O presidente Lula, a primeira-dama Marisa Letícia e a ministra-chefe da Casa Civil Dilma Rousseff se encontram com trabalhadores do estaleiro BrasFels, em Angra dos Reis, onde estava sendo construída a plataforma P-51 da Petrobras.
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A iniciativa integrava o Programa de Modernização e Expansão da Frota Nacional de Petroleiros. Lançado por Lula em 2005, o programa fomentou a recuperação da indústria naval brasileira que, em menos de 5 anos, se tornou uma das maiores do mundo e suplantou a dos EUA.
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A política de desenvolvimento da indústria naval teve início em 1956, com o Plano de Metas de Juscelino Kubitschek. O governo criou o Fundo de Marinha Mercante e investiu no parque naval como parte da política de industrialização e de substituição de importações.
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João Goulart ajudou a consolidar o projeto, visando diminuir as despesas com afretamento de embarcações estrangeiras. Os investimentos na indústria naval eram tão estratégicos que foram mantidos pelos militares após o golpe de 1964.
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Nos anos 70, criou-se o Programa de Construção Naval e foram instituídas as políticas de subvenção aos armadores brasileiros e de proteção comercial — que reservava 40% do volume de frete às embarcações de bandeira brasileira.
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Em meados dos anos 70, o Brasil possuía o 2º maior parque industrial naval do mundo, concentrando vários estaleiros e atendendo encomendas de construção de navios vindas de todo o planeta. O Rio de Janeiro se converteu no centro nervoso da indústria naval.
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Nos anos 80, a indústria naval brasileira entrou em crise, atingida pelo choque do petróleo e pela crise da dívida, muito agravada pela a desastrosa gestão econômica da ditadura militar, que promoveu a maxidesvalorização da moeda e gerou hiperinflação.
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O aumento dos custos tornou a indústria brasileira pouco competitiva e quitou a capacidade de investimento. Já no governo Sarney, consolidou-se a ascensão do neoliberalismo e a visão do Estado como indutor do desenvolvimento foi substituída pelo princípio do laissez-faire.
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A política de fomento do setor naval foi totalmente desmontada. O sucateamento do setor se aprofundou após a eleição de Collor e a imposição do receituário do Consenso de Washington. A abertura do setor levou à quebra generalizada dos armadores nacionais.
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Foi somente após a eleição de Lula que o governo brasileiro iniciou a recuperação da indústria naval. A Petrobras seria instrumento central deste esforço, passando a exigir que seus navios de apoio fossem de bandeira brasileira e uso prioritário de estaleiros nacionais.
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Esse processo foi normatizado através da política de conteúdo local, que determinava que 60% de toda a infraestrutura utilizada na extração de petróleo no Brasil teria de ser fabricada no país — percentual que chegava a 75% para algumas operações.
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A priorização dos estaleiros nacionais na aquisição de navios e equipamentos de exploração e produção de petróleo e a política de conteúdo local permitiram a aplicação de 17,8 bilhões de reais na combalida indústria naval, levando ao ressurgimento do setor .
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Em outubro de 2005, Lula implementou o Programa de Modernização e Expansão da Frota Nacional de Petroleiros (Promef), autorizando a compra de 49 novos navios petroleiros integralmente fabricados no Brasil.
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O programa impulsionou ainda mais a retomada da indústria naval brasileira e o número de trabalhadores empregados no setor saltou de 3 mil em 2002 para 80 mil em 2010. Os investimentos na construção de novas instalações fabris também foram massivos.
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Foram construídos 18 novos estaleiros, totalizando 37 unidades, incluindo os gigantescos polos navais de Rio Grande (no Rio Grande do Sul), Atlântico Sul (em Pernambuco) e de Ilha/Mauá (no Rio de Janeiro).
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Em 2010, a carteira de pedidos dos estaleiros chegou a 269 contratos, incluindo petroleiros, plataformas e navios de apoio. A descoberta de reservas de petróleo e gás natural na camada geológica do pré-sal em 2006 demandou a ampliação dos investimentos na indústria naval.
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Mais de 11,6 bilhões de reais foram aplicados no fortalecimento do parque industrial naval brasileiro no âmbito do PAC. O Fundo de Marinha Mercante também foi reavivado, com a ampliação de recursos da ordem de 360%, chegando a 2,6 bilhões de reais em 2010.
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O volume total de cargas transportadas por navios de bandeira brasileira cresceu 68% no período e o país voltou a ostentar um dos maiores parques industriais navais do mundo.
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Em 2009, o setor de construção naval do Brasil ultrapassou os Estados Unidos e se tornou o sexto maior do planeta, atrás da China, Coreia do Sul, Japão, União Europeia e Índia.
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Os esforços para recuperar a indústria naval brasileira, entretanto, foram destruídos pela Operação Lava Jato. Empresas denunciadas pela operação, tais como Odebrecht, Camargo Correa, OAS e UTC, eram sócias majoritárias de vários estaleiros navais.
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Principal comitente do setor, a Petrobras viu-se obrigada a reduzir drasticamente seus investimentos e a vender ativos, ocasionando a quebra generalizada da indústria.
