Com a ida de Orban a Moscou, e as concessões russas de venda de gás para a Hungria, Putin racha a extrema-direita europeia. Se o AfD já estava rachado e Marine Le Pen do lado e Putin, os ucranianos têm ao seu lado os poloneses e o oportunismo do establishment europeu (1/7).
Em um momento em que nem o Brasil fala com o Brasil, e Biden voluntariamente escolhe não ter interlocução nem com Lula, nem Bolsonaro, Putin receberá Bolsonaro. E receberá Lula ano que vem por certo - como está recebendo Alberto Fernandez em breve (2/7).
Toda a manobra ucraniana serviu para travar o Nordstream 2, mas também colaborou para um aumento no preço global de petróleo e gás, o que ajuda Moscou por outro lado. Quem pagou a conta foram os europeus, que são compradores de petróleo e gás (3/7).
Orban, o líder da extrema-direita húngara e governante do país há mais de uma década, subiu ao poder apoiado pela direita do Partido Popular Europeu, mas depois deu de ombros pra ele. Assim como se equilibra entre Rússia e EUA (4/7).
Já os ucranianos têm um tipo de liderança que lembra mais o MBL ou o Novo. São oligarcas degenerados e corruptos que só lhes resta capitalizar em cima dos interesses antirussos de Washington - ou na corrupção barata dos democratas (5/7).
Putin sabe disso e dá um laço húngaro neles, dento do seu projeto de transformar a Rússia numa economia capitalista administrada, que mira sua inclusão soberana na Globalização. Fosse diferente, Putin teria atacado a Ucrânia, porque a única consequência seria sua exclusão (6/7).
Biden fez uma manobra que só gerou dinheiro para o esquema petrolífero americano, e de seus aliados, mas no mais só causou um efeito de curto prazo: mais inflação, porque os preços da energia tende a ficar mais alto por conta dessa tensão (7/7).
P.S.: muita gente dizia que a política econômica de Biden geraria, por si inflação. Não geraria. A inflação de lá é fruto de expansionismo fiscal e monetário conjugado com desglobalização (sanções sobre a China) e tensões com grandes produtores de gás e petróleo (como Rússia).
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Isto é a cotação do barril de petróleo nos últimos dez anos. Batemos o recorde de preço dos últimos sete anos com a atual crise ucraniana. Isso terá graves efeitos inflacionários, sobretudo em relação ao Brasil (1/7).
Há sete anos, no entanto, não havia a política de preços atual, inaugurada por Temer. Nesses anos, mesmo com uma pontada em outubro de 2018, grosso modo, o preço do barril ficou comportado. Só tivemos um choque cambial, que foi repassado para as bombas e já foi um estrago (2/7).
No cenário atual, com o barril aumentando de preço, o real depreciado e a política de preços, vamos tomar uma invertida se o sistema criado por Temer-Parente, e mantido por Bolsonaro, for aplicado (3/7).
Em Portugal, socialistas, de centro-esquerda, fizeram maioria absoluta nas eleições antecipadas, chamadas porque os partidos de esquerda que sustentavam o governo não aceitaram o orçamento proposto. Isso põe fim, definitivamente, à Geringonça que os unia (1/7).
De 2015 para cá, socialistas governavam com apoio das forças mais à esquerda, que concordaram com um ministério socialista, embora não tenham participado diretamente do governo. Era preciso barrar um novo governo do PSD, o PSDB deles (2/7).
A decisão de partidos como o Bloco de Esquerda ou a CDU (comunistas + verdes) em permitir aos socialistas governarem, e não o PSD, que tinha maioria relativa, se deveu à política neoliberal radical que o ex-premiê Passos Coelhos aplicou na esteira da crise econômica global (3/7).
A Ucrânia seria o único caso de socorrido que rifa o salvador, ao falar em afobação do governo Biden? Sim, mas é preciso entender como a Ucrânia se deixou usar, mas no fim usou Washington. O jogo é complexo (1/12). internacional.estadao.com.br/noticias/geral…
Basicamente, Biden foi levado a confrontar a Rússia por duas razões que lhe apresentaram, uma eleitoreira, por conta da associação apressada Trump-Putin, a outra estratégica, isto é, ter controle sobre o abastecimento energético da Alemanha (2/12).
Claro que em certa medida isso veio na esteira de uma derrota: Berlim bateu o martelo, logo no início de seu mandato, e falou que não ia recuar no projeto do mega-gasoduto submarino Nordestream-2 que liga diretamente a Rússia à Alemanha (3/12).
Nesse fio, o @eliasjabbour está pontuando, com precisão, alguns itens sobre reforma agrária: não é apenas sobre divisão da terra de forma igualitária, mas sobre inúmeras outras condições que incidem sobre o processo produtivo (1/10).
Socialismo - científico, pelo menos - não é *apenas* sobre repartição igualitária da propriedade, mas da viabilização desse processo do ponto de vista dos camponeses, mas, também, da massa urbana que vai se alimentar dos excedentes do campo (2/10).
Pegar as terras produtivas existentes e dividir igualitariamente é um começo de história, não ela inteira. É preciso equacionar essa justa distribuição com distribuição de recursos, sobretudo financeiro e técnicos para essa ocupação (3/10).
Países capitalistas mais avançados são, paradoxalmente, países extremamente tristes, estão acometidos por grandes pandemias de doenças mentais. Olhemos para, p.ex., para a Ásia por um foco: a taxa de suicídio (1/7). en.wikipedia.org/wiki/List_of_c…
Existe uma leitura orientalista de que o suicídio "seria algo normal" e "cultural" no extremo-oriente. Não é. Claramente, as taxas de países socialistas da região são muito melhores do que países capitalistas, principalmente os mais avançados (2/7).
Lugares como Japão, Coreia do Sul e Taiwan têm uma incidência de suicídios maior do que países como Vietnã, Coreia do Norte e China (3/7).
O plano Biden para a economia estava dando certo. Até ele resolver o movimento de desglobalização, que agora volta como um bumerangue, ameaçando a recuperação dos EUA. Basicamente, é preciso entender que ele precisaria ter distendido as relações com China e Rússia (1/7).
Ao elevar a tensão com a Rússia, ele gera uma tendência de alta no preço do petróleo, o que arrasta muita coisa direta ou indiretamente. Como parte do Plano Biden passa por emissões bem ousadas de moeda, uma coisa encontra a outra, gerando uma bolha global inflacionária (2/7).
Quando mantém a tensão com a China, ele prejudica o mecanismo sino-americano, que permitia expansionismo fiscal e monetário generoso. Antes, a capacidade titânica de Pequim em atender a expansões da demanda americana manteve a expectativa dos preços sempre controlada (3/7).