Como admite um ex-membro do grupo, os propagandistas chegam a escrever até 135 comentários online por dia, "principalmente sobre o conflito na Ucrânia".
Em 2017, relatórios apontavam que um troll russo recebia cerca de 400 euros por mês.
Com seu exército na fronteira, Moscou rejeita categoricamente a acusação de que atacaria a Ucrânia, chamando a denúncia de "propaganda americana". rt.com/russia/549657-…
O Kremlin trata a acusação como uma "histeria" que "chegou ao ponto do absurdo". npr.org/2022/02/15/108…
A imprensa estatal chinesa ridiculariza a acusação americana de que a Rússia planejava invadir a Ucrânia, chamando a denúncia de "desinformação", dizendo que os EUA estavam "intencionalmente" "provocando pânico" com mentiras.
Mas a Rússia não demora em invadir a Ucrânia. E a imprensa russa produz uma cobertura da invasão completamente divergente da mídia internacional. time.com/6151572/russia…
As autoridades russas ordenam que o Facebook interrompa seu fact-checking, deixando de rotular o conteúdo produzido por seus veículos estatais. O Facebook recusa. Como resultado, o Kremlin anuncia a restrição do serviço.
Elena Chernenko, repórter do Kommersant, é impedida de participar da cobertura do Kremlin por organizar uma carta aberta condenando o ataque à Ucrânia, assinada por quase 300 jornalistas russos.
Para tentar conter a desinformação russa, Facebook, Google e Twitter anunciam limitar a ação de veículos oficiais russos em suas plataformas. npr.org/2022/02/26/108…
O Facebook e o Twitter deflagram a remoção de duas “operações de influência secreta” anti-ucranianas - uma ligada à Rússia e outra a Belarus. nbcnews.com/tech/internet/…
As notícias não são boas para Moscou.
O Ocidente nitidamente está melhor preparado.
A estratégia de desinformação/propaganda, tão bem sucedida no passado, parece fracassar até aqui.
Tirando uma parcela da população de alguns países ainda em desenvolvimento, Putin é amplamente rejeitado e alvo de protestos em diferentes cidades do mundo.
A propaganda falha em parte graças a erros grosseiros de avaliação.
Primeiro, não haveria invasão. Depois da invasão, a Ucrânia não receberia apoio significativo do Ocidente. Por fim, a Rússia venceria facilmente o conflito.
A Ucrânia está pedindo para sua população produzir coquetéis molotov para enfrentar as tropas russas.
Há uma ironia nesse fato. Isso já aconteceu, em 1939, para proteger outro país europeu de uma invasão russa. E com um final surpreendente.
Conto esta história aqui embaixo:
Molotov é Viatcheslav Molotov, Ministro das Relações Exteriores de Stalin.
Nesta foto, de 1939, ele está assinando o Pacto Molotov-Ribbentrop com Joachim von Ribbentrop, ministro de Relações Exteriores do Terceiro Reich - um acordo que uniu soviéticos e nazistas.
Foi graças ao Pacto Molotov-Ribbentrop que soviéticos e nazistas anexaram e dividiram a Polônia - um capítulo indispensável para o início da Segunda Guerra Mundial.
Este aqui é o registro de uma parada militar que as forças armadas dos dois países realizaram em Brest-Litovsk.
Lista com o nome de alguns opositores de Vladimir Putin que faleceram ou, a duras penas, conseguiram sobreviver a tentativas de assassinato:
ALEXANDER LITVINENKO
Ex-agente da KGB, crítico de Putin. Morreu três semanas após beber uma xícara de chá em um hotel de Londres. O chá havia sido contaminado com polônio-210.
O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos condenou a Rússia pelo assassinato.
ANNA POLITKOVSKAYA
Jornalista. Denunciou o governo Putin pelos crimes de corrupção e violação aos direitos humanos. Foi assassinada com cinco tiros, no elevador do prédio onde morava, no dia de aniversário de Vladimir Putin.
Uma invasão a Taiwan seria catastrófica. Em primeiro lugar porque não seria um passeio no parque. Taiwan é uma ilha que há 70 anos Pequim ameaça invadir, sem sucesso. O custo de vidas perdidas poderia ser imenso.
Mas essa decisão impactaria também a sua vida.
Explico aqui:
Taiwan é a casa da maior fabricante de chips do mundo: a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC).
Semicondutores são componentes essenciais nos aparelhos eletrônicos, de carros a smartphones. Eles agem como cérebros de processamento de dados para esses produtos.
Nós somos altamente dependentes de semicondutores. E adivinha de onde vêm quase 2/3 de todos os semicondutores do mundo? Taiwan.
Ou seja: uma hipotética invasão impactaria o mercado global e encareceria boa parte dos produtos que fazem parte da sua vida.
Mas quanto disso é discurso? O que desafia essa relação?
Em primeiro lugar, a China pode ser uma adversária geopolítica bastante ameaçadora para a Rússia.
Ambas dividem mais de 4 mil quilômetros de fronteira, com direito a arranca-rabo na Sibéria, na região do Lago Baikal, o maior lago de água doce do mundo.
Vladimir Putin está, mais uma vez, no centro das atenções internacionais, depois de ameaçar usar o poder militar para invadir a Ucrânia.
Mas quem é esse sujeito? Como ele foi parar nesse lugar? O que pensa? Com quem governa? Onde quer chegar?
Eis a thread:
Vladimir Putin nasceu em 1952, em Leningrado, na extinta União Soviética, atual São Petersburgo, a cidade dos czares da dinastia Romanov.
Foi batizado pela mãe em segredo na Igreja Ortodoxa, escondido do pai, membro do Partido Comunista. A fé era um exercício subversivo na URSS.
Putin se formou em direito, antes de entrar na KGB, o serviço secreto da União Soviética, como oficial de inteligência.
No início, ainda morando com os pais, seu trabalho consistia em contra-inteligência e monitoramento de estrangeiros e funcionários consulares em Leningrado.