Acho que toda semana recebo umas duas ou três dicas de marketing digital.
Sempre de gente bem intencionada e geralmente a coisa parece fazer sentido.
Mas dica isolada é problemático. Não se encaixa necessariamente no jeito que eu funciono. Até entender a dica toma mais tempo...
... do que eu tenho.
O negócio todo gerou o efeito contrário: aprendi muito com o que me disseram, mas tomou toda a energia que eu tinha para implementar.
Estou agora com saudades do Orkut e do Blogspot
Eu estou surpreso com a quantidade de "co-produtores" existem. Eu realmente não tinha ideia que o mercado era capaz de comportar tanta gente.
Sem brincadeira, devo ter recebido mensagem de uns 20 co-produtores.
Não quero parecer com isso que estou irritado com eles -- realmente parecem pessoas ótimas.
É só que eu realmente não sei funcionar desse jeito. Eu escrevo nas horas vagas e nunca tive que pensar nessas coisas, então foi informação demais de uma vez.
Aliás, acho que faz todo o sentido do mundo criar sociedades em torno de projetos comerciais.
Pessoas como eu, que não tem tempo de aprender um monte de plataformas, certamente pode se beneficiar desse tipo de parceria.
Só que eu mesmo nunca vi isso comercialmente, então...
... o meu lado da equação não se encaixa.
Escrever, para mim, é uma espécie de auto-análise, um jeito de ir digerindo várias ideias que estão gestando há vários anos.
Não posso prometer a alguém que vou escrever x páginas na segunda-feira. É uma capacidade que não tenho.
Mesmo minha experiência de professor não se encaixa tão bem nesse mundo. Dava, no mínimo, três horas de aula sobre um assunto.
É uma habilidade totalmente diferente fazer um vídeo de três minutos - eu até consigo, mas requer um novo aprendizado.
(E aí volta a questão do tempo.)
Enfim, para completar, achei que ia ter mais tempo livre, mas uma série de coisas apareceram e está parecendo que será outro ano apertado.
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Provavelmente o erro mais comum de jovens ambiciosos é ouvir pessoas bem-sucedidas explicarem seu sucesso.
Com a exceção de pessoas com um nível de auto-consciência acima do normal, ninguém sabe explicar porque elas são o que são.
Quase todo sucesso é devido a uma combinação..
... de conhecimento tácito, características de personalidade e elementos contextuais.
Por definição, as pessoas não sabem explicar essas três coisas. Se você perguntar porque elas "deram certo", mesmo sem querer, elas vão criar uma racionalização disso (no sentido de ficção).
O segundo erro é procurar dominar técnicas -- nenhuma delas funciona independente do contexto.
Mas mesmo se curar desse erro não faz tanta diferença, porque a pessoa provavelmente vai esbarrar em fatores de personalidade que vão impedí-la de avançar.
O texto do Carlos Ramalhete sobre Olavo é péssimo, mas fiquei com a impressão que o autor é apenas confuso mesmo, e não mau-caráter.
Não me parece valer a pena discutir com o autor, que teve ao menos a decência de relatar mais um dos incontáveis casos de caridade de Olavo.
Mas preciso também me lembrar do que o Olavo ensinou para a gente: burrice e mau-caratismo não são excludentes.
Às vezes a burrice deixa o cara mais despeitado; às vezes o despeito deixa o cara mais burro.
O texto do Ramalhete me lembrou os textos do Martim: “olhe que absurdo esse cara; ele ajudava todo mundo, inclusive a mim mesmo, mas…” e aí segue um monte de argumentos superconfusos.
Há um ano da próxima eleição, creio que não dá para negar: a direita brasileira está em maus lençóis.
Depois do triunfalismo após Brexit, Trump e Bolsonaro, a esquerda está vencendo todas as brigas.
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Existem muitos diagnósticos sobre o que aconteceu.
Eu mesmo já escrevi muito sobre como o termo "nova direita" já antevia a bronca: a direita não tinha unidade; era apenas o grupo de antipetistas que logo começaram a se esfaquear após as eleições.
Outro diagnóstico importante foi do @silviogrimaldo ainda no começo: a direita não tem quadros e militância organizada.
Ela venceu a eleição, mas não tinha tropas para tocar a máquina administrativa e fazer o corpo-a-corpo da disputa política.