Para as Eliminatórias da Copa do Mundo de 2006, Grécia e Turquia foram sorteadas no mesmo grupo.

Além de ser a primeira vez que as duas nações inimigas se enfrentariam em palco tão importante, era talvez o melhor momento da história das duas seleções. Imagem mostra torcedores gregos e turcos torcendo lado a lad
Afinal, a Turquia vinha de um heróico terceiro lugar na Copa do Mundo de 2002, quando parou apenas no caminho do pentacampeonato brasileiro.

E a Grécia era a campeã europeia após protagonizar uma das maiores zebras da história, resultado ainda fresquinho. Imagem mostra a seleção da Grécia levantando o troféu da
Não haveria melhor momento para a rivalidade explodir dentro das quatro linhas.

Mas também não haveria pior momento: os dois países tentavam negociar paz, inclusive diminuindo as restrições de fronteira no Chipre do Norte. Imagem mostra o mapa do Chipre e sua divisão entre territó
Assim, o duelo foi de sutis provocações.

O jogo do primeiro turno foi na Grécia. E a seleção grega, que normalmente mandava seus jogos no Estádio Olímpico de Atenas, levou a partida para o Estádio Karaiskakis, em Pireu, casa do Olympiacos. Imagem mostra o estádio Karaiskakis, em Pireu.
Georgios Karaiskakis, que dá nome ao estádio, foi o general que comandou o exército grego na Guerra de Independência contra o Império Otomano. É considerado um herói nacional na Grécia. Imagem mostra Georgios Karaiskakis, herói nacional grego.
A Turquia não deixou barato e levou a partida de volta para o Estádio Inonu, homenagem a Ismet Inonu, o braço direito de Mustafa Kemal Ataturk, o "pai do estado turco".

Inonu comandou tropas turcas na Guerra de Independência da Turquia, contra a... Grécia. Imagem mostra Ismet Inonu, um dos heróis da independência
Mas dentro de campo, o que se viu foi pura decepção. As duas partidas terminaram em 0 a 0 e nem Grécia, nem Turquia foram para a Copa.

Foi um balde de água fria em duas seleções que nunca mais produziram em alto nível. Imagem mostra o embate entre Turquia e Grécia pelas Elimina
Quase vinte anos depois, o Chipre segue rachado ao meio.

E é quando clubes gregos e turcos se encontram que faíscas saem: uma faixa dos torcedores do Olympiacos, por exemplo, dizia "que a tumba de Ataturk se encha de merda" em confronto contra o Galatasaray. Imagem é um lance do jogo entre Galatasaray e Olympiacos, e
Quer saber muito mais sobre a história do eixo Grécia, Chipre e Turquia, entender os motivos da rivalidade e descobrir como tudo respinga no futebol?

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