Do ponto de vista russo, a expansão da OTAN - criada em 1949 para unir os países ocidentais, sob a liderança americana, contra um eventual ataque soviético - para suas fronteiras e zona de influência representa um risco inaceitável. #geopolitica#guerra
Será que se o México, o Canadá ou Cuba entrassem em uma aliança militar liderada pela Rússia ou pela China provavelmente os EUA também não considerariam isso um risco inaceitável?
A questão é que, atualmente, a Rússia se sente empoderada para redesenhar a geopolítica global mais a seu gosto por 3 razões: 1. Está com uma situação financeira folgada devido aos altos preços do petróleo e gás natural que tanto exporta.
2. Está fortalecida pela recente aliança com a China - que vê os EUA como adversário comum, 3. Sente-se segura que a OTAN não vai se mobilizar por nenhum país que ainda não seja membro do bloco - vide a falta de reação militar dos membros da OTAN à invasão da Ucrânia.
A partir da guerra na Ucrânia, a China, provavelmente, também se sentirá mais empoderada a redesenhar a ordem mundial a seu gosto.
Temo que estamos vendo o início de uma nova ordem mundial muito mais conflituosa entre o bloco ocidental democrático e o bloco oriental totalitário.
Lembra das reações nos 1°s dias da pandemia? Quase todos minimizaram as perdas humanas, a duração da pandemia e suas consequências econômicas. Temo que as perfas humanas e econômicas deste rearranjo da ordem global serão muito maiores e generalizadas do que a maioria já percebeu.
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UE, EUA e Canadá vão tirar bancos russos do Swift - sistema de transferências internacionais entre bancos - e a bloquear acesso do BC russo a suas reservas internacionais.
É a mais dura sanção imposta à Rússia, mas também a que trará os maiores efeitos negativos à economia global
Também cria risco de reconfiguração da ordem financeira global - em favor da China e em detrimento dos EUA.
O SWIFT padroniza transações e comunicação entre mais de 11 mil instituições financeiras de 200 países, garantindo a segurança das transações internacionais.
A Rússia é, atualmente, o 2° país com mais instituições no SWIFT (300), atrás apenas dos EUA.
“Vou ficar em Kiev com meu povo, assim como minha família. Eles não nos querem na OTAN. Ninguém quer lutar por nós. Sou grato a todos os países que fornecem ajuda real, não apenas apoio moral” Volodymyr Zelensky, Presidente ucraniano. #guerra#ucrania#russia
Em resposta ao pedido dos EUA para evacuar Kiev, Zelensky disse que precisava de “munição, não uma carona”.
Impossível não se impressionar com sua coragem e patriotismo.
Ficam três perguntas:
1. Considerando que seus aliados da OTAN a deixaram na mão, ainda faz sentido para o povo ucraniano lutar pelo direito de soberania às custas da destruição do país e de muitas mortes de ucranianos?
E o Brasil com isso?
Como a invasão russa na Ucrânia mexe com a nossa vida, aqui no Brasil?
Para começar, a instabilidade dificulta o acesso ao petróleo e ao gás natural, elevando ainda mais os seus preços, que já subiram muito nos últimos anos. Prepare-se para pagar ainda mais quando for encher o tanque do carro.
Vai pagar mais caro também no supermercado porque Ucrânia e Rússia estão entre os maiores exportadores mundiais de trigo e milho.
Também vai cair a oferta global de fertilizantes, aumentando seus preços, o que vai acabar reduzindo produção de alimentos e aumentando o preço deles.
Esta não foi a primeira vez em que aviões militares chineses entraram na Zona de Defesa Aérea de Taiwan. No final de janeiro, a China chegou a colocar 54 aviões militares perto de Taiwan, com 39 aeronaves voando simultaneamente.
A grande diferença é o novo significado que esta invasão do espaço aéreo de Taiwan adquire após a invasão russa na Ucrânia e a aliança mais estreita da Rússia com a China.
Em meu post anterior sobre a invasão russa - não deixe de lê-lo caso ainda não o tenha lido - eu alertava que não seria surpresa se a China endurecesse o jogo com Taiwan e/ou Hong Kong, mas eu não imaginei que seria tão rápido.
A invasão da Rússia pela Ucrânia talvez venha a ser o evento mais transformador da ordem geopolítica global desde a Segunda Guerra Mundial, ou no mínimo, desde a Queda do Muro de Berlim, maior, por exemplo, que o 11 de setembro.
Do ponto de vista de Putin e de muitos russos, após a queda do muro de Berlim, o fim da União Soviética e o acordo nuclear da Rússia com os EUA, a Europa Ocidental e os EUA vêm expandindo sua zona de influência em direção à Russia, através da União Europeia e da OTAN.
A possibilidade de que a Ucrânia entrasse para a OTAN e, por consequência, que os EUA pudessem ter uma base militar lá representa para os russos, nas palavras do próprio Putin, o equivalente para os americanos de a Rússia montar uma base militar no México ou no Canadá...
Até 2016, os trabalhadores eram obrigados a contribuir para sindicatos e, anualmente, transferiam, dos seus bolsos, R$3,5 bilhões para controle dos sindicalistas.
Em 2017, com a aprovação da Reforma Trabalhista, isso mudou.
A contribuição aos sindicatos tornou-se opcional e os trabalhadores ganharam o direito de contribuir apenas para os sindicatos que acreditam que, realmente, prestam um serviço que justifique a contribuição.
Desde então, o valor que os trabalhadores transferem aos sindicatos caiu para R$65 milhões. Os trabalhadores passaram a ter R$3,5 bilhões a mais por ano para gastarem como bem entenderem.
Com a queda de seus recursos, alguns sindicatos fecharam; outros se consolidaram.