Isto é a cotação do barril de petróleo nos últimos dez anos. Batemos o recorde de preço dos últimos sete anos com a atual crise ucraniana. Isso terá graves efeitos inflacionários, sobretudo em relação ao Brasil (1/7).
Há sete anos, no entanto, não havia a política de preços atual, inaugurada por Temer. Nesses anos, mesmo com uma pontada em outubro de 2018, grosso modo, o preço do barril ficou comportado. Só tivemos um choque cambial, que foi repassado para as bombas e já foi um estrago (2/7).
No cenário atual, com o barril aumentando de preço, o real depreciado e a política de preços, vamos tomar uma invertida se o sistema criado por Temer-Parente, e mantido por Bolsonaro, for aplicado (3/7).
Como Biden, inclusive, deu um tiro no pé, ao conjugar política econômica expansionista com tensão contra grandes produtores de petróleo, o Banco Central americano terá de aumentar os juros para segurar a inflação (4/7).
O resultado, é que com a alta dos juros nos EUA, o Brasil se verá obrigado duplamente a subir os juros aqui: (1) a política de preços da Petrobrás catalisará a inflação; (2) do outro lado, para capitalizar no mercado internacional, a Selic terá de se elevada (5/7).
O resultado pode ser pior do que parece. Inclusive porque a política de preços da Petrobrás tem um efeito inflacionário e, ao mesmo tempo, estagnador da economia. E em vez dela ser alterada, surge a saída de curto prazo, boa para rentistas, que é a taxa de juros (6/7).
Se o mundo, ainda às voltas com a Covid-19, ainda será acertado pela estupidez monstruosa de Biden, o Brasil será atingido em dobro, com o misto da herança maldita de Temer junto do ainda governo de Bolsonaro. Apertem os cintos (7/7).
• • •
Missing some Tweet in this thread? You can try to
force a refresh
Com a ida de Orban a Moscou, e as concessões russas de venda de gás para a Hungria, Putin racha a extrema-direita europeia. Se o AfD já estava rachado e Marine Le Pen do lado e Putin, os ucranianos têm ao seu lado os poloneses e o oportunismo do establishment europeu (1/7).
Em um momento em que nem o Brasil fala com o Brasil, e Biden voluntariamente escolhe não ter interlocução nem com Lula, nem Bolsonaro, Putin receberá Bolsonaro. E receberá Lula ano que vem por certo - como está recebendo Alberto Fernandez em breve (2/7).
Toda a manobra ucraniana serviu para travar o Nordstream 2, mas também colaborou para um aumento no preço global de petróleo e gás, o que ajuda Moscou por outro lado. Quem pagou a conta foram os europeus, que são compradores de petróleo e gás (3/7).
Em Portugal, socialistas, de centro-esquerda, fizeram maioria absoluta nas eleições antecipadas, chamadas porque os partidos de esquerda que sustentavam o governo não aceitaram o orçamento proposto. Isso põe fim, definitivamente, à Geringonça que os unia (1/7).
De 2015 para cá, socialistas governavam com apoio das forças mais à esquerda, que concordaram com um ministério socialista, embora não tenham participado diretamente do governo. Era preciso barrar um novo governo do PSD, o PSDB deles (2/7).
A decisão de partidos como o Bloco de Esquerda ou a CDU (comunistas + verdes) em permitir aos socialistas governarem, e não o PSD, que tinha maioria relativa, se deveu à política neoliberal radical que o ex-premiê Passos Coelhos aplicou na esteira da crise econômica global (3/7).
A Ucrânia seria o único caso de socorrido que rifa o salvador, ao falar em afobação do governo Biden? Sim, mas é preciso entender como a Ucrânia se deixou usar, mas no fim usou Washington. O jogo é complexo (1/12). internacional.estadao.com.br/noticias/geral…
Basicamente, Biden foi levado a confrontar a Rússia por duas razões que lhe apresentaram, uma eleitoreira, por conta da associação apressada Trump-Putin, a outra estratégica, isto é, ter controle sobre o abastecimento energético da Alemanha (2/12).
Claro que em certa medida isso veio na esteira de uma derrota: Berlim bateu o martelo, logo no início de seu mandato, e falou que não ia recuar no projeto do mega-gasoduto submarino Nordestream-2 que liga diretamente a Rússia à Alemanha (3/12).
Nesse fio, o @eliasjabbour está pontuando, com precisão, alguns itens sobre reforma agrária: não é apenas sobre divisão da terra de forma igualitária, mas sobre inúmeras outras condições que incidem sobre o processo produtivo (1/10).
Socialismo - científico, pelo menos - não é *apenas* sobre repartição igualitária da propriedade, mas da viabilização desse processo do ponto de vista dos camponeses, mas, também, da massa urbana que vai se alimentar dos excedentes do campo (2/10).
Pegar as terras produtivas existentes e dividir igualitariamente é um começo de história, não ela inteira. É preciso equacionar essa justa distribuição com distribuição de recursos, sobretudo financeiro e técnicos para essa ocupação (3/10).
Países capitalistas mais avançados são, paradoxalmente, países extremamente tristes, estão acometidos por grandes pandemias de doenças mentais. Olhemos para, p.ex., para a Ásia por um foco: a taxa de suicídio (1/7). en.wikipedia.org/wiki/List_of_c…
Existe uma leitura orientalista de que o suicídio "seria algo normal" e "cultural" no extremo-oriente. Não é. Claramente, as taxas de países socialistas da região são muito melhores do que países capitalistas, principalmente os mais avançados (2/7).
Lugares como Japão, Coreia do Sul e Taiwan têm uma incidência de suicídios maior do que países como Vietnã, Coreia do Norte e China (3/7).
O plano Biden para a economia estava dando certo. Até ele resolver o movimento de desglobalização, que agora volta como um bumerangue, ameaçando a recuperação dos EUA. Basicamente, é preciso entender que ele precisaria ter distendido as relações com China e Rússia (1/7).
Ao elevar a tensão com a Rússia, ele gera uma tendência de alta no preço do petróleo, o que arrasta muita coisa direta ou indiretamente. Como parte do Plano Biden passa por emissões bem ousadas de moeda, uma coisa encontra a outra, gerando uma bolha global inflacionária (2/7).
Quando mantém a tensão com a China, ele prejudica o mecanismo sino-americano, que permitia expansionismo fiscal e monetário generoso. Antes, a capacidade titânica de Pequim em atender a expansões da demanda americana manteve a expectativa dos preços sempre controlada (3/7).