1/Biden escolheu uma “fixer” como nova embaixadora dos EUA no Brasil. A advogada, empresária, arrecadadora de campanha e ex-diplomata Elizabeth Bagley. Desde agosto se especulava uma indicação pessoal para a embaixada de Brasilia+ (veja.abril.com.br/coluna/thomas-…)
2/Nos anos 1990, Bragley foi embaixadora americana em Portugal quando o governo Clinton, sem alarde, desmantelou um dos últimos resquícios da guerra fria, a rádio de propaganda anticomunista Raet (cuja história pode ser vista na minissérie “Gloria”, na Netflix)+
3/Ajudou na arrecadação de fundos de todos os candidatos presidenciais democratas desde os anos 1980. Dona de uma empresa de telecomunicações, novo Obama usou suas relações para que a iniciativa privada quitasse as dívidas dos EUA com fundos internacionais+
4/Ela apoiou Biden desde o início, quando estava atrás nas pesquisas. Quando Biden venceu, Bagley sugeriu que gostaria de uma embaixada como prêmio. Foi lhe oferecido um posto de um tranquilo país europeu, mas ela recusou. Quando citaram a embaixada em Brasília, aceitou na hora+
5/Se gosta de desafios, Bagley virá para o lugar certo. Desde o regime militar os presidentes dos dois países não têm relações tão frias. “É uma situação de sentimentos contraditórios. A Casa Branca nunca vai perdoar Bolsonaro por ser o único chefe de Estado estrangeiro...+
6/...a vocalizar a justificar a invasão do Capitólio. Ao mesmo tempo o Brasil nunca votou tão alinhado com os EUA”, disse um diplomata. Desde 2016, osEUA instalaram uma base espacial no MA, realizaram treinamentos conjuntos do Exército e o Brasil ganhou aval para entraria OCDE+
7/Mas em Washington isso não significa nada. “Nunca o Brasil foi tão malvisto. Lógico que outros países tem problemas, a começar pelos EUA, mas nenhum tem um governo que incentiva a destruição da maior floresta do mundo”, disse outro diplomata dos EUA+
8/Bagley só deve assumir no auge da campanha, tendo que ao mesmo tempo manter a neutralidade e reconstruir pontes com PT depois da gestão do embaixador Todd Chapmann, que transformou a embaixada em um comitê bolsonarista+
9/ FIM Sem experiência em diplomacia sul-americana e conhecimento sobre política brasileira, Bengley terá uma tarefa difícil. Mas ela tem uma vantagem. É das poucas embaixadoras que pode ligar para Biden que ele atende. Artigo para o @Poder360poder360.com.br/opiniao/a-reso…
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1/Lula da Silva reúne nesta semana, provavelmente por zoom em função do novo pico de Covid, 15 a 20 economistas para dar partida aos estudos sobre o seu programa de governo. Tem caras conhecidas (Mercadante, Nelson Barbosa) e the new generation (Guilherme Mello, Pedro Rossi..)
2/Plano? Nada antes do carnaval. Os otimistas falam em março. Os realistas, junho. enquanto isso, serão dezenas de balões de ensaio. Um petista dá um entrevista e se a reação for ruim, recua. Se não der polêmica, vai para publicação.
3/O que está adiantado _ pq as Centrais Sindicais estão tocando e elas tem pressa_ é a "revisão da reforma trabalhista" (a palavra "revogação" foi cancelada). O que está na mesa:
1/Ministro mais longevo da história democrática, Mantega assinou o texto publicado hoje (www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/0…) por um motivo prosaico, de todos os economistas vinculados direta ou indiretamente a Lula, ele é dos poucos não está na lista dos eventuais ministros.
2/Mantega foi o rosto econômico do PT no seu auge (quando o País saiu da crise de 2008 com poucos arranhões) e na decadência do PT (quando as maquiagens destroçaram a credibilidade fiscal) Compreensivelmente, ele fala no artigo mais da primeira experiência do que da segunda.
3/Líder folgado em todas as pesquisas, Lula tem zero motivos para antecipar o debate sobre que pretende fazer se for eleito. Primeiro porque se fizer isso agora tira o foco sobre a gestão de Bolsonaro, rejeitada por mais de 70% dos brasileiros segundo as pesquisas+
1/O chile viveu em dois anos o maremoto político que o Brasil atravessa desde 2013. Protestos estudantis, decadência dos partidos tradicionais, quase impeachment do presidente, polarização. A eleição de Gabriel Boric traz algumas algumas lições:
2/A. Quem se move para o centro, leva vantagem No 2.o, Boric que se moveu mais, atraindo para si os centro-esquerdistas do Partido Socialista (“Tenho uma boa opinião do 2.o governo de Bachelet") e pedido desculpas as Democratas Cristãos (“minhas críticas eram imaturas”) +
3/B.O discurso radical levanta a torcida, mas não ganha o jogo – Como mostrou Maurício Moura( exame.com/blog/ideia-pub…) o discurso de “se não votar em mim o país vira a Venezuela” agita os militantes da direita, mas não basta para vencer a eleição. Fica a lição para Bolsonaro+
1.O ex-presidente Lula não irá escrever uma nova Carta ao Povo Brasileiro, o documento de 2022 para sinalizar permanência do tripé econômico. Essa é decisão final de Lula, que considera ofensivo que investidores considerem os 8 anos do seu governo não serem garantias suficientes+
2/O PT não tem ainda um programa para a hipótese de vencer as eleições, mas se fosse preciso comparar, a plataforma será mais parecida com a do 2.o governo (de forte intervenção estatal na economia) e menos do 1.o governo (de austeridade fiscal e forte política monetária)+
3/É lógico que essa é uma visão otimista. O Brasil que será herdado a partir de 2023 estará em frangalhos, comparando com o começo do segundo governo Lula, em 2007.
Pistas das intenções de Lula foram dadas na entrevista à Rádio Gaúcha. Pontos que chamam a atenção:
1/Lula volta da Europa nessa semana e bate o martelo do núcleo do seu time de campanha. A coordenação será da Pres do PT, Gleisi Hoffmann. Para evitar especulações sobre possíveis ministros, não haverá economistas no grupo+
2/Além de Gleisi Hoffmann, estão no núcleo os deputados federais José Guimarães e Rui Falcão, os ex-ministros Franklin Martins e Luiz Dulci e o pres do Instituto Lula, Paulo Okamoto.
3/Como comparou um ex-ministro, “Lula não pretende ter um Posto Ipiranga, mas vários postos BR” (que significa não indicar um único porta-voz que seja o seu fiador, como foi Paulo Guedes para Jair Bolsonaro, mas falar com economistas de várias tendências)+