele segue e passei "um dia na conta do presidente". Contei nessa matéria um pouco sobre o tipo de conteúdos que ele consome 👇 oglobo.globo.com/politica/epoca…
Contei com uma mão do @projeto7C0. Deixo a lista abaixo para quem quiser ver. Ela está inexata porque 5 pessoas que o presidente segue me bloquearam ou têm o perfil fechado, então não consegui adicioná-las. twitter.com/i/lists/121419…
Tem algumas curiosidades. No mundo da música, com exceção da @julianabonde e do roqueiro Roger Moreira, Bolsonaro só segue homens do sertanejo. Ele segue Nelson Teich e Tedros Adhanon, diretor da OMS. Não segue presidentes de Alemanha, Portugal, Argentina e França.
Olha que curioso. Reparei que tem alguns canais nazistas banidos no Telegram. Mas eles podem ser acessados por meio de um drible na Google Play Store e na Apple Store, com anuência do próprio Telegram. Vou contar abaixo 🧶
Encontrei 11 canais nazistas bloqueados pelo app do Telegram baixado via Play Store e na App Store. Mas eles mesmos estavam ensinado outros usuários a burlar esse bloqueio: bastava baixar uma versão "menos restrita" do app no site do Telegram, ou por um apk.
Baixei essa versão mais permissiva do Telegram e consegui acessar os 11 canais. O banimento dos canais nos apps via Google ou Apple não impede o conteúdo de circular. Fiz um levantamento com a quantidade de fotos, vídeos e links que circulam nesses 11 canais:
Exclusivo: Pesquisadores coletaram 4 milhões de mensagens de 150 chats de extrema-direita no Telegram e identificaram o YouTube como coração desse ecossistema. 440 mil links vinham do YT, bem à frente de Instagram e Twitter (74 mil) e Facebook (55 mil). Pq isso é importante?👇
A hipótese dos pesquisadores é que o Telegram funcione como um propulsor para a circulação de canais bolsonaristas do YouTube, plataforma que remunera produtores de conteúdo de acordo com o volume de acessos de cada página: entre US$ 0,25 e US$ 4,50 para cada mil visualizações.
Desta forma, o Telegram, que permite grupos de até 200 mil membros e canais com nº ilimitado de inscritos, serviria também para driblar a baixa circulação imposta a vídeos ocultados por bolsonaristas para evitar que a plataforma os derrube por violação das políticas de uso.
Mergulhei por 3 dias no Telegram, mas precisei de poucas horas para acessar grupos secretos com pornografia infantil, venda de armas sem regulamentação, conteúdo nazista, vídeos de tortura e execução. Conto e explico como o app permite essa podridão: blogs.oglobo.globo.com/sonar-a-escuta…
O Telegram tem 5 particularidades que o diferenciam do WhatsApp e, juntas, dão base a uma quase deep web na palma da mão: grupos secretos, ferramenta de busca interna, chatbots, autodestruição de mensagens e anonimato dos usuários. O que se vê na superfície é a ponta do iceberg.
O vazamento de nudes e pornografia do OnlyFans alimenta muitos grupos secretos, as "salas VIP" onde usuários pagam a administradores desses espaços para ter acesso ao conteúdo "exclusivo", sem consentimento das mulheres. Não raro circula pedofilia nesses grupos.
Protesto do #3JForaBolsonaro começa a fechar as duas vias da Avenida Paulista, em São Paulo. Concentração em frente ao Masp. Ato convocado por @coalizaonegra, @frentebrasilpop e Frente Povo Sem Medo contra o presidente está em sua 3ª edição. Acompanhem aqui a cobertura:
Elemento que já havia retornado com força no protesto de 24 de junho, a bandeira do Brasil marca presença novamente, entre faixas LGBT, petistas e de "fora, Bolsonaro". Se ressurgiram nas barraquinhas de camelôs, é um sinal: há demanda. Tentativa de reapropriação.
Bandeira de Getúlio Vargas marcando presença da Juventude Socialista do @PDT_Nacional. Gritos de "Viva Brizola, Viva Che". Grupo está sendo reestruturado por Ciro Gomes e Carlos Lupi. (É a primeira vez que vejo uma bandeira do Getúlio)