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Em apenas três anos, mais de 50 mil trabalhadores da indústria naval perderam seus empregos e maioria das empresas de construção naval fecharam as portas.
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Estaleiros, plataformas e navios abandonados e canteiros vazios tornaram-se o cenário prevalente do setor, cuja capacidade operacional regrediu para os patamares dos anos noventa.
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Esse processo se aprofundou com o desmonte da Petrobras implementado desde o governo de Michel Temer e aprofundado sob Bolsonaro. As indústrias navais dos Estados Unidos e União Europeia, beneficiadas pela destruição dos estaleiros nacionais, agradecem.
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Em 2012, a revista alemã Spiegel International publicou uma longa matéria denunciando como as ações da ONG conservacionista WWF serviam mais aos interesses financeiros do grande capital do que ao meio ambiente.
Sediada na Suíça, a WWF é a maior ONG ligada a causas ambientais do mundo, possuindo mais de 5 milhões de associados e atuando em mais de 100 países - incluindo no Brasil. É também a mais rica, possuindo um faturamento de c. de 500 milhões de euros anuais.
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A WWF foi fundada em 1961. Seu idealizador e fundador foi o inglês Julian Huxley, presidente da Sociedade Eugênica Britânica, infame defensor de teorias de superioridade racial e aperfeiçoamento genético por meio da esterilização e eliminação das classes marginalizadas.
Há 187 anos, na madrugada de 25 de janeiro de 1835, tinha início em Salvador a Revolta dos Malês. A revolta foi o maior levante de escravos ocorrido na província da Bahia e um dos maiores conflitos do Período Regencial - intervalo entre os reinados de Pedro I e Pedro II.
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Salvador contava então com 65.500 habitantes, 40% dos quais eram escravos. Dentre os cativos, 63% eram nascidos na África. A revolta foi majoritariamente conduzida pelos escravos africanos e seus principais líderes foram os malês.
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Malê era a designação dada aos negros de origem islâmica — com os Nagôs e os Haussás — a maioria dos quais provenientes da Nigéria e do Benim. Mas outros grupos étnicos e religiosos também contribuíram na revolta, nomeadamente os praticantes do candomblé.
Um canal de irrigação com águas desviadas do Rio São Francisco cruza a mata seca da caatinga no semiárido nordestino. Iniciada em 2007, durante o segundo mandato de Lula, a Transposição do Rio São Francisco é uma das maiores obras de segurança hídrica da história.
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A obra prevê o desvio de 1,4% da vazão do Rio São Francisco em direção às bacias hidrográficas do Nordeste Setentrional. São 700 km de canais divididos em dois grandes eixos, abastecendo reservatórios, aquedutos e perenizando o fluxo de rios intermitentes da região.
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Quando concluída, a obra garantirá abastecimento de água para 12 milhões de pessoas em 390 cidades de PE, CE, RN e PB. O Nordeste concentra 18% do território e 30% da população do país, mas tem apenas 3% dos recursos hídricos nacionais - estando 2/3 no Rio São Francisco.
Em maio de 2009, a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) publicou o relatório confidencial nº. 251/82260, identificando as ONGs financiadas por governos estrangeiros e instituições internacionais que atuavam na campanha contra a construção da Usina de Belo Monte.
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No relatório, a ABIN relaciona 11 ONGs internacionais, sendo 9 provenientes dos Estados Unidos e 2 da Europa. Estão listadas, entre outras, Fundação Clinton, WWF, Greenpeace, AIDA, The Nature Conservancy, Avaaz, Amazon Watch, Rainforest Foundation US, entre outras.
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Quase todas ONGs listadas possuem históricos atribulados, sendo acusadas de servirem de fachada para interesses corporativos, colaboração com a política externa de Washington, apoio a operações de desestabilização, financiamento de milícias, etc.
Em 31 de agosto de 2009, durante o segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil se tornava o primeiro país latino-americano autorizado a impor sanções econômicas contra os Estados Unidos.
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O governo brasileiro recorreu à Organização Mundial do Comércio (OMC) alegando que os EUA haviam fornecido mais de 12 bilhões de dólares em subsídios irregulares aos produtores de algodão, mantendo o preço artificialmente baixo e prejudicando os países periféricos.
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Os árbitros da OMC reconheceram a prática de concorrência desleal e deram ganho de causa ao Brasil, autorizando o país a impor sanções de até 294,7 milhões de dólares contra os Estados Unidos — o segundo maior montante da história.
Quem bate cartão, vota em patrão —ao menos era isso que pensava o Partido Comunista Brasileiro (PCB) nos anos 60. O episódio é explicado no livro "História das Lutas dos Trabalhadores no Brasil", de Vito Giannotti.
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Na obra, o autor relembra o apoio do PCB à candidatura do empresário José Ermírio de Moraes ao Senado Federal em 1962. José Ermírio de Moraes era um dos homens mais ricos do mundo à época, proprietário do Grupo Votorantim, da Companhia Nitro Química Brasileira e da CBA.
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O PCB justificou o apoio à candidatura de José Ermírio de Moraes apelando para a tese de que era possível construir uma aliança de classes entre o capital e o operariado e fomentar o surgimento de uma burguesia nacionalista e desenvolvimentista